Bolsas europeias recuam com apreensão sobre bancos
Por Patricia Lara Londres - As principais Bolsas europeias fecharam em baixa, em meio à preocupação de que os recentes testes de estresse teriam superestimado o vigor financeiro das instituições submetidas ao exame. As apreensões foram renovadas após a publicação de uma análise no Wall Street Journal, segundo a qual os recentes testes de estresse […]
Da Redação
Publicado em 7 de setembro de 2010 às 11h23.
Por Patricia Lara
Londres - As principais Bolsas europeias fecharam em baixa, em meio à preocupação de que os recentes testes de estresse teriam superestimado o vigor financeiro das instituições submetidas ao exame. As apreensões foram renovadas após a publicação de uma análise no Wall Street Journal, segundo a qual os recentes testes de estresse sobre a saúde dos grandes bancos subestimaram os riscos potenciais de alguns papéis de dívida de governos que estão nas carteiras dessas instituições. Segundo o jornal, uma avaliação detalhada das informações prestadas pelos bancos indica que algumas instituições não forneceram uma visão ampla de suas posições conforme o solicitado pelas autoridades reguladoras europeias.
A história também contribuiu para uma queda acentuada do euro. Por volta das 14 horas, a moeda única valia US$ 1,2726, de US$ 1,2896 no fim da tarde de segunda-feira, em Nova York.
Além da notícia sobre os testes de estresse, o indicador de encomendas às indústrias da Alemanha em julho mostrou queda de 2,2%, ante junho, contrariando previsão de economistas de alta de 0,4%. O aumento das encomendas em junho foi revisado do número original de 3,2% para 3,6%.
Na Bolsa de Londres, o índice FT-100 fechou em baixa de 0,58%, em 5.407,82 pontos. As ações do Lloyds Banking Group foram as mais negociadas e fecharam em baixa de 0,51%, seguidas por Vodafone (+0,06%). Entre os outros bancos, o Barclays perdeu 2,74% e o Royal Bank of Scotland, 1,79%. O HSBC cedeu 0,06%, em um dia em que foi divulgado que seu presidente Stephen Green foi indicado para ser o ministro britânico de Comércio e Investimento. Ele deixará o banco até o final do ano e assumirá o novo posto em janeiro de 2011.
O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, fechou em queda de 1,1%, em 3.643,81 pontos. Os papéis do grupo Accor cederam 1,30% e os da Air France, 0,73%. A Total caiu 1,5%, na medida em que as operações das refinarias da companhia foram afetadas pela greve de 24 horas que paralisou o setor de transporte público e outros serviços na França. Os manifestantes protestam contra o plano de reforma da previdência, que prevê elevação do limite mínimo para aposentadoria. Entre os bancos franceses, o Société Générale caiu 3,9% e o Dexia, 3,8%.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice Xetra-DAX terminou o pregão com recuo de 0,60%, em 6.117,89 pontos. As ações da varejista Karstadt Quelle despencaram 12,24% e estiveram entre as mais negociadas do dia. A Corte de Essen aprovou na semana passada a venda da combalida varejista para o investidor Nicholas Berggruen e credores das lojas.
O índice FTSE-Mib, da Bolsa de Milão, fechou em baixa de 1,28%, em 20.395,45 pontos. As ações da Unicredito Italiano (2,44%), Mediobanca (2,38%) e Intesa Sanpaolo (2%) foram as que mais absorveram as pressões de vendas.
Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 perdeu 1,35%, em 10.479,10 pontos. Santander (1,67%) e BBVA (2,17%) acompanharam as perdas de outros bancos na Europa. As ações da Gamesa caíram 2,16%, sem se isolarem das perdas e mantendo reação desanimada observada mesmo após a notícia, divulgada ontem cedo, de que a companhia vai fornecer turbinas eólicas com capacidade de geração de 258 megawatts para os projetos da Iberdrola Renovables no Brasil.
O índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, perdeu 0,55% e encerrou o dia aos 7.420,74 pontos. As informações são da Dow Jones.