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Bancos elevam projeção para a Bolsa de olho no lucro das companhias

O otimismo vem em um momento em que o índice se aproxima da maior queda mensal desde agosto

Ibovespa: bancos acreditam que o principal pode chegar até 105 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: bancos acreditam que o principal pode chegar até 105 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 17 de maio de 2019 às 16h06.

(Bloomberg) -- Morgan Stanley e Citigroup estão mantendo sua visão otimista para as ações brasileiras, apostando que os lucros corporativos continuarão a crescer, apesar do ritmo lento da recuperação econômica no país.

O Morgan Stanley elevou sua projeção de 12 meses para o Ibovespa de 100.000 para 105.000 nesta semana. O estrategista Guilherme Paiva vê um cenário favorável para as ações da região em meio à pausa no aperto monetário do Federal Reserve, preços elevados das commodities e expansão dos lucros.

O Citigroup está ainda mais otimista, vendo o índice em 104.000 já no final do ano - um ganho de 14% em relação aos níveis atuais. Estrategista Julio Zamora está dizendo aos investidores para que se concentrem na expansão dos lucros, mesmo em meio à atividade fraca. Goldman Sachs e Barclays foram algumas das casas que cortaram suas previsões para a economia brasileira nesta semana, depois que os dados do BC sinalizaram uma contração no primeiro trimestre do ano.

"Esperamos que os lucros permaneçam bastante resilientes às revisões descendentes do PIB", escreveu Zamora em nota de 14 de maio. "A contínua diversificação, a alavancagem operacional e os juros baixos atuam como contrapeso ao crescimento mais lento."

As ações brasileiras estão sendo negociadas a 11,1 vezes os lucros estimados, abaixo de sua média de cinco anos de 12,8 vezes. Mas, enquanto o Brasil parece estar negociando em linha com múltiplos mais recentes, o Citi diz que "a inflação e as taxas de juros historicamente baixas sustentam um múltiplo mais elevado".

O otimismo vem em um momento em que o índice se aproxima da maior queda mensal desde agosto, apagando os ganhos deste ano em dólares, já que o ruído no cenário político doméstico acrescentou às preocupações com os ativos dos mercados emergentes em meio à escalada da guerra comercial global. No mês passado, a SPX Capital zerou sua exposição direcional comprada em bolsa.

Os estrategistas citam a perspectiva de reformas como outro ponto positivo para os ativos brasileiros. Zamora disse que a volatilidade de curto prazo provavelmente permanecerá alta em meio às negociações entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e congressistas sobre a proposta da reforma da Previdência.

A proposta para mudanças nas regras passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em meados de abril, depois de um debate mais longo do que o esperado, mas ainda precisa do aval da comissão especial da para ser encaminhada à primeira de várias votações em plenário.

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