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Gestora de Abilio Diniz é aberta para investidor de varejo

O3, que existia dentro do grupo da família há 7 anos, será aberta a investidores com fundo de estratégia global

Abílio Diniz: empresário sublinha que equipe do negócio são seus sócios, e não funcionários, e que dará suas visões macros em reuniões (Philippe Wojazer/Reuters)

Marília Almeida

Publicado em 6 de maio de 2021 às 12h04.

Última atualização em 6 de maio de 2021 às 20h04.

O grupo Península, que administra o patrimônio do empresário Abílio Diniz, começa a se abrir ao mercado, em um cenário no qual há um maior apetite por diversificação de investimentos. E a primeira fatia do negócio a ser aberta a investidores é a gestora de recursos do grupo, a O3.

Em coletiva nesta quinta-feira, 6, Abílio Diniz sublinha que terá apenas uma posição no conselho da gestora. "Sou aprendiz do mercado financeiro. Não darei palpites na gestão e no trading do grupo. Deixo isso para os profissionais. Minha limitação será dar opiniões macroeconômicas em reuniões. São meus sócios, e não funcionários".

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Sua marca, aponta, estará mais no DNA da gestão, que prezará pela qualidade do produto e da equipe, e não pelo crescimento acelerado. "Nunca quis ser o maior, mas o melhor. E, às vezes, ser o maior é consequência".

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A equipe da O3 inicia reduzida, mas inclui profissionais com passagens por bancos no exterior E mais de 30 anos de experiência no mercado. Outros são especializados em estratégias long and short, quantitativa e na análise de ativos asiáticos. Alguns ainda colecionam experiências em gestoras renomadas, como a do Itaú e a Verde de Stuhberger.

A gestora nasce com um único fundo multimercado, o O3 Retorno Global, que continua a seguir a estratégia da gestora nos últimos sete anos. Ela consiste em analisar setores que podem se beneficiar dos momentos econômicos dos Estados Unidos e da China, explica Daniel Mathias, CIO da gestora.

"São dois vetores de crescimento importante que estão em momentos diferentes. Os Estados Unidos estão com a vacinação super avançada, levando a cabo um pacote fiscal, com abertura importante da economia e taxa de juros no chão. Ou seja, está com o pé no acelerador. Já a China lidou bem com pandemia, saiu mais rápido do processo de lockdown e está em processo de ajuste da economia".

Então, resume o executivo, "incluímos no nosso portfólio o que esses caras querem ter, como commodities e energia limpa, que faz parte do pacote de infraestrura de ambos os países". Mathias aponta que o Brasil também é um tema importante no portfólio do fundo. " Mas existem momentos que são bons para alocar no país e outros nos quais é melhor aplicar lá fora".

O novo veículo nasceu na virada do ano com investimento de 1,5 bilhão de reais da família, que não poderá ser retirado nos primeiros três anos. "Então, há um comprometimento grande do grupo com a performance do fundo".

O fundo para o investidor em geral terá aplicação mínima de 1 mil reais, e para investidor qualificado (que têm mais de 1 milhão de reais para investir) a aplicação mínima será de 5 mil reais. A taxa de administração cobrada será de 2% ao ano com taxa de performance de 20% sobre o que exceder o CDI. O fundo estará inicialmente disponível no BTG Digital, Warren, Modalmais, Banco Inter, Vitreo e Órama. O fundo é recomendado para investidores arrojados com objetivos de longo prazo, e sua liquidez é D+30.

A O3 ainda não pode divulgar a performance do novo fundo, já que ele ainda não completou seis meses de operação. A gestora também argumenta que não pode dar referência de performances anteriores à criação do novo produto, pois antes da criação do novo fundo os veículos eram fragmentados: não havia um único produto. "O que podemos dizer é que nosso track record é bom", resume Mathias.

Eduardo Rossi, vice presidente da Península e que também faz parte do conselho da O3, aponta que a preparação para a gestora se abrir ao mercado vem de longa data. "Há sete anos estamos criando processos como se já gerenciássemos recursos de terceiro, como a criação de uma chinese wall.

Diniz aponta que a O3 deve lançar novos produtos à medida em que crescer. Também sinaliza que a próxima fatia do negócio a ser aberta ao mercado é a de private equity, sem contudo dar previsão de data para que isso aconteça. "A legislação no Brasil é rígida, e esse processo é lento".

Atualmente a Península tem um total de recursos próprios na faixa de 12 bilhões de reais, incluindo todas as classes de ativos e fatias do negócio. São quatro: a gestora de recursos, a de private equity, real state e family office.

 

 

 

 

 

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