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Bovespa fecha em baixa de 1,4% após eleição de Trump

A Bovespa abriu com o mau humor mais acentuado, reagindo às incertezas ao discurso com viés mais protecionistas de Trump na campanha

Bovespa: "O mercado continua cauteloso, mas não está vendo a situação tão ruim como se esperava" (Paulo Fridman/Bloomberg News/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 18h56.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista encerrou em baixa nesta quarta-feira, por cautela após a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, embora as perdas tenham sido limitadas pela recuperação em Wall Street e pelos ganhos das ações da Vale

O Ibovespa caiu 1,4 por cento, a 63.258 pontos, após ter perdido 3,7 por cento no pior momento do dia e subido 0,3 por cento na máxima.

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O volume financeiro do pregão foi intenso, somando 11,5 bilhões de reais, acima da média diária do mês até a véspera, de 8,3 bilhões de reais.

A Bovespa abriu com o mau humor mais acentuado, reagindo às incertezas ao discurso com viés mais protecionistas de Trump na campanha.

No entanto, o tom mais conciliador adotado após a vitória surpreendente sobre a favorita Hillary Clinton e a melhora em Wall Street amenizaram as preocupações.

"O mercado continua cauteloso, mas não está vendo a situação tão ruim como se esperava. O discurso (de vitória do Trump) foi centrado, bem objetivo, sem o que ele falava durante a eleição. Isso ajuda a mudar um pouco a cabeça das pessoas", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.

Em Wall Street, o S&P 500 subia cerca de 1,15 por cento, com investidores voltando as atenções a setores que mostram inclinação a se beneficiar das políticas de uma Presidência de Trump.

Segundo especialistas consultados pela Reuters antes da eleição norte-americana, a vitória de Trump poderia indicar uma interrupção temporária no ritmo de recuperação do Ibovespa, que subiu 48 por cento no ano até a sessão passada, mas sem impactos de longo prazo.

Operadores destacam que o avanço em medidas econômicas no Brasil, como a aprovação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos no Senado e o encaminhamento da proposta de reforma da Previdência, será crucial para a manutenção da recuperação da bolsa brasileira.

Outro fator que pode beneficiar o Brasil no médio prazo é a busca por alternativas ao México, país na linha de frente dos emergentes com mais exposição aos EUA.

Destaques

- ITAÚ UNIBANCO caiu 3,2 por cento, em sessão negativa para os bancos como um todo, e também tendo no radar o anúncio de mudança no comando do maior banco privado do país, com a substituição de Roberto Setubal por Candido Bracher em abril de 2017. BRADESCO PN perdeu 2,75 por cento e BANCO DO BRASIL recuou 3,54 por cento. Os dois bancos divulgam resultado na quinta-feira.

- PETROBRAS PN caiu 2,29 por cento, enquanto PETROBRAS ON subiu 0,94 por cento, em sessão marcada por alguma volatilidade nos preços do petróleo, que encerraram em alta. A petroleira anunciou na véspera redução nos preços de combustíveis, decisão que para o BTG Pactual, embora mostre impacto negativo no primeiro momento, reforça a percepção de independência da empresa.

- CIELO caiu 3,15 por cento. A empresa reportou lucro líquido de 1,05 bilhão de reais no terceiro trimestre, alta de 14,5 por cento ante igual período de 2015, com os números de seu balanço considerados neutros para suas ações por analistas do Credit Suisse.

- KROTON teve baixa de 4,55 por cento, a maior baixa do Ibovespa, um dia antes de divulgar seu balanço trimestral.

- VALE PNA subiu 1,86 por cento e enquanto VALE ON teve alta de 4,3 por cento, diminuindo a pressão negativa sobre o Ibovespa. Os preços do minério de ferro para entrega imediata no porto chinês de Tianjin tiveram mais uma sessão de alta.

- GERDAU PN subiu 6,36 por cento, o maior ganho do Ibovespa, após a empresa anunciar balanço do terceiro trimestre, com números considerados sólidos pela equipe do BTG Pactual. Além disso, o conselho de administração da Metalúrgica Gerdau aprovou a venda de até 50 milhões de ações preferenciais da Gerdau nos próximos 180 dias, decisão que analistas do Itaú BBA consideraram "muito positiva". Os papéis da Metalúrgica Gerdau subiram 3,75 por cento.

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