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Ação da Vale supera Ibovespa e as concorrentes no mundo

Entre 2001 e 2011, os papéis da mineradora brasileira saltaram 1.500%, enquanto os avanços da BHP Billiton e da Rio Tinto não passaram de 400%

Após indicação surpresa de Murilo Ferreira, investidores estarão atentos aos investimentos que serão feitos pela Vale e que eram alvo de críticas do governo (Dario Zalis/Agência Vale)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 18h52.

São Paulo – Além de terem disparado mais de 1.500% em 10 anos, as ações da Vale também superaram o desempenho das principais concorrentes durante o mandato de Roger Agnelli na presidência da companhia. No período em análise, as ações das rivais BHP Billiton e Rio Tinto subiram apenas 357,65% e 152,37%, respectivamente, ou seja, três vezes menos do que o desempenho alcançado pela mineradora brasileira.

Segundo levantamento realizado por EXAME.com, os papéis ordinários da Vale (VALE3) dispararam 1.654,83% entre julho de 2001 (quando Agnelli assumiu o comando da mineradora brasileira) e o fechamento do pregão ontem (5), enquanto os preferenciais de classe A (VALE5) saltaram 1.582,92%.

As ações da Vale também tiveram performance anual superior ao do Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, em sete dos 10 anos em que Agnelli esteve na presidência da mineradora. O Ibovespa acumulou valorização de apenas 379,68% nos últimos dez anos.

“Acreditamos que a administração atual da Vale, sob a liderança de Agnelli, transformou a companhia em uma empresa de nível global. A estrada para o crescimento da Vale já está construída e, por isso, reiteramos a recomendação de compra para as ações”, afirma Rodrigo Barros, analista do Deustche Bank, em relatório.

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PeríodoVALE3VALE5IbovespaVALE3 x IbovespaVALE5 x Ibovespa
2001*-1,98%11,85%-6,74%14,48 p.p.18,59 p.p.
200297,98%87,23%-17,01%120,60 p.p.104,24 p.p.
200364,71%64,73%97,34%25,13 p.p.-32,61 p.p.
2004-55,48%36,16%17,81%20,70 p.p.18,35 p.p.
200527,38%35,61%27,71%3,05 p.p.7,90 p.p.
2006166,67%32,55%32,92%3,48 p.p.-0,37 p.p.
200786,74%90,88%43,66%45,21p.p.47,22 p.p.
2008-53,31%-51,14%-41,22%-10,50 p.p.-9,92 p.p.
200978,76%81,95%82,66%0,74 p.p.-0,71 p.p.
201011,78%17,22%1,04%12,71 p.p.16,18 p.p.
2011**-1,68%0,21%0,77%1,91 p.p.-0,56 p.p.
*O ano de 2001 compreende o período de 29/06/2001 a 31/12/2001
**O acumula de 2011 representa o período entre 01/01/2011 e 05/04/2011

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PeríodoVar. VALE3Var. VALE5Var. IbovespaVar. BHP BillitonVar. Rio Tinto
2001-20111654,83%1582,92%379,68%357,65%152,37%

Performance

Foi no ano de 2002, logo após assumir o comando da Vale, que a mineradora registrou o melhor desempenho no mercado de ações no decorrer dos últimos dez anos: naquele ano, os papéis ordinários e preferenciais de classe A superaram o desempenho do Ibovespa em 120,60% e 104,24%, beneficiados por um conjunto de fatores.

Entre eles, destacam-se a comemoração de um novo recorde na produção de minério de ferro (a companhia atingiu 5 milhões de toneladas na época), além da comemoração dos 35 anos da operação da companhia na Mina de Ferro Carajás, localizada no Estado do Pará e que possui o minério de ferro com teor mais puro do mundo.

Já o período de pior performance das ações da Vale foi em 2008, quando os papéis ordinários e preferenciais de classe A da companhia tiveram desempenho inferior ao Ibovespa de 10,50% e 9,92%, respectivamente, afetados pelos efeitos da crise financeira internacional que teve início no mercado imobiliário dos Estados Unidos e que sacudiu as principais economias do globo.

