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Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 15h41.
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 11 de janeiro (Reuters) - O dólar ficou
praticamente estável nesta terça-feira, em uma sessão de volume
fraco e poucas oscilações diante da expectativa com a
possibilidade de novas medidas do governo no câmbio.
A falta de uma tendência clara no mercado externo em meio a
notícias sobre a dívida de países da zona do euro colaborou
para manter o dólar em torno de 1,69 real.
A moeda norte-americana teve variação negativa de
0,06 por cento, para 1,687 real.
O volume registrado em operações D+1 e D+2 (com liquidação
em até dois dias úteis) na clearing de câmbio da BM&FBovespa
era de 1,4 bilhão de dólares pouco antes do fechamento, ante
média de mais de 3 bilhões de dólares na semana passada.
Profissionais de mercado estão cautelosos diante da
possibilidade de que o governo anuncie novas medidas para
conter a valorização do real e proteger as exportações. Entre
as opções aventadas estão o retorno dos leilões de swap cambial
reverso, que são como uma compra de dólares no mercado futuro.
No exterior, enquanto o mercado brasileiro fechava, o dólar
se mantinha estável em relação a uma cesta com as principais
divisas e o euro subia apenas 0,1 por cento.
A discreta alta do euro ocorreu após fontes afirmarem à
Reuters que as autoridades da União Europeia devem discutir um
aumento da capacidade efetiva da linha de crédito emergencial
para os países altamente endividados. Além disso, pela manhã, o
Japão disse que comprará bônus europeus.[ID:nN11100517]
Apesar dos sinais de otimismo desta sessão, a dívida de
países como Portugal ainda é vista como um dos principais
fatores de risco a serem monitorados.
"Temos risco na rolagem das dívidas, algo que temos que
ficar atentos a países como a Itália, cuja necessidade de
financiamento é de 22,4 por cento do PIB (Produto Interno
Bruto), Portugal, 19,4 por cento, Grécia, 20,9 por cento",
disse Nathan Blanche, sócio-diretor da Tendências Consultoria
Integrada, em participação no chat do Trading Brazil,
comunidade da Thomson Reuters para o mercado financeiro.
"Sou vendedor de euro", acrescentou Blanche, que previu
dólar a 1,80 real no fim de 2011 e a 1,83 real no fim de 2012.
"O dólar depreciado traria mais inflação, mas não
acreditamos que o Banco Central permita que a taxa de câmbio
suba acima de 1,80, em 2011. Seria um tiro no pé do BC",
acrescentou.
(Edição de Cesar Bianconi)