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Brasil Foods dispara após aprovação com restrições do Cade

Ações da companhia fecharam com um aumento de 9,8% nesta quarta-feira

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 18h23.

São Paulo - A BRF - Brasil Foods SA disparou na BM&FBovespa e atingiu o maior preço em mais de dois anos, após a aprovação com restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica para a compra da Sadia SA.

A ação da companhia fechou em alta de 9,8 por cento, o maior ganho entre os membros do Ibovespa, cotada a R$ 28,55. O papel chegou a subir 12 por cento hoje, o maior salto em mais de dois anos. A negociação dos papéis da Brasil Foods nas bolsas de São Paulo e de Nova York havia sido suspensa hoje, antes do início da sessão do Cade, e foi retomada em ambas às 15:15.

A aquisição foi aprovada por quatro votos favoráveis e um contrário em sessão que julgou o caso hoje em Brasília. A Brasil Foods terá que suspender o uso da marca Perdigão, avaliada em US$ 1,96 bilhões, e vender ativos, disse o Cade.

“A decisão foi positiva para a empresa, e as ações estão refletindo isso”, disse Cauê Pinheiro, analista da SLW Corretora em entrevista por telefone de São Paulo. “Vai haver sinergias, mesmo com as restrições impostas pelo Cade.”

O presidente da companhia, José Antonio Fay, e outros executivos vinham negociando um acordo nas últimas semanas, após o relator do caso no Cade, Carlos Ragazzo, ter pedido em 8 de junho a reversão da operação de um ano e meio. A Brasil Foods teria muita participação de mercado e poderia prejudicar os consumidores, disse o relator, fazendo com que a ação da companhia recuasse 6,8 por cento. Ragazzo foi o único integrante do conselho a votar contra a aquisição na sessão de hoje.

Acordo com o Cade

Como parte do acordo, a companhia terá que suspender alguns produtos de sua principal marca, a Perdigão, por de três a cinco anos, bem como a marca Batavo em todos os produtos de carne por quatro anos. O acordo inclui também a venda de 10 plantas processadoras de alimentos, oito centros de distribuição e 13 marcas, entre elas a Doriana, Delicata, Rezende e Wilson, disse o conselheiro Ricardo Ruiz na sessão do Cade.

A Brasil Foods disse que as restrições impostas pelo Cade terão impacto de 13 por cento sobre a receita operacional líquida e de 12 por cento sobre o volume de vendas, com base nos dados anuais de 2010, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.


‘Dos males, o menor’

Apesar de ter que vender ativos, eles vão ficar com o melhor deles, a marca Sadia, disse Fausto Gouveia, que gerencia R$ 250 milhões na Legan Asset Management e não detém ações da companhia. “Dos males, o menor”, disse ele hoje em entrevista por telefone em São Paulo.

A Perdigão é a nona marca em valor de mercado dentre as detidas por empresas de capital aberto do País, segundo pesquisa da BrandAnalytics, de São Paulo, e da WPP Plc, a segunda maior companhia de publicidade do mundo, sediada em Dublin. Ela está à frente da Vale, segundo as companhias, que indicam valor de US$ 1,97 bilhão para a marca Sadia.

“A única concorrente da Sadia é a Perdigão e vice-versa”, disse Ragazzo, relator do caso no Cade, o único a votar contra a operação. “A suspensão da marca pode ou não dar certo.”

A Brasil Foods, antes conhecida como Perdigão, controla 69 por cento do mercado de carne processada do País, que inclui pratos prontos, hambúrgueres e almôndegas, segundo o relatório anual de 2010. A companhia foi formada quando a Perdigão comprou a Sadia em 2009, depois de a rival ter perdido mais de R$ 3 bilhões com apostas erradas em derivativos de câmbio em decorrência da quebra do Lehman Brothers Holding Inc., em 2008.

A companhia tem 41 centros de distribuição e 63 fábricas, sendo uma na Argentina, duas na Europa e o restante no Brasil. A fabricante do iogurte Batavo e das sobremesas congeladas Miss Daisy registrou R$ 22,7 bilhões em vendas em 2010.

A Brasil Foods é controlada pelos fundos de pensão Previ, dos funcionários do Banco do Brasil SA, e Petros, da Petróleo Brasileiro SA. A BNDESPar, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, também tem participação na companhia.

