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Bolsas de NY fecham em forte queda após ata do Fed

O Fed planeja avaliar o desempenho de seu programa de estímulo à recuperação econômica na próxima reunião, em 19 e 20 de março


	Fachada do prédio do Federal Reserve, em Washington
 (Mark Wilson/Getty Images)

Fachada do prédio do Federal Reserve, em Washington (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

As Bolsas de Nova York fecharam em forte queda nesta quarta-feira, após acentuarem as perdas com a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed). O banco central norte-americano expôs uma divisão interna e sinalizou uma possível antecipação do fim de suas políticas de estímulo.

O índice Dow Jones perdeu 108,13 pontos (0,77%) e fechou a 13.927,54 pontos, nível mais baixo desde 4 de fevereiro e registrando sua segunda maior queda do ano. O Nasdaq recuou 49,18 pontos (1,53%), terminando a 3.164,41 pontos. E o S&P 500 teve queda de 18,99 pontos (1,24%), encerrando a sessão a 1.511,95 pontos.

Na ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc), realizada nos dias 29 e 30 de janeiro, os dirigentes do Fed manifestaram uma inquietação crescente com a política monetária acomodatícia da instituição e alguns deles sugeriram que o banco central poderá ter de endurecer a política antes de uma normalização completa do mercado de trabalho.

O documento aponta que alguns participantes mostraram a preocupação de que a política monetária frouxa possa levar à instabilidade nos mercados financeiros e de que poderá ser mais difícil revertê-la no futuro. O Fed planeja avaliar o desempenho de seu programa de estímulo à recuperação econômica na próxima reunião, em 19 e 20 de março.

"A ata do Fed mostrou que a política de impressão de dinheiro ainda está enraizada, mas que eles já estão pensando em como sair dela", disse Rick Fier, diretor da Conifer Securities. Os estímulos do Fed têm sido citados como fator fundamental para os ganhos do mercado acionário nos últimos anos e os investidores vêm observando atentamente sinais de uma mudança de direção.

Antes disso, as Bolsas de Nova York iniciaram a sessão pressionadas pelo relatório sobre construções de moradias iniciadas nos EUA, que mostrou uma queda de 8,5% em janeiro ante o mês anterior, bem maior do que o recuo de 3,1% previsto por economistas. "Ainda parece que estamos no início de uma recuperação do mercado imobiliário", disse Terry Sandven, estrategista do U.S. Bank Wealth Management.

Na Europa, a maioria das Bolsas fechou em baixa influenciadas por indicadores mistos e pela cautela gerada antes da publicação da ata do Fed. A ata da reunião de fevereiro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE) surpreendeu ao revelar que o grupo que decide o rumo do juro britânico ficou dividido. Três membros votaram em favor do aumento do programa de relaxamento quantitativo em 25 bilhões de libras, o que elevaria o total para 400 bilhões de libras. Entre os que desejam novos incentivos está o presidente da instituição, Mervyn King, que deixará o cargo no meio deste ano. O cenário é bem diferente do apresentado na reunião de janeiro, quando a votação favorável à manutenção do programa havia sido de 8 a 1.


O noticiário corporativo também pesou sobre as Bolsas norte-americanas. O destaque do dia foi a fusão entre duas grandes redes de papelaria e material de escritório dos EUA, a Office Depot e a OfficeMax, numa transação que só envolve ações e estima o valor da OfficeMax em cerca de US$ 1,19 bilhão. As empresas descreveram o acordo como uma "fusão de iguais" em um comunicado conjunto, que se seguiu ao que aparentemente foi uma divulgação acidental de um comunicado anterior da Office Depot na véspera. As ações da Office Depot despencaram 16,73% em Nova York, enquanto a OfficeMax encerrou a sessão com deslize de 7%.

Todos os 10 setores do S&P 500 caíram. As ações da Alcoa recuaram 2,8% e a Caterpillar perdeu 2,49% após apresentar baixa de 4% nas vendas nos três meses até janeiro. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 11%.

As ações da Apple tiveram desvalorização de 2,2%, após a fabricante de produtos de tecnologia Foxconn, que tem a Apple como cliente, informar que está paralisando as contratações de trabalhadores de linha de montagem na China devido à elevada taxa de retorno dos funcionários ao trabalho depois do feriado prolongado do Ano Novo Lunar no país. As informações são da Dow Jones.

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