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Muito além do “novo normal”: tendências e oportunidades para 2022

Embora ninguém possa prever ao certo o que vem pela frente, podemos identificar sinais que sugerem caminhos que começam a se desenhar no horizonte

Paulo Bonucci, vice-presidente e general manager da Red Hat para América Latina (Red Hat/Divulgação)

Paulo Bonucci, vice-presidente e general manager da Red Hat para América Latina (Red Hat/Divulgação)

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Publicado em 27 de outubro de 2021 às 09h00.

Sempre que o final de um ano se aproxima, insistimos em praticar o exercício da futurologia. Embora não seja uma ciência exata e ninguém possa prever ao certo o que vem pela frente – a exemplo das surpresas que tivemos com a pandemia –, somos capazes de identificar alguns sinais que sugerem uma prévia dos caminhos que começam a se desenhar no horizonte. Especialmente no mercado corporativo, inúmeras são as possibilidades que se apresentam. Algumas estão seguindo a evolução do que já vem sendo trabalhado nos últimos anos, como a aceleração da transformação digital. Outras estão rompendo paradigmas para mudar o modo como trabalhamos, convivemos e enxergamos o mundo. Edge computing, redes de última geração como o 5G, inteligência artificial, internet das coisas, humanização do ambiente corporativo, economia colaborativa, ESG, propósito e cultura são apenas algumas das tendências que devemos assistir avançar nos próximos meses, impactando mercado, comunidades e a sociedade de modo geral.

Projeções do IDC apontam que o investimento em transformação digital seguirá em crescimento, com uma taxa anual de 15,5% até 2023, se aproximando de um total de 6,8 trilhões de dólares. Já em 2022, cerca de 70% das organizações de todo o mundo terão acelerado o uso de tecnologias digitais, transformando processos para impulsionar o relacionamento com os clientes, aumentar a produtividade dos colaboradores e a resiliência dos negócios.

Somando experiências

A partir desse cenário, um dos destaques para o próximo ano, de acordo com o Relatório Especial do Gartner, será a chamada experiência total (TX), uma estratégia que une experiência do cliente (CX), experiência do funcionário (EX), experiência do usuário (UX) e multiexperiência (MX). O objetivo desse modelo é aumentar a confiança, a satisfação e a lealdade de clientes e colaboradores, por meio de negócios cada vez mais adaptáveis e resilientes.

Busca pela eficiência

Para construir esse novo ecossistema mais integrado e interativo, a inteligência artificial (IA) será uma tecnologia de destaque. O Gartner projeta o crescimento da IA generativa, que utiliza métodos de machine learning para aprender sobre conteúdos ou objetos a partir de seus dados, utilizando-os para gerar itens realistas totalmente novos. Até 2025, espera-se que a IA generativa seja responsável por 10% de todos os dados produzidos. O sistema pode ser implementado em uma série de tarefas, facilitando, por exemplo, o desenvolvimento de medicamentos em uma ponta até a definição de estratégias direcionadas de marketing em outra.

O crescimento da demanda por dados também vai dar um novo impulso às plataformas nativas da nuvem (CNPs), que usam insumos básicos de cloud computing para fornecer recursos escalonáveis ​​e flexíveis, entregando um tempo de retorno mais rápido e custos reduzidos. Segundo o Gartner, as CNPs servirão como base para mais de 95% das novas iniciativas digitais até 2025. Não por menos, avançará a onipresença da nuvem, conhecida como cloud ubiquity. Se hoje a cloud já é a base para boa parte das inovações tecnológicas, se tornará ainda mais importante à medida que a edge computing, a multicloud e os ambientes híbridos ganham espaço.

Um mundo mais verde

A tendência cada vez mais acelerada de adesão à nuvem também contribui para um outro tema que vai continuar em destaque no próximo ano: a sustentabilidade. Um dos pilares do ESG (sigla em inglês que resume o compromisso das companhias com causas ambientais, sociais e de governança corporativa), iniciativas capazes de proteger os recursos naturais devem seguir em expansão em 2022. Nessa jornada por um mundo mais verde, a migração para a cloud – em contraposição à manutenção de data centers locais – pode reduzir a emissão de dióxido de carbono em até 59 milhões de toneladas por ano, como indica levantamento da Accenture. Além disso, ajuda a abrir novas oportunidades ecológicas, como a adoção de energia limpa via análises geográficas baseadas em cloud e redução de resíduos sólidos, devido a melhores análises de dados.

