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4 dicas do que fazer com a restituição do Imposto de Renda

Com o terceiro lote de pagamentos de restituições do IR 2021 a caminho, veja como aproveitar o dinheiro para se organizar financeiramente

A restituição do Imposto de Renda consiste em um valor devolvido pela Receita ao contribuinte (joelfotos/Pixabay/Divulgação)

A restituição do Imposto de Renda consiste em um valor devolvido pela Receita ao contribuinte (joelfotos/Pixabay/Divulgação)

A Receita Federal pagou, no dia 30 de junho, o segundo lote de restituições do Imposto de Renda (IR). Quem enviou a declaração antes teve prioridade na restituição, como é pré-estabelecido pela Receita. Somente idosos, professores e deficientes recebem os valores antes dos outros contribuintes.

No total, são cinco lotes de pagamentos. O primeiro foi pago em 31 de maio, o segundo em 30 de junho. A previsão é que o terceiro aconteça em 30 de julho, o quarto em 31 de agosto e o quinto (e último lote) em 30 de setembro. Se você recebeu ou irá receber a restituição do IR 2021, é importante ter um planejamento para o montante que entrará na sua conta.

Muitas vezes, mesmo não sendo muito, ele pode te ajudar a se organizar financeiramente. Pensando nisso, a EXAME Invest conversou com o especialista André Bona, educador financeiro do BTG Pactual digital, para listar algumas dicas do que fazer com o dinheiro.

Quite suas dívidas

A primeira pergunta a se fazer é se você possui dívidas. Se sim, o indicado é quitá-las o mais rápido possível para evitar o pagamento de juros e ter as finanças mais controladas.

Lembre-se também de não utilizar o dinheiro para gerar mais dívidas. Usar o valor recebido para financiamentos, por exemplo, é uma garantia de que você irá se endividar. Segundo Bona, esse é o caso em que a pessoa usa o dinheiro da maneira mais errada possível. “Isso vai trazer um sufocamento financeiro para ela”, alerta o especialista.

Também não é recomendado buscar investimentos financeiros. “Normalmente, o custo de uma dívida é maior do que os rendimentos do mercado financeiro. Em alguns períodos, o mercado de ações rende um pouco mais e a pessoa pode tomar aquilo como referência para sempre, mas não é assim. Olhando no longo prazo, na média, o mercado financeiro não vai entregar retornos maiores do que o próprio custo de você ter uma dívida. Então, financeiramente falando, não vale a pena”, explica Bona.

Faça uma reserva de emergência

Uma segunda situação que pode acontecer é não ter dívidas, mas também não possuir uma montante guardado para imprevistos. “A pessoa que se enquadra nesse caso deve usar o dinheiro da restituição para começar uma reserva de emergência”, afirma Bona.
“É aquele montante que ela vai juntar numa aplicação, em um investimento seguro e disponível para resgate em qualquer necessidade, cuja finalidade é proporcionar proteção financeira para imprevistos e situações que podem trazer algum sobressalto na situação da pessoa”, explica Bona.

Especialistas do mercado financeiro recomendam que a reserva seja de pelo menos seis vezes o custo fixo mensal para quem tem um emprego estável, com registro em carteira. Ou seja, se o necessário for 5.000 reais, a reserva de emergência deve ser de 30.000 reais. Se for 3.000 reais, é preciso guardar 18.000 reais. Caso seja autônomo, é recomendado que a reserva cubra cerca de 12 meses dos seus custos fixos.

Realize um plano de consumo

Na terceira situação se enquadram pessoas que não têm dívidas e já possuem reserva de emergência. Se esse é o seu caso, provavelmente é uma pessoa organizada financeiramente e, por isso, pode realizar algum plano de consumo, uma melhoria na casa, viagem, ou alguma atividade que possa gerar melhoria de qualidade de vida.

“Independente de ser uma compra de algo que vai ajudar no dia a dia, uma melhora em casa ou experiências que ela queira consumir, é importante ter muito cuidado para não adquirir coisas que geram mais despesas, como seria o caso de um carro”, destaca Bona.

Invista o seu dinheiro

Isso nos leva a um último caso: a pessoa que não tem dívidas, tem reserva de emergência e não tem nenhum objetivo de gasto imediato. “Nesse caso, ela pode dar uma olhada no planejamento financeiro de aposentadoria, pensando no investimento a longo prazo, e aí a melhor alternativa é buscar investimentos financeiros com essa finalidade”, diz Bona.

“Quem privilegiar essa alternativa tem uma vantagem. Às vezes, a pessoa já está com um planejamento de poupar o necessário para aposentadoria, mas se ela puder dar esse reforço, começa a vislumbrar a possibilidade de diminuir o tempo para juntar o montante necessário, o que certamente vai trazer qualidade de vida para ela no futuro”, complementa.

Vale destacar que qualquer investimento de risco só é indicado para quem já tem reserva de emergência. Aportes de longo prazo são recomendados apenas sem uma eventual necessidade de ter que resgatá-los a qualquer momento, diante de uma situação inesperada.

“Não convém para uma pessoa que não tem reserva de emergência pegar o dinheiro da restituição do Imposto de Renda e investir em ações, por exemplo, pois em qualquer imprevisto, ela vai resgatar o montante. E, com a volatilidade do mercado, pode ser que o valor seja inferior ao do aporte inicial. Então, esse não é um bom uso”, finaliza.

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