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Cinco formas de tirar proveito dos supercomputadores

No ano passado, a Target, loja de departamentos americana com mais de 1 800 pontos de venda, ganhou repercussão mundial quando conseguiu descobrir, a partir da análise dos hábitos de consumo de suas clientes, quais delas estavam à espera de um bebê

Computação de alta performance dá velocidade e precisão às análises de mercado (Divulgação)

Computação de alta performance dá velocidade e precisão às análises de mercado (Divulgação)

No ano passado, a Target, loja de departamentos americana com mais de 1 800 pontos de venda, ganhou repercussão mundial quando conseguiu descobrir, a partir da análise dos hábitos de consumo de suas clientes, quais delas estavam à espera de um bebê. Com essas informações em mãos, pôde, então, enviar anúncios direcionados às futuras mamães.

O que tornou possível colocar em prática a ação da Target foi o uso da computação de alto desempenho (HPC, na sigla em inglês), nome dado aos supercomputadores ou clusters (conjuntos de máquinas) que, graças aos recursos do big data, calculam e processam rapidamente análises de padrões. “O uso de HPC deve se estabelecer aos poucos, conforme as empresas forem percebendo como essa ferramenta pode ser atrativa”, diz David Pereira, diretor executivo da consultoria EY (antiga Ernst & Young).

A seguir, especialistas apontam cinco vantagens dos supercomputadores para os negócios:

1. Segredos de consumo

Os supercomputadores são muito usados pelo comércio eletrônico para analisar o histórico de compras de um cliente e, a partir daí, reposicionar produtos e oferecer opções personalizadas. “A companhia aérea British Airways, por exemplo, tem um programa chamado Know Me, por meio do qual avalia quais passageiros escolhem assentos na janela em voos curtos e de corredor em viagens mais longas – possivelmente para esticar as pernas. Com isso, consegue personalizar a venda de passagens”, diz Vagner Meira, professor de computação da Universidade Federal de Minas Gerais. “Quanto mais rápido as companhias perceberem essas correlações, mais se destacarão nas vendas”, diz o especialista

2. Aceitação da marca

O comércio eletrônico também usa os recursos do big data para saber o que as pessoas acham de uma marca. “Inteirar-se a respeito do que as pessoas estão comentando naquele momento, sobretudo em redes sociais, permite às empresas avaliar se é hora de criar uma nova campanha ou mesmo reposicionar um produto”, diz Meira

3. Gestão de crises

Os clientes costumam preferir as redes sociais aos canais de atendimento das empresas na hora de reclamar a respeito de um produto ou serviço. É nessa hora que entram em ação equipes treinadas para monitorar e gerenciar o que, sem controle, poderia desencadear uma crise. “A capacidade de analisar com rapidez o que está surgindo em blogs ou redes sociais é determinante para o sucesso de uma marca”, explica Vagner Meira

4. Análises de risco
O setor financeiro usa os supercomputadores para analisar o risco de títulos e operações de investimento. Já as indústrias extrativistas, como as de petróleo e mineração, dependem desse avanço para simular condições climáticas e geológicas. “A complexidade desses cálculos e previsões exige uma boa capacidade de processamento”, diz David Pereira

5. Aluguel de capacidade

O nicho de mercado aberto pela computação em nuvem pode ser transferido para os fornecedores de supercomputadores. “Assim como é possível alugar um servidor virtual, também há espaço para os HPCs”, diz o engenheiro de sistemas Gabriel von Winckler, da Universidade Estadual Paulista. De acordo com ele, a flexibilização de capacidade é uma medida econômica que torna os computadores de alto desempenho acessíveis. “Não é preciso ter uma instalação que abrigue um HPC consumindo recursos e energia. Posso desenvolver um software e alugar esse processamento, tornando-o uma opção viável para empresas de todos os tamanhos”, diz Winckler

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