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São Paulo - A BRF - Brasil Foods SA disparou na BM&FBovespa e atingiu o maior preço em mais de dois anos, após a aprovação com restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica para a compra da Sadia SA.

A ação da companhia fechou em alta de 9,8 por cento, o maior ganho entre os membros do Ibovespa, cotada a R$ 28,55. O papel chegou a subir 12 por cento hoje, o maior salto em mais de dois anos. A negociação dos papéis da Brasil Foods nas bolsas de São Paulo e de Nova York havia sido suspensa hoje, antes do início da sessão do Cade, e foi retomada em ambas às 15:15.

A aquisição foi aprovada por quatro votos favoráveis e um contrário em sessão que julgou o caso hoje em Brasília. A Brasil Foods terá que suspender o uso da marca Perdigão, avaliada em US$ 1,96 bilhões, e vender ativos, disse o Cade.

“A decisão foi positiva para a empresa, e as ações estão refletindo isso”, disse Cauê Pinheiro, analista da SLW Corretora em entrevista por telefone de São Paulo. “Vai haver sinergias, mesmo com as restrições impostas pelo Cade.”

O presidente da companhia, José Antonio Fay, e outros executivos vinham negociando um acordo nas últimas semanas, após o relator do caso no Cade, Carlos Ragazzo, ter pedido em 8 de junho a reversão da operação de um ano e meio. A Brasil Foods teria muita participação de mercado e poderia prejudicar os consumidores, disse o relator, fazendo com que a ação da companhia recuasse 6,8 por cento. Ragazzo foi o único integrante do conselho a votar contra a aquisição na sessão de hoje.

Acordo com o Cade

Como parte do acordo, a companhia terá que suspender alguns produtos de sua principal marca, a Perdigão, por de três a cinco anos, bem como a marca Batavo em todos os produtos de carne por quatro anos. O acordo inclui também a venda de 10 plantas processadoras de alimentos, oito centros de distribuição e 13 marcas, entre elas a Doriana, Delicata, Rezende e Wilson, disse o conselheiro Ricardo Ruiz na sessão do Cade.

A Brasil Foods disse que as restrições impostas pelo Cade terão impacto de 13 por cento sobre a receita operacional líquida e de 12 por cento sobre o volume de vendas, com base nos dados anuais de 2010, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.


‘Dos males, o menor’

Apesar de ter que vender ativos, eles vão ficar com o melhor deles, a marca Sadia, disse Fausto Gouveia, que gerencia R$ 250 milhões na Legan Asset Management e não detém ações da companhia. “Dos males, o menor”, disse ele hoje em entrevista por telefone em São Paulo.

A Perdigão é a nona marca em valor de mercado dentre as detidas por empresas de capital aberto do País, segundo pesquisa da BrandAnalytics, de São Paulo, e da WPP Plc, a segunda maior companhia de publicidade do mundo, sediada em Dublin. Ela está à frente da Vale, segundo as companhias, que indicam valor de US$ 1,97 bilhão para a marca Sadia.

“A única concorrente da Sadia é a Perdigão e vice-versa”, disse Ragazzo, relator do caso no Cade, o único a votar contra a operação. “A suspensão da marca pode ou não dar certo.”

A Brasil Foods, antes conhecida como Perdigão, controla 69 por cento do mercado de carne processada do País, que inclui pratos prontos, hambúrgueres e almôndegas, segundo o relatório anual de 2010. A companhia foi formada quando a Perdigão comprou a Sadia em 2009, depois de a rival ter perdido mais de R$ 3 bilhões com apostas erradas em derivativos de câmbio em decorrência da quebra do Lehman Brothers Holding Inc., em 2008.

A companhia tem 41 centros de distribuição e 63 fábricas, sendo uma na Argentina, duas na Europa e o restante no Brasil. A fabricante do iogurte Batavo e das sobremesas congeladas Miss Daisy registrou R$ 22,7 bilhões em vendas em 2010.

A Brasil Foods é controlada pelos fundos de pensão Previ, dos funcionários do Banco do Brasil SA, e Petros, da Petróleo Brasileiro SA. A BNDESPar, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, também tem participação na companhia.

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