Trinta e oito novas plataformas e quatro refinarias entrarão em operação no país até 2020 (Agência Petrobras)
Oitavo maior consumidor mundial de petróleo, o Brasil caminha para se tornar autossuficiente. A produção total do insumo no país, segundo a Petrobras, superará o consumo já em 2014. Apesar disso, a empresa continuará importando combustíveis até 2020, quando, enfim, a capacidade de refino será maior do que o consumo de derivados. A autossuficiência já havia sido atingida em 2006, mas a forte demanda por gasolina, óleo diesel e outros combustíveis nos anos seguintes, aliada a dificuldades na produção, fez com que fosse perdida.
Para acabar com a dependência externa, o país planeja fortes investimentos no setor de óleo e gás. O plano de negócios da estatal para o período 2013-2017 prevê gastos da ordem de 236,7 bilhões de dólares, sendo 62% desse valor destinado às áreas de produção e exploração. Até 2020, entrarão em operação 38 novas plataformas e quatro refinarias, que elevarão a produção diária dos atuais 2,1 milhões de barris para 4,2 milhões.
A exploração das reservas do pré-sal é decisiva para que o país se consolide como um grande player mundial de petróleo. Em outubro, está prevista a realização do leilão do supercampo de Libra, com reservas recuperáveis de 8 a 12 bilhões de barris. Será o primeiro do pré-sal pelo novo regime de partilha. Com os novos investimentos, a produção do pré-sal deverá triplicar e alcançar 1 milhão de barris/dia em quatro anos.
INOVAÇÃO –O setor de gás natural, que representa 10% de nossa matriz energética, também encontra um cenário positivo. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2021) prevê que a produção nacional média salte dos atuais 77 milhões de metros cúbicos por dia para 200 milhões no início da próxima década. Para que isso ocorra, basta criar condições competitivas para a indústria, que garantam expansão da oferta e demanda do combustível.
Um fator crucial para o aumento da produção de energia é a inovação. O Brasil foi pioneiro na exploração de petróleo em águas ultraprofundas, a partir de 1 500 metros de profundidade, e já estuda a possibilidade de transferir o processamento de petróleo das plataformas na superfície para o fundo do mar, automatizando o processo e tornando-o mais eficiente. O desafio tecnológico é grande, mas capaz de ser superado.