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Queremos voltar a operar, diz nova líder de empresa ligada a registro de íris no Brasil

Em entrevista exclusiva à EXAME, Juliana Felippe falou sobre planos da companhia criada por Sam Altman e Alex Blania e decisões da ANPD

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 5 de junho de 2025 às 14h40.

Última atualização em 5 de junho de 2025 às 14h49.

Depois de suspender as operações de registro de íris no Brasil como parte do World, a Tools for Humanity pretende trabalhar com os reguladores para entender qual modelo pode viabilizar a retomada no país. É o que afirma Juliana Felippe, nova diretora-geral no Brasil, em entrevista exclusiva à EXAME durante o evento TokenNation 2025.

Em fevereiro, poucos meses depois de começar as operações de registro de íris de usuários por meio dos Orbs, a Tools for Humanity anunciou uma suspensão voluntária da atividade. A decisão ocorreu após a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspender os "incentivos financeiros" dados para os usuários após o registro, por meio da criptomoeda Worldcoin.

A Tools for Humanity foi criada por Alex Blania e Sam Altman, CEO da OpenAI. O objetivo é desenvolver o protocolo World, que promete ser uma "identidade digital descentralizada" e ajudar na distinção entre humanos e robôs, em especial em meio à explosão da inteligência artificial.

A ANPD afirmou na época que "a concessão de contrapartida pecuniária pela empresa, por meio da oferta de criptomoedas, pode prejudicar a obtenção do consentimento do titular de dados pessoais". Apontou, ainda, preocupações em torno do armazenamento e tratamento de dados, em especial os de íris, considerandos sensíveis por serem imutáveis.

Felippe acredita, porém, que é possível encontrar um modelo de operações que permita retomar o registro de íris, essencial para a concessão da World ID — a identidade digital do projeto —, e atender às exigências regulatórias no Brasil.

Futuro do projeto

A nova executiva da Tools for Humanity pontuou que o World "começou recentemente" a nível global, e a própria operação no Brasil é nova. A chegada de Felippe tem o objetivo de "ter alguém para olhar o posicionamento da operação no Brasil".

O objetivo principal da executiva é encontrar "o melhor modelo de operação, respeitando as autoridades". A decisão da ANPD e investigações sobre o projeto são vistas por Felippe como naturais: "Por ser muito disruptiva, é normal o questionamento, um movimento natural. Como toda inovação disruptiva, as redes sociais, a internet, cripto, tem uma resistência, e exige um movimento de educação com reguladores, mercado, pessoas".

Ela afirma que um dos focos da Tools for Humanity será "educar" sobre o World e seu funcionamento. "Queremos operar 100% alinhados às autoridades locais, mas também ajudar a resolver fraudes online de forma escalável, com as pessoas tendo controle da sua própria credencial digital".

"Pausamos voluntariamente os registros para abrir conversas e entender como vamos operar de forma estruturada. Estamos abertos a conversