Balanços: o pior não chegou para todos
A temporada de balanços chega ao fim nesta terça-feira mostrando que a recuperação das empresas listadas na bolsa está bem dividida: alguns inesperados setores mostraram avanços, enquanto outros ainda sofrem com prejuízos milionários. Um dos setores positivos foi o financeiro. Os principais bancos do país tiveram lucros maiores do que o projetado por analistas, já […]
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2016 às 19h48.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h29.
A temporada de balanços chega ao fim nesta terça-feira mostrando que a recuperação das empresas listadas na bolsa está bem dividida: alguns inesperados setores mostraram avanços, enquanto outros ainda sofrem com prejuízos milionários. Um dos setores positivos foi o financeiro. Os principais bancos do país tiveram lucros maiores do que o projetado por analistas, já que as despesas com provisões e inadimplência caíram. O destaque foi o lucro do Santander, o único que mostrou um avanço na comparação anual, de 4,3% para 1,8 bilhão de reais.
Algumas empresas problemáticas também mostraram melhoras. É o caso da companhia aérea Gol que surpreendeu o mercado ao divulgar um lucro de 65 milhões de reais, quando analistas esperavam um prejuízo de 150 milhões de reais. Apesar da melhora, seu presidente Paulo Kakinoff afirmou, em teleconferência, que as incertezas macroeconômicas e políticas devem levar a uma retomada de crescimento apenas em 2018.
Já para as varejistas, a situação ainda se mostra desafiadora. No segmento de roupas, a líder Renner mostrou a primeira contração nas vendas no conceito mesmas lojas (abertas há pelo menos 12 meses) em sete anos, de 3,9%. No Grupo Pão de Açúcar, o prejuízo mais que dobrou na comparação com o terceiro trimestre de 2015 e chegou a 308 milhões de reais. Até setembro, o varejo acumula queda de 6,5% nas vendas em 2016 e analistas não esperam grandes melhoras no último trimestre do ano. A melhora na confiança do consumidor ainda não foi suficiente para elevar as vendas.
A estatal Petrobras assustou o mercado na semana passada ao apresentar o terceiro maior prejuízo de sua história, no valor de 16,3 bilhões de reais, enquanto analistas esperavam um lucro. Desse montante, 15,7 bilhões de reais vieram de uma baixa contábil de ativos e investimentos. Apesar dos números, analistas consideraram que outros importantes indicadores mostraram melhora, como a dívida, que diminui para 4 vezes a geração de caixa, ante a alavancagem de 4,49 vezes no fim de junho. Em relatório, analistas do Bradesco BBI ressaltaram que a estatal está “limpando a casa”. A esperança de números melhores está em 2017.