Mais conquistas

Se uma imagem vale mais que mil palavras, números podem valer mais que mil justificativas para apontar porque Roger Agnelli pode ser considerado um excelente executivo para a Vale. As cifras na tabela abaixo comprovam que a mineradora, durante seu comando, conquistou cifras exorbitantes, tornando-se a maior produtora de minério de ferro do mundo, seguida pela BHP Billiton e Rio Tinto:

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Números da Vale20012010
Lucro LíquidoUS$ 1,3 bilhãoUS$ 17,3 bilhões
Produção de Ferro*134,3297
Valor de MercadoUS$ 9,3 bilhõesUS$ 176,3 bilhões
ExportaçõesUS$ 3,3 bilhõesUS$ 29,1 bilhões
*Produção de ferro em milhões de toneladas métricas

Substituição

Após sofrer forte pressão do governo federal, Agnelli deixa a presidência da Vale e entrega o cargo para Murilo Ferreira, ex-presidente da subsidiária da empresa Inco no Canadá. Ele deve assumir o posto de presidente-executivo da mineradora brasileira no dia 22 de maio.

A indicação dele ainda precisa ser aprovada pelo conselho de administração da Vale em reunião de acionistas marcada para o dia 19 de abril. “Em nossa visão, a escolha de um executivo com um histórico na indústria de mineração e forte conhecimento das operações da Vale será positiva para a companhia”, ressalta Rodrigo Barros, analista do Deustche Bank.

A escolha de Ferreira para substituir Agnelli surpreendeu o mercado: o mais cotado para assumir o comando da Vale era Tito Martins, atual presidente da Inco. Também eram citados José Carlos Martins, diretor de Estratégia da Vale, e executivos de fora, como Antônio Maciel Neto, presidente da Suzano, e Fábio Barbosa, presidente do conselho do Santander Brasil.

Investidores atentos

Após a indicação surpresa de Murilo Ferreira, os investidores estarão de olho daqui pra frente nos investimentos que serão feitos pela Vale e que eram alvo de críticas do governo no passado recente, por não estarem alinhados aos interesses de Brasília.

O mercado estará atento sobre os futuros desdobramentos da mudança na companhia, ou seja, os investidores preferem esperar para ver. Acredita-se que alterações na diretoria possam ocorrer, já que Murilo Ferreira deixou para trás dois executivos na ativa na companhia, Tito Botelho Martins e José Carlos Martins, cuja permanência na empresa agora gera dúvidas entre os acionistas.

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São Paulo – Além de terem disparado mais de 1.500% em 10 anos, as ações da Vale também superaram o desempenho das principais concorrentes durante o mandato de Roger Agnelli na presidência da companhia. No período em análise, as ações das rivais BHP Billiton e Rio Tinto subiram apenas 357,65% e 152,37%, respectivamente, ou seja, três vezes menos do que o desempenho alcançado pela mineradora brasileira.

Segundo levantamento realizado por EXAME.com, os papéis ordinários da Vale (VALE3) dispararam 1.654,83% entre julho de 2001 (quando Agnelli assumiu o comando da mineradora brasileira) e o fechamento do pregão ontem (5), enquanto os preferenciais de classe A (VALE5) saltaram 1.582,92%.

As ações da Vale também tiveram performance anual superior ao do Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, em sete dos 10 anos em que Agnelli esteve na presidência da mineradora. O Ibovespa acumulou valorização de apenas 379,68% nos últimos dez anos.

“Acreditamos que a administração atual da Vale, sob a liderança de Agnelli, transformou a companhia em uma empresa de nível global. A estrada para o crescimento da Vale já está construída e, por isso, reiteramos a recomendação de compra para as ações”, afirma Rodrigo Barros, analista do Deustche Bank, em relatório.

