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CÂMBIO-Dólar cai abaixo de R$1,70 pela 1a vez em quase 4 semanas

Por José de Castro SÃO PAULO, 3 de dezembro (Reuters) - O dólar fechou abaixo de 1,70 real pela primeira vez em quase quatro semanas nesta sexta-feira, recuando pela quinta sessão consecutiva de olho na oscilação da divisa no exterior em meio a dados mais fracos nos Estados Unidos. A moeda norte-americana fechou em queda […]

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 15h49.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 3 de dezembro (Reuters) - O dólar fechou abaixo
de 1,70 real pela primeira vez em quase quatro semanas nesta
sexta-feira, recuando pela quinta sessão consecutiva de olho na
oscilação da divisa no exterior em meio a dados mais fracos nos
Estados Unidos.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,94 por
cento, a 1,687 real na venda. É a primeira vez desde 9 de
novembro que o dólar termina o dia abaixo de 1,70 real. No
acumulado da semana, a cotação cedeu 2,37 por cento, a maior
baixa no período desde junho.

No mesmo horário, a moeda norte-americana recuava 1,2 por
cento contra uma cesta de divisas , com destaque para as
valorizações do euro e do iene .

"Eu diria a você que, além da clara contribuição do
fortalecimento do euro, também tem uma parcela grande de
especulação em cima. Tem um volume grande de posição vendida
(em dólar) no mercado futuro e basta uma oportunidade para o
pessoal derrubar o dólar", disse Carlos Alberto Postigo,
gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária.

Embora tenham diminuído nas últimas sessões, as apostas de
estrangeiros na desvalorização da divisa norte-americana nos
mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI) seguem acima de
10 bilhões de dólares, de acordo com dados da BM&FBovespa.

A moeda dos EUA também pedia terreno contra outras divisas
de perfil semelhante ao real, como o dólar australiano e
a coroa norueguesa , após números mais modestos sobre o
mercado de trabalho dos EUA endossarem a necessidade de mais
estímulos à economia daquele país.

Os Estados Unidos criaram 39 mil postos de trabalho em
novembro, enquanto a taxa de desemprego subiu para 9,8 por
cento, a máxima em sete meses. Economistas previam uma criação
de 140 mil empregos em novembro e uma taxa de desemprego
estável, em 9,6 por cento [ID:nN0341211].

De acordo com profissionais, o mercado de câmbio reagiu
discretamente às medidas de aperto de crédito anunciadas pelo
Banco Central na manhã desta sexta-feira, com os agentes
avaliando que a cotação deve continuar atenta ao cenário
internacional.

"A tendência do dólar para mim é de baixa, e quando lá fora
ajuda, ninguém segura", afirmou o operador de câmbio Ovídio
Soares, da Interbolsa do Brasil.

Mais cedo, o governo elevou o compulsório sobre depósitos à
vista e a prazo, reduzindo os recursos que os bancos têm
disponíveis para emprestar, e tornou mais caro para as
instituições oferecer crédito de longo prazo às pessoas físicas
[ID:nN03289191].

"Alguns no mercado estão especulando que a clara
necessidade de aperto monetário pode levar os formuladores da
política monetária brasileira a aceitar mais apreciação do
real...", disseram os analistas da Brown Brothers Harriman, em
relatório.

"Mas precisamos ver como eles vão reagir ao atual movimento
abaixo de 1,70 real e se outras medidas sobre o câmbio serão
tomadas dentro de uma queda da cotação em direção a 1,65
real."

(Reportagem adicional de Samantha Pearson; Edição de Silvio
Cascione)

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