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BM&FBovespa reduz metas e acusa 'violência' estatal no câmbio

Presidente da bolsa atacou as medidas para controlar a valorização do real e reclamou que o governo o recebeu "com cara de paisagem"

Edemir Pinto, presidente-executivo da BM&FBovespa, não gostou das medidas (Luciana Cavalcanti/VOCÊ S.A.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2011 às 18h16.

São Paulo - A BM&FBovespa classificou de violenta e ilegal a intervenção do governo no mercado de derivativos cambiais e que ainda não sabe como aplicar as medidas anunciadas recentemente.

"Foi uma violência, uma intervenção sem limites que a gente lamenta muito", disse o presidente-executivo da bolsa, Edemir Pinto, a jornalistas nesta quarta-feira.

No fim de julho, o governo criou uma taxação de IOF nas exposições em derivativos cambiais, em um esforço para reduzir as apostas contra o dólar e conter a valorização do real.

O segmento de câmbio responde por cerca de 12 por cento das receitas da bolsa, cujas ações foram fortemente penalizadas após o anúncio. A instituição teme uma migração dos investidores que precisam de hedge cambial para mercados no exterior, o que já vem acontecido nos últimos meses.

Segundo Edemir, líderes de entidades do mercado foram a Brasília para tentar mostrar aspectos ilegais na medida e de impedimentos operacionais para sua aplicação, mas foram recebidos "com cara de paisagem pelo governo".

O menor movimento no câmbio pode pressionar ainda mais as receitas da BM&FBovespa, já abatidas com a queda dos volumes no mercado de ações, com investidores preferindo se refugiar em ativos de menor risco em meio ao cenário global turbulento.

Diante desse quadro, a bolsa revisou para baixo uma série de metas de desempenho, como a de alcançar 5 milhões de investidores pessoa física, que passou de 2015 para 2018.

A companhia também desistiu da estimativa de ver as empresas no Brasil levantando 55 bilhões de reais em ofertas de ações este ano. Manteve, no entanto, a expectativa de ter 200 novas empresas no pregão até 2014.

"Há preocupações internas com temas como inflação e medo de intervenção estatal em grandes empresas, o que foi agravado com o cenário internacional", disse Edemir.

Para tentar amenizar a queda de receita provocada pela fraqueza nos segmentos cambial e acionário, a bolsa acenou com planos de estímulos a investidores. O plano é lançar em breve um programa de descontos para negociações de grandes volumes e isenção da cobrança de taxa de custódia a pessoas físicas.

Para 2012, a meta é integrar as quatro clearings da bolsa (ações, derivativos, câmbio e ativos) em uma. Com isso, espera reduzir o risco das operações realizadas nos diferentes mercados por investidores que, assim, teriam mais recursos para se alavancar.


Resultado

A companhia divulgou na terça-feira à noite que fechou o segundo trimestre com lucro líquido de 294,2 milhões de reais, queda 3,8 por cento em relação ao ganho apurado em igual período de 2010, mas acima da média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters, de 272 milhões de reais.

"Os números vieram levemente acima das expectativas, devido principalmente ao bom desempenho na gestão de custos", escreveram os analistas do Itaú BBA, em relatório.

Às 14h53, a ação da companhia avançava 4,76 por cento, a 8,80 reais. No mesmo instante, o Ibovespa caía 0,7 por cento.

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São Paulo - A BM&FBovespa classificou de violenta e ilegal a intervenção do governo no mercado de derivativos cambiais e que ainda não sabe como aplicar as medidas anunciadas recentemente.

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No fim de julho, o governo criou uma taxação de IOF nas exposições em derivativos cambiais, em um esforço para reduzir as apostas contra o dólar e conter a valorização do real.

O segmento de câmbio responde por cerca de 12 por cento das receitas da bolsa, cujas ações foram fortemente penalizadas após o anúncio. A instituição teme uma migração dos investidores que precisam de hedge cambial para mercados no exterior, o que já vem acontecido nos últimos meses.

Segundo Edemir, líderes de entidades do mercado foram a Brasília para tentar mostrar aspectos ilegais na medida e de impedimentos operacionais para sua aplicação, mas foram recebidos "com cara de paisagem pelo governo".

O menor movimento no câmbio pode pressionar ainda mais as receitas da BM&FBovespa, já abatidas com a queda dos volumes no mercado de ações, com investidores preferindo se refugiar em ativos de menor risco em meio ao cenário global turbulento.

Diante desse quadro, a bolsa revisou para baixo uma série de metas de desempenho, como a de alcançar 5 milhões de investidores pessoa física, que passou de 2015 para 2018.

A companhia também desistiu da estimativa de ver as empresas no Brasil levantando 55 bilhões de reais em ofertas de ações este ano. Manteve, no entanto, a expectativa de ter 200 novas empresas no pregão até 2014.

"Há preocupações internas com temas como inflação e medo de intervenção estatal em grandes empresas, o que foi agravado com o cenário internacional", disse Edemir.

Para tentar amenizar a queda de receita provocada pela fraqueza nos segmentos cambial e acionário, a bolsa acenou com planos de estímulos a investidores. O plano é lançar em breve um programa de descontos para negociações de grandes volumes e isenção da cobrança de taxa de custódia a pessoas físicas.

Para 2012, a meta é integrar as quatro clearings da bolsa (ações, derivativos, câmbio e ativos) em uma. Com isso, espera reduzir o risco das operações realizadas nos diferentes mercados por investidores que, assim, teriam mais recursos para se alavancar.


Resultado

A companhia divulgou na terça-feira à noite que fechou o segundo trimestre com lucro líquido de 294,2 milhões de reais, queda 3,8 por cento em relação ao ganho apurado em igual período de 2010, mas acima da média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters, de 272 milhões de reais.

"Os números vieram levemente acima das expectativas, devido principalmente ao bom desempenho na gestão de custos", escreveram os analistas do Itaú BBA, em relatório.

Às 14h53, a ação da companhia avançava 4,76 por cento, a 8,80 reais. No mesmo instante, o Ibovespa caía 0,7 por cento.

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