Autoban, 1ª debênture de infraestrutura, mira investidor

São Paulo - No novo mercado para títulos de infraestrutura, o governo está contando com investidores locais para gerar a demanda desejada para financiar R$ 1 trilhão em estradas, fábricas e aeroportos.

A Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes SA, que opera as rodovias Anhanguera e Bandeirantes em São Paulo, disse que vai tentar atrair investidores domésticos na primeira emissão de debêntures de infraestrutura no país. A empresa pretende emitir R$ 100 milhões em papéis de quatro anos, que pagarão até 0,25 ponto percentual acima do rendimento das Notas do Tesouro Nacional série B com vencimento em 2016, que hoje pagam 3,3356 por cento acima da inflação. No Chile, os títulos atrelados à inflação com vencimento em 2021 emitidos pela operadora Sociedad Concessionaria Autopista del Bosque rendem 3,91 por cento.

O governo tenta alternativas para financiar melhorias na infraestrutura antes da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Para estimular o mercado, foram feitas mudanças na legislação para desoneração das debêntures e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ofereceu o compartilhamento de garantiras para quem comprar os novos títulos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse no mês passado que as novas regras vão ajudar a atrair estrangeiros, que ignoraram uma oferta em maio.

“É muito importante para nós ter um negócio sólido”, disse Henrique Catarino, chefe da área internacional de vendas do Banco Votorantim SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Depois que uma operação tiver sucesso, pode se tornar um ciclo virtuoso. Para estrangeiros, é importante ter investidores locais participando. Para ter sucesso, alguém tem que trazer investidores estrangeiros.