Após subir por três dias, dólar recua de volta a R$3,55
O resultado foi favorecido pelo recuo global da moeda após dados mais fracos de inflação aliviarem a pressão sobre alta de juros adicionais nos EUA
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2018 às 13h01.
Após subir por três dias seguidos, o dólar operava em queda e de volta ao nível de 3,55 reais nesta quinta-feira, favorecido pelo recuo global da moeda norte-americana após dados mais fracos de inflação aliviarem a pressão sobre alta de juros adicionais nos Estados Unidos neste ano.
Às 11:53, o dólar recuava 1,03 por cento, a 3,5583 reais na venda, depois de acumular alta de 2,62 por cento no mês até a véspera, quando encostou no patamar de 3,60 reais, o maior em dois anos.
Entre fevereiro e abril, a moeda norte-americana já havia saltado 10 por cento. O dólar futuro tinha queda de cerca de 1,20 por cento.
"Os rendimentos dos Treasuries estão caindo, a moeda recua no exterior e aqui aproveita para corrigir", disse o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.
O retorno dos títulos norte-americanos recuavam nesta sessão, com o papel de dez anos abaixo do nível de 3 por cento tocado recentemente em meio à percepção de que os juros poderiam subir mais intensamente nos Estados Unidos neste ano em meio ao cenário de inflação e atividade mais fortes.
Neste pregão, os mercados respiravam um pouco mais aliviados depois da divulgação de que o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentou menos do que o esperado em abril.
O dólar caía ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
Internamente, o chamado diferencial de juros também influenciava os mercados, diante da expectativa de que o Banco Central brasileiro vai reduzir a Selic na próxima semana para nova mínima histórica, a 6,25 por cento ao ano.
E, com temores de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, poderia elevar mais os juros nos Estados Unidos, os investidores tendem a migrar para a maior economia do mundo atrás de rendimentos com baixíssimo risco.
"Mesmo que o BC corte os juros por aqui, o mercado doméstico continua atrativo, não tanto quanto antes, mas continua", afirmou Foresti, acrescentando que, diante do cenário eleitoral incerto, a pressão de alta do dólar é maior do que a de queda.
Mas, mesmo em meio ao nervosismo que tomou conta das moedas emergentes nos últimos dias, pesquisa Reuters com analistas constatou que, pelo menos para as seis principais divisas latino-americanas, uma parte da perda de valor recente deve ser recuperada nos próximos meses.
O dólar deve ser negociado a 3,40 reais em 12 meses, mostrou a pesquisa, sobre 3,35 reais esperados no levantamento de um mês atrás, enquanto o peso mexicano permaneceu em 18,5 por dólar.
O BC vendeu, pela sexta sessão, a oferta integral de até 8.900 mil contratos em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 2,670 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vence em junho.
Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem e colocado o equivalente a 2,8 bilhões de dólares adicionais.