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Bovespa fecha em queda de 0,8% por cautela com cena política

A queda das ações da Petrobras, em meio a decisão liminar suspendendo a venda da BR Distribuidora, também contribuiu para o desempenho fraco

Bovespa: após iniciar os negócios em terreno positivo, o Ibovespa passou grande parte da sessão sem um viés definido (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bovespa: após iniciar os negócios em terreno positivo, o Ibovespa passou grande parte da sessão sem um viés definido (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 19h52.

São Paulo - A bolsa paulista encerrou esta segunda-feira com seu principal índice em território negativo, com predominância da cautela em relação ao cenário político, que ofuscou os ganhos de ações como Braskem.

A queda das ações da Petrobras, em meio a decisão liminar suspendendo a venda da BR Distribuidora, também contribuiu para o desempenho fraco da Bovespa.

O Ibovespa caiu 0,8 por cento, a 59.831 pontos, perdendo novamente o patamar dos 60 mil pontos que havia recuperado na sexta-feira. Na máxima desta sessão, o índice avançou 0,67 por cento e, na mínima, recuou 1,1 por cento.

O volume financeiro do pregão somou 6,17 bilhões de reais, abaixo da média diária para o ano até o pregão passado, de 7,39 bilhões de reais.

Após iniciar os negócios em terreno positivo, o Ibovespa passou grande parte da sessão sem um viés definido, com investidores ponderando as complicações do cenário político nacional e seus efeitos na recuperação da economia.

As manifestações de domingo contra a corrupção e em apoio à operação Lava Jato tiveram como alvo principal parlamentares e, particularmente, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Apesar do alívio com o fato do presidente Michel Temer não ter sido o alvo principal dos protestos, permanece a cautela quanto à expectativa de que essas inquietações possam dificultar o andamento no Congresso Nacional das medidas consideradas importantes para recuperação da economia, disseram operadores.

Nesse contexto, o mercado monitorava a proposta de reforma da Previdência, que deve ser enviada ao Congresso na terça-feira, após a apresentação a líderes da base aliada da Câmara e Senado.

Segundo Temer, a medida não prevê mudanças para quem já recebe o benefício ou já completou as condições para receber aposentadoria, e trará regras de transição.

Destaques

- PETROBRAS PN caiu 1,07 por cento e PETROBRAS ON perdeu 3,38 por cento, após subirem cerca de 1,5 por cento nas máximas do dia. A virada ocorreu depois que a Agência Brasil noticiou que a 3ª Vara da Justiça Federal em Sergipe determinou, em decisão liminar, a suspensão do processo de venda de participação da Petrobras na BR Distribuidora.

- BANCO DO BRASIL perdeu 1,91 por cento, em sessão negativa para o setor bancário como um todo. ITAÚ UNIBANCO caiu 0,35 por cento, enquanto BRADESCO PN teve baixa de 0,53 por cento.

- COSAN teve desvalorização de 3,12 por cento, com operadores citando a baixa da cotação do açúcar como fator de pressão para as ações da empresa.

- VALE PNA valorizou-se 0,8 por cento e VALE ON avançou 0,37 por cento, em sessão de ganhos para os preços do minério de ferro, mas longe das máximas do pregão, refletindo os receios com o lado político.

- BRASKEM PNA subiu 5,28 por cento, renovando maior cotação histórica de fechamento, a 32,1 reais, após ter subido mais de 12 por cento na sexta-feira. O otimismo reflete a expectativa por acordo de leniência com autoridades no Brasil e Estados Unidos compreendendo todos os fatos que envolveram a petroquímica no âmbito da Lava Jato.

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