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200297,98%87,23%-17,01%120,60 p.p.104,24 p.p.
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2004-55,48%36,16%17,81%20,70 p.p.18,35 p.p.
200527,38%35,61%27,71%3,05 p.p.7,90 p.p.
2006166,67%32,55%32,92%3,48 p.p.-0,37 p.p.
200786,74%90,88%43,66%45,21p.p.47,22 p.p.
2008-53,31%-51,14%-41,22%-10,50 p.p.-9,92 p.p.
200978,76%81,95%82,66%0,74 p.p.-0,71 p.p.
201011,78%17,22%1,04%12,71 p.p.16,18 p.p.
2011**-1,68%0,21%0,77%1,91 p.p.-0,56 p.p.
*O ano de 2001 compreende o período de 29/06/2001 a 31/12/2001
**O acumula de 2011 representa o período entre 01/01/2011 e 05/04/2011

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2001-20111654,83%1582,92%379,68%357,65%152,37%

Performance

Foi no ano de 2002, logo após assumir o comando da Vale, que a mineradora registrou o melhor desempenho no mercado de ações no decorrer dos últimos dez anos: naquele ano, os papéis ordinários e preferenciais de classe A superaram o desempenho do Ibovespa em 120,60% e 104,24%, beneficiados por um conjunto de fatores.

Entre eles, destacam-se a comemoração de um novo recorde na produção de minério de ferro (a companhia atingiu 5 milhões de toneladas na época), além da comemoração dos 35 anos da operação da companhia na Mina de Ferro Carajás, localizada no Estado do Pará e que possui o minério de ferro com teor mais puro do mundo.

Já o período de pior performance das ações da Vale foi em 2008, quando os papéis ordinários e preferenciais de classe A da companhia tiveram desempenho inferior ao Ibovespa de 10,50% e 9,92%, respectivamente, afetados pelos efeitos da crise financeira internacional que teve início no mercado imobiliário dos Estados Unidos e que sacudiu as principais economias do globo.

Mais conquistas

Se uma imagem vale mais que mil palavras, números podem valer mais que mil justificativas para apontar porque Roger Agnelli pode ser considerado um excelente executivo para a Vale. As cifras na tabela abaixo comprovam que a mineradora, durante seu comando, conquistou cifras exorbitantes, tornando-se a maior produtora de minério de ferro do mundo, seguida pela BHP Billiton e Rio Tinto:

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Números da Vale20012010
Lucro LíquidoUS$ 1,3 bilhãoUS$ 17,3 bilhões
Produção de Ferro*134,3297
Valor de MercadoUS$ 9,3 bilhõesUS$ 176,3 bilhões
ExportaçõesUS$ 3,3 bilhõesUS$ 29,1 bilhões
*Produção de ferro em milhões de toneladas métricas

Substituição

Após sofrer forte pressão do governo federal, Agnelli deixa a presidência da Vale e entrega o cargo para Murilo Ferreira, ex-presidente da subsidiária da empresa Inco no Canadá. Ele deve assumir o posto de presidente-executivo da mineradora brasileira no dia 22 de maio.

A indicação dele ainda precisa ser aprovada pelo conselho de administração da Vale em reunião de acionistas marcada para o dia 19 de abril. “Em nossa visão, a escolha de um executivo com um histórico na indústria de mineração e forte conhecimento das operações da Vale será positiva para a companhia”, ressalta Rodrigo Barros, analista do Deustche Bank.

A escolha de Ferreira para substituir Agnelli surpreendeu o mercado: o mais cotado para assumir o comando da Vale era Tito Martins, atual presidente da Inco. Também eram citados José Carlos Martins, diretor de Estratégia da Vale, e executivos de fora, como Antônio Maciel Neto, presidente da Suzano, e Fábio Barbosa, presidente do conselho do Santander Brasil.

Investidores atentos

Após a indicação surpresa de Murilo Ferreira, os investidores estarão de olho daqui pra frente nos investimentos que serão feitos pela Vale e que eram alvo de críticas do governo no passado recente, por não estarem alinhados aos interesses de Brasília.

O mercado estará atento sobre os futuros desdobramentos da mudança na companhia, ou seja, os investidores preferem esperar para ver. Acredita-se que alterações na diretoria possam ocorrer, já que Murilo Ferreira deixou para trás dois executivos na ativa na companhia, Tito Botelho Martins e José Carlos Martins, cuja permanência na empresa agora gera dúvidas entre os acionistas.

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