Bolsa `nem cara, nem barata´ para investidores institucionais
Segundo pesquisa do Santander, o otimismo por retornos positivos é restringido pelas inseguranças externas
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2010 às 12h27.
São Paulo - Os investidores institucionais não acreditam numa forte recuperação do Ibovespa ainda este ano. É o que diz uma pesquisa do Santander que os entrevistou em agosto, durante a 11ª Conferência Anual do banco. A consulta aponta uma expectativa para o Ibovespa entre 70 e 75 mil pontos até dezembro. A faixa apontada fica abaixo do consenso do mercado, que está na casa dos 85 mil pontos.
De acordo com as respostas dos investidores, o principal fator que pode afetar o desempenho dos ativos nacionais são as preocupações quanto ao crescimento econômico na China e a retração da economia americana. Juntos, os dois representam 58% das respostas quanto aos fatores de risco. "Em nossa opinião, o principal catalisador para as ações nacionais será o alívio dessas preocupações", dizem os analistas Leonardo Milane e Marcelo Audi. No entanto, ainda que temam incertezas externas, a maioria dos investidores também aposta em um crescimento controlado nas duas economias, suficiente para manter a confiança do mercado.
Mercado menos defensivo
A consulta revelou ainda preferência pelos setores de serviços imobiliários, financeiros e de mineração e aço como os mais rentáveis, enquanto telefonia, petróleo e gás e serviços de energia foram apontados como os menos rentáveis. "A preferência por esses setores é típica de um mercado de altas: setores cíclicos sendo favorecidos, em detrimento dos setores defensivos", apontam os analistas. Também na avaliação dos investidores, o preço dos ativos nacionais é considerado baixo. A maioria das respostas localizou a bolsa brasileira em posição intermediária de preço, "nem cara, nem barata". Entre as ações, Vale e bancos são os investimentos preferidos.
Outra investigação do comportamento dos investimentos sugerida pelas respostas é uma maior inclinação à compra de ativos que à venda. O comportamento mais recorrente é a espera por um cenário de leve queda para a saída às compras, em comparação à menor tendência à venda num cenário de alta, responderam os gestores de fundos.
Siga as últimas notícias deMercados no Twitter
Assine a newsletter doCanal de Mercados