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BDRs: investir no exterior amplia muito as oportunidades de ganhos, diz especialista

Pesquisa da B3 aponta que 80% do novos investidores têm interesse em investir em empresas internacionais através de BDRs

Netflix: através dos BDRs é possível investir na gigante de streamings e muitas outras empresas (Getty Images/Reprodução)
JP

Juliano Passaro

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 15h41.

Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 16h58.

A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) divulgou, em dezembro passado, os resultados de sua última pesquisa: "A descoberta da bolsa pelo investidor brasileiro". O levantamento teve como objetivo entender o perfil e o comportamento das 2 milhões de pessoas que iniciaram sua jornada de investimentos na Bolsa de Valores entre abril de 2019 e abril de 2020. Cerca de 46% do grupo de pessoas entrevistadas - um total de 1,3 mil pessoas - passou a ter posição em mais de um produto de renda variável logo após a sua chegada à B3. Para se ter uma ideia da mudança no perfil do investidor, em 2016, por exemplo, 78% das pessoas físicas possuíam apenas ações.

A mudança na mentalidade do investidor brasileiro abriu espaço para a chegada de novos produtos, como os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, na sigla em inglês), ou o crescimento de produtos já existentes, mas que antes não eram tão visados, como os fundos imobiliários (FIIs), por exemplo. Mais de 80% dos entrevistados responderam que têm interesse em investir em empresas internacionais através dos BDRs.

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Ainda que tenha melhorado, é inegável que o cenário atual ainda gera incertezas nos investidores, tanto novos quanto experientes. Entretanto com as condições macroeconômicas de atualmente, incluindo a taxa de juros em patamar historicamente baixo, o novo investidor demonstra que chegou à bolsa para ficar. Se tivessem que investir novamente, com o cenário atual, 91% afirmaram que certamente ou muito provavelmente fariam isso. Ou seja, o foco no longo prazo é algo que tem sido constantemente visto nos mais variados tipos de perfis de investidores.

Para focar no longo prazo, o investidor precisa ter uma estratégia bem traçada para balancear sua carteira e mitigar os riscos. Para isso, é preciso diversificar os investimentos, aplicando o dinheiro em diferentes produtos. É nessa hora que entra a importância de ter parte do patrimônio alocado em ativos internacionais. "Investir no exterior amplia bastante as oportunidades de ganhos, permitindo ao brasileiro explorar setores que não existem aqui e em economias muito mais sólidas, além de proteger o patrimônio caso problemas aconteçam no Brasil. A carteira de investimentos fica bem mais diversificada, reduzindo o risco total, afinal, um pedaço dos recursos estará em outras moedas e empresas que não dependem do Brasil", destacou o especialista em BDRs da EXAME Research, Bernardo Carneiro, CFA.

Confira abaixo o percentual de pessoas que têm interesse em investir em empresas internacionais como Google, Apple, Facebook e Netflix, segundo pesquisa da B3:

A B3 destacou em sua pesquisa que este é apenas o começo de uma grande transformação no mercado financeiro brasileiro. A empresa enumerou alguns indicadores que mostram que o investidor brasileiro tem ido no caminho certo. Entre as mudanças recentes no perfil do investidor estão: a diversificação das carteiras, o baixo valor de aplicação para não comprometer seu patrimônio e a falta de pressa para se desfazer de posições conforme a movimentação do mercado.

O que são BDRs?

Os BDRs são certificados que atuam refletindo o desempenho de uma de determinada ação, de um título de dívida corporativa ou de um ETF (Exchange Traded Funds - fundo de índice) nos EUA, Europa, China, etc. Na B3, há 671 BDRs disponíveis atualmente. Os BDRs foram disponibilizados para pequenos investidores ao final de outubro de 2020. Esse produto veio para ajudar o investidor pessoa física a fazer aplicações fora do país sem precisar passar pela burocracia de investir diretamente em ações de empresas estrangeiras.

De acordo com a diretora de emissores da B3, Flávia Mouta, o número de investidores de BDRs, recibos depositários brasileiros lastreados a papéis internacionais, passou de 50 mil pessoas em outubro de 2020 para 100 mil ao final de novembro do ano passado.

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