Após IPCA, juros elevam chance de Selic maior em abril
Apesar da trajetória, os agentes seguem com dúvidas sobre quando o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciará o ciclo de aperto monetário
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2013 às 19h08.
São Paulo - O resultado do IPCA de março, levemente abaixo da mediana das estimativas, fez as taxas futuras de juros devolverem, na abertura dos negócios desta quarta-feira, a alta da véspera. O movimento de queda, entretanto, durou pouco.
Quando o mercado analisou a decomposição do índice e recebeu um comunicado do Banco Central sobre a inflação, as taxas de curto prazo voltaram para o ajuste e passaram, inclusive, a exibir leve alta do meio da tarde para frente, ampliando as chances de a Selic subir na próxima semana.
Apesar da trajetória, os agentes seguem com dúvidas sobre quando o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciará o ciclo de aperto monetário.
Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (464.225 contratos) marcava 7,28%, de 7,26% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (633.585 contratos) apontava máxima de 7,90%, de 7,88% na terça-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (316.040 contratos) indicava 8,48%, na máxima e igual ao ajuste da véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (149.725 contratos) marcava 9,11%, ante 9,14%, e o DI para janeiro de 2021 (11.210 contratos) estava em 9,66%, ante 9,68% no ajuste.
"Quando os investidores viram que a taxa do IPCA ficou um pouco abaixo do previsto, houve desmontagem de posições montadas ontem para uma surpresa ruim com o índice. Ao longo do dia, o mercado digeriu os números do IPCA e viu que, apesar do índice cheio um pouco abaixo da mediana prevista, a decomposição da taxa ainda oferece argumentos para o BC subir a Selic na próxima semana", analisou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno.
Um outro operador argumentou que o comunicado liberado pela assessoria de imprensa do BC levou o mercado a não reduzir as apostas em uma possível alta da Selic na próxima semana. "O BC falou em definir não a 'estratégia', mas sim a 'tática'. Para mim, isso significa que já há convicção sobre o alta da Selic, mas resta definir quando e quanto", disse a fonte.
O comunicado do BC informou que "vamos ver como vem a inflação de março - os núcleos da inflação, o nível de disseminação. Vamos avaliar uma série de indicadores econômicos, e, certamente, a inflação será avaliada para a definição não da estratégia, mas da tática no período vindouro".
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, referência oficial da inflação) de março teve alta de 0,47%, ante mediana de 0,50% encontrada pelo AE Projeções. Apesar do valor um pouco abaixo do previsto, o índice acumulado em 12 meses estourou o teto da meta de 6,50%, ao atingir 6,59%.
Em meio a isso, a curva de juros precifica 18 pontos de alta para a Selic ainda em abril, o que representa mais de 70% de chances de alta, segundo cálculos de Rostagno, do WestLB.
Mas não há consenso entre os economistas sobre o momento e a intensidade em que a Selic será elevada. Há quem aposte em avanço de 0,25 ponto em abril, estabilidade nesta reunião, alta de 0,25 ponto em maio e de até 0,5 ponto porcentual no próximo mês. "Teremos que acompanhar o que o BC pode falar até o próximo encontro", completou Rostagno.
A reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC acontecerá na semana que vem, com o anúncio da decisão na noite da quarta-feira (17). Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano.
São Paulo - O resultado do IPCA de março, levemente abaixo da mediana das estimativas, fez as taxas futuras de juros devolverem, na abertura dos negócios desta quarta-feira, a alta da véspera. O movimento de queda, entretanto, durou pouco.
Quando o mercado analisou a decomposição do índice e recebeu um comunicado do Banco Central sobre a inflação, as taxas de curto prazo voltaram para o ajuste e passaram, inclusive, a exibir leve alta do meio da tarde para frente, ampliando as chances de a Selic subir na próxima semana.
Apesar da trajetória, os agentes seguem com dúvidas sobre quando o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciará o ciclo de aperto monetário.
Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (464.225 contratos) marcava 7,28%, de 7,26% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (633.585 contratos) apontava máxima de 7,90%, de 7,88% na terça-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (316.040 contratos) indicava 8,48%, na máxima e igual ao ajuste da véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (149.725 contratos) marcava 9,11%, ante 9,14%, e o DI para janeiro de 2021 (11.210 contratos) estava em 9,66%, ante 9,68% no ajuste.
"Quando os investidores viram que a taxa do IPCA ficou um pouco abaixo do previsto, houve desmontagem de posições montadas ontem para uma surpresa ruim com o índice. Ao longo do dia, o mercado digeriu os números do IPCA e viu que, apesar do índice cheio um pouco abaixo da mediana prevista, a decomposição da taxa ainda oferece argumentos para o BC subir a Selic na próxima semana", analisou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno.
Um outro operador argumentou que o comunicado liberado pela assessoria de imprensa do BC levou o mercado a não reduzir as apostas em uma possível alta da Selic na próxima semana. "O BC falou em definir não a 'estratégia', mas sim a 'tática'. Para mim, isso significa que já há convicção sobre o alta da Selic, mas resta definir quando e quanto", disse a fonte.
O comunicado do BC informou que "vamos ver como vem a inflação de março - os núcleos da inflação, o nível de disseminação. Vamos avaliar uma série de indicadores econômicos, e, certamente, a inflação será avaliada para a definição não da estratégia, mas da tática no período vindouro".
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, referência oficial da inflação) de março teve alta de 0,47%, ante mediana de 0,50% encontrada pelo AE Projeções. Apesar do valor um pouco abaixo do previsto, o índice acumulado em 12 meses estourou o teto da meta de 6,50%, ao atingir 6,59%.
Em meio a isso, a curva de juros precifica 18 pontos de alta para a Selic ainda em abril, o que representa mais de 70% de chances de alta, segundo cálculos de Rostagno, do WestLB.
Mas não há consenso entre os economistas sobre o momento e a intensidade em que a Selic será elevada. Há quem aposte em avanço de 0,25 ponto em abril, estabilidade nesta reunião, alta de 0,25 ponto em maio e de até 0,5 ponto porcentual no próximo mês. "Teremos que acompanhar o que o BC pode falar até o próximo encontro", completou Rostagno.
A reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC acontecerá na semana que vem, com o anúncio da decisão na noite da quarta-feira (17). Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano.