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CÂMBIO-Dólar sobe ao maior nível em mais de um mês, a R$1,722

Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 27 de outubro (Reuters) - O dólar subiu quase 1 por cento frente ao real nesta quarta-feira, alcançando o maior patamar em mais de um mês, com uma reavaliação no mercado internacional sobre as possíveis medidas que o Federal Reserve anunciará na semana que vem para estimular a economia dos […]

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2010 às 15h43.

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 27 de outubro (Reuters) - O dólar subiu quase 1
por cento frente ao real nesta quarta-feira, alcançando o maior
patamar em mais de um mês, com uma reavaliação no mercado
internacional sobre as possíveis medidas que o Federal Reserve
anunciará na semana que vem para estimular a economia dos
Estados Unidos.

A moeda norte-americana teve alta de 0,94 por cento,
a 1,722 real. É o maior patamar de fechamento desde 20 de
setembro.

Enquanto o mercado local encerrava as operações, o dólar
subia 0,6 por cento frente a uma cesta com as principais
divisas e o euro caía 0,7 por cento.

O consenso de que o banco central norte-americano anunciará
na próxima semana medidas para estimular o crescimento da
economia provocou a queda do dólar ao longo de semanas. Nos
últimos dias, porém, o que se vê é a incerteza dos agentes
sobre o tamanho da intervenção.

"O preço (do dólar) já estava mais ou menos dado em função
do que se comentava" sobre as novas medidas do Fed, disse Jorge
Lima, consultor financeiro da Previbank DTVM.

"Mas não se sabe que tipo de ação ele vai tomar. Se vai ser
mais forte, se vai ser mais fraca, que intensidade vai ter",
acrescentou, destacando que, após a reunião do G20 no fim de
semana e o esboço de uma ação global sobre o câmbio, "o mercado
está procurando um meio termo" para a ação do Fed.

POSIÇÃO VENDIDA MENOR

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Enquanto refazem as contas, os investidores têm desmontado
posições vendidas em dólares no exterior e no Brasil.

De acordo com a BM&FBovespa, a posição vendida de
estrangeiros na terça-feira era de 11,284 bilhões de dólares, a
menor em um mês e meio.

A proximidade das eleições parlamentares nos Estados Unidos
também suscita ajustes no mercado internaciona. Caso os
republicanos confirmem o favoritismo e ganhem espaço na Câmara
e no Senado, a política fiscal pode ficar mais austera, de
acordo com o analista Richard Franulovich, da Westpac.

No Brasil, isso se soma à percepção maior de risco causada
pela frequente atuação do governo no mercado de câmbio. Na
semana passada, o Ministério da Fazenda elevou o imposto sobre
a entrada de capital estrangeiro para renda fixa e para o
depósito de margens de garantia na bolsa.

Apesar disso, analistas do Citigroup avaliam que a
tendência de valorização do real permanece no longo prazo, já
que as commodities devem continuar em alta e a economia global
deve se recuperar após um novo estímulo pelo Fed.

"Nosso ceticismo com o impacto das medidas (de intervenção
do governo no câmbio) no médio e no longo prazos nos levou a
reduzir a previsão de fim de ano para o dólar a 1,65 real (ante
1,72 anteriormente) e a 1,70 real em 2011 (ante 1,80)",
escreveram Marcelo Kfoury, Stephan Kautz e Leonardo Porto em
relatório a clientes.

(Edição de Daniela Machado)

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