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CÂMBIO-Dólar sobe mais de 1% após mudança em IOF e juro na China

SÃO PAULO, 19 de outubro (Reuters) - A nova investida do governo contra o capital especulativo e a reação internacional ao aumento do juro na China provocavam a alta de mais de 1 por cento do dólar frente ao real nesta terça-feira. Às 10h25, a moeda norte-americana era cotada a 1,688 real, com valorização de […]

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 09h26.

SÃO PAULO, 19 de outubro (Reuters) - A nova investida do
governo contra o capital especulativo e a reação internacional
ao aumento do juro na China provocavam a alta de mais de 1 por
cento do dólar frente ao real nesta terça-feira.

Às 10h25, a moeda norte-americana era cotada a 1,688
real, com valorização de 1,32 por cento.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na noite de
segunda-feira que o imposto sobre aplicações estrangeiras em
renda fixa será de 6 por cento, apenas duas semanas após essa
taxa ter dobrado para 4 por cento [ID:nN19101855].

O governo também elevou para 6 por cento o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) aplicado sobre o depósito de
margens de garantia de estrangeiros em bolsa, ante 0,38 por
cento da alíquota anterior.

"Hoje (o dólar) está subindo por conta de uma parada
técnica para recalcular o quanto que se perde na arbitragem",
disse Jorge Knauer, diretor de tesouraria do banco Prosper. O
capital "que vinha aproveitando um movimento específico de
curtíssimo prazo é muito afetado", acrescentou.

Na avaliação de Octavio de Barros, diretor de pesquisas e
estudos econômicos do Bradesco, "a tentativa de conter a
valorização do real não é exclusividade brasileira e está em
linha com diversas outras medidas intervencionistas anunciadas
por outros países nas últimas semanas."

Ele aponta em relatório, porém, que "é muito provável que a
moeda brasileira --em linha com a grande maioria das moedas de
outros países emergentes-- continue sendo determinada pelo
movimento global de enfraquecimento do dólar norte-americano".

A tendência global de baixa do dólar, porém, sofria um
revés nesta terça-feira com o aumento surpreendente dos juros
pela China. A alta, de 0,25 ponto percentual sobre os depósitos
e empréstimos de um ano foi a primeira desde 2007.

"A reação institiva foi vender risco --com alta do dólar,
queda das commodities, queda das ações e de moedas emergentes.
A explicação para isso é que as condições monetárias muito
brandas na China vinham sendo uma das principais fontes de
demanda por ativos em todo o mundo", afirmou Nick Chamie,
analista do RBC Capital Markets.

(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Vanessa Stelzer)

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