Na América Latina, segundo previsões da IDG, até 2025, metade das empresas também vai apostar em materiais reutilizáveis ​​em cadeias de suprimentos de hardware de TI, além de metas de neutralidade de carbono para fornecedores e menor uso de energia como pré-requisitos para fazer negócios.

Automatizar para humanizar

Além de fazer a diferença para a geração de negócios e melhorar a imagem corporativa das organizações, o ESG também será um dos pilares para a atração e retenção de talentos no próximo ano. Pesquisa da Robert Half mostrou que 83% dos profissionais tendem a valorizar mais as organizações que possuem agenda nesse sentido na hora de participar de um processo seletivo. Um dado relevante, considerando que em 2022 deve ficar ainda mais complexo encontrar e contratar bons profissionais. Quase 70% dos executivos afirmaram que preveem maior dificuldade de encontrar talentos no mercado. Além disso, 49% temem perder seus profissionais de destaque e 48% sentem que o turnover está mais alto, se comparado ao período anterior à pandemia.

Entre os fatores que explicam esses números está a abordagem da concorrência na retomada e o descontentamento dos colaboradores com a cultura corporativa. Diretamente conectada a uma transformação digital bem-sucedida, uma cultura forte e, principalmente, colaborativa tem sido fundamental para o avanço dos negócios. Ela é também a base para outra tendência que deve ganhar mais espaço em 2022: a gestão humanizada.

Em meio aos avanços da tecnologia e, principalmente da automação – segundo a IDC, 45% das tarefas de trabalho repetitivas em grandes empresas serão automatizadas no próximo ano –, o contato humano ganha cada vez mais importância. Nesse contexto, CEOs estão mudando seu modelo de liderança, incluindo não apenas a velocidade e a agilidade para a tomada de decisão, mas trabalhando habilidades como empatia, vulnerabilidade e propósito, como mostra levantamento da McKinsey.

O futuro híbrido e colaborativo

Desenvolver essas habilidades torna-se ainda mais fundamental no universo híbrido. Após dois anos de pandemia e uma migração massiva para o home office, grande parte dos colaboradores deseja seguir trabalhando à distância. Globalmente, quase três quartos dos profissionais gostariam de trabalhar de casa dois ou mais dias por semana e mais da metade deseja pelo menos três dias de trabalho remoto, segundo dados da McKinsey.

Na América Latina, como aponta a IDC, até 2023, 60% das empresas se comprometem a fornecer paridade técnica a uma força de trabalho híbrida por design, e não por circunstância, permitindo que trabalhem juntos, ainda que separadamente, em tempo real. É o que a Deloitte chamou de futuro phygital, no qual mundos físicos e digitais se encontram para permitir que os colaboradores façam seu melhor trabalho, no melhor lugar e da melhor forma.

Essa, aliás, foi uma quebra de paradigma trazida pela pandemia, mostrando que é possível contar com talentos de diversas localidades, mantendo – e muitas vezes até aumentando – a produtividade. Mesmo que distantes fisicamente, o trabalho colaborativo permite inovar de forma mais ágil e ainda contribui com a pluralidade das equipes, o que vai ao encontro de outra tendência para 2022: o foco em iniciativas mais contundentes direcionadas à diversidade e à inclusão.

Preparando o amanhã

Quando o tema é gestão e mercado de trabalho, o próximo ano também será o divisor de águas para o que Fórum Econômico Mundial (WEF) chamou uma emergência de requalificação. Em 2022, 42% das habilidades essenciais necessárias para realizar os trabalhos existentes devem mudar, de acordo com o WEF. Empresas dos mais variados segmentos estão trabalhando em consonância com instituições de ensino, criando cursos e certificações que permitam preparar os profissionais para as novas habilidades do futuro. Universidades corporativas também têm desempenhado um papel fundamental nesse sentido, compartilhando conhecimento com todo o ecossistema.

Para endereçar grande parte dos desafios e para aproveitar as oportunidades que se desenham à frente, o open source será fundamental. Levantamento realizado pela Red Hat no início deste ano com mais de 1.250 líderes de TI em todo o mundo, identificou que mais da metade deles (54%) enxergam o código aberto como importante ferramenta para alavancar a transformação digital. Seja para acelerar a adoção de novas tecnologias ou para disseminar seus conceitos básicos, que estimulam uma cultura construída pela economia colaborativa, pela transparência e por uma gestão muito mais humana. Alinhados a esse tripé, estou certo de que mercado, comunidades e sociedade terão um 2022 e um futuro muito mais equilibrado, plural, sustentável e promissor.

*Paulo Bonucci é VP e general manager da Red Hat para a América Latina

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