Bovespa fecha em alta de 1,03% com cena externa

Por Rosangela Dolis

São Paulo - A Bovespa colou na alta das Bolsas norte-americanas e avançou hoje 1,03% para 71.674,90 pontos, a maior pontuação desde 8 de abril deste ano, quando a marca foi de 71.784 pontos. As Bolsas de Nova York subiram em reação à percepção de que haverá mais afrouxamento monetário no país, após divulgação ontem da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), em 21 de setembro; a dados da balança comercial da China em setembro que favorecem setores exportadores nos EUA ; e também a informes de resultados de empresas importantes.

Na escalada, o Ibovespa encontrou fôlego em uma cesta de ações dos setores de construção civil, bancário e aéreo. Ao longo da sessão, foi da mínima de 70.949,45 pontos, estável, logo na abertura, à máxima de 71.994,80 pontos, em alta de 1,48%, no início da tarde. No mês, acumula ganho de 3,23% e no ano, de 4,50%. O volume financeiro atingiu R$ 9,326 bilhões, voltando à media da semana anterior.

As blue chips, Petrobras e Vale tiveram um dia sem brilho, envolvidas nas disputas em meio ao vencimento de opções sobre Ibovespa futuro, hoje, e de opções sobre ações, na próxima segunda-feira. Petrobras teve perdas (ON, -0,49%, e PN, -0,54%) e Vale registrou desempenhos desencontrados (ON, -0,09%, e PNA, +0,51%).

No setor de construção, no fechamento do mercado, Rossi Residencial ON subiu 6,74% (a maior alta do Ibovespa); MRV ON, 6,47%; Gafisa, +5,36%; Cyrela, +3,09%; e PDG ON, +2,62%.

Entre os bancos, Banco do Brasil ON ganhou 4,34%; a unit do Santander valorizou-se 2,60%; e Bradesco PN, 2,08%. Já no setor aéreo, TAM PN teve alta de 5,96% e Gol PN de 4,89%.

Ainda entre as maiores altas do Ibovespa estiveram as ações ON (+6,12%)e PNB (+6,08%) da Eletrobras. Analistas relacionaram o bom desempenho dos papéis da estatal, e também das ações do Banco do Brasil, à expectativa de que a pesquisa Ibope que será divulgada à noite, a primeira medição do segundo turno presidencial feita pelo instituto, apontaria empate técnico entre os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Petrobras não teria captado esse impacto em razão da sua recente megacapitalização e dos relatórios divulgados na semana passada por bancos e corretoras que rebaixaram as indicações dos papéis da estatal.

Em Nova York, as bolsas desaceleraram ganhos na última hora, no que foram acompanhadas pela Bovespa, num movimento de realização de lucros intraday. O Dow Jones subiu 0,69%, para 11.096,08 pontos; o Nasdaq, +0,96%, para 2.441,23 pontos; e o S&P500, +0,71%, para 1.178,10 pontos.

A expectativa de novas medidas para estimular a economia norte-americana foi reforçada pela ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, divulgada ontem. Ela deixou claro que a janela para mais afrouxamento quantitativo continua aberta, uma vez que os juros já estão na faixa de 0% a 0,25%, e é dado como certo que o BC americano irá comprar mais Treasuries (títulos do Tesouro americano) de longo prazo no encontro do próximo dia 3 de novembro.

Além disso, as ações de indústrias e de empresas ligadas a insumos estiveram entre os destaques de alta nas bolsas de Nova York depois de a China informar que seu superávit comercial caiu em setembro para US$ 16,88 bilhões, nível mais baixo em cinco meses, e que as importações chinesas de commodities tiveram um crescimento forte.