Bolsa abre perto da estabilidade após medidas do BC
Por Olívia Bulla São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia próxima da estabilidade, após o Banco Central (BC) anunciar, na manhã de hoje, novas medidas para o câmbio. Ao longo do dia, o otimismo dos mercados internacionais diante dos dados econômicos norte-americanos mais robustos pode prevalecer sobre o […]
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 10h07.
Por Olívia Bulla
São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia próxima da estabilidade, após o Banco Central (BC) anunciar, na manhã de hoje, novas medidas para o câmbio. Ao longo do dia, o otimismo dos mercados internacionais diante dos dados econômicos norte-americanos mais robustos pode prevalecer sobre o impacto negativo das medidas do BC sobre as ações dos bancos. Às 11h06 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) tinha leve baixa de 0,06%, aos 71.051 pontos.
Hoje, o BC anunciou a criação do compulsório de 60% na posição vendida de dólar dos bancos. A medida beneficia o setor exportador, o que contribui para os ganhos nos negócios locais com ações. As instituições financeiras terão 90 dias para se adequar à nova regra anunciada pelo diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes. Segundo ele, o compulsório cambial valerá a partir de 4 de abril e a medida busca melhorar o funcionamento do mercado à vista.
No jargão do mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou o pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta dos bancos de que o real vai se valorizar. Estar "comprado", por consequência, sinaliza a expectativa de depreciação da moeda brasileira.
"Nessa linha, as ações das empresas exportadoras sobem e as dos bancos caem", avalia o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. Porém, ele salienta que o bom humor dos mercados internacionais tende a predominar na direção da Bolsa. "O que vale é o contexto macroeconômico e o exterior está muito positivo", avalia.
Galdi acrescenta que a medida do BC anunciada hoje deve ter um efeito pontual nas ações das instituições financeiras, "sem mudar o humor do investidor". "Está entrando dólar no País por vários lados. A decisão do BC é mais prudencial, de ir contra o especulador, a fim de frear a alta do real", completa.
No exterior, a agenda econômica norte-americana para o dia é fraca. Ela traz apenas a divulgação dos pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos Estados Unidos, às 11h30 (horário de Brasília), além da divulgação das vendas no varejo do país em dezembro, ao longo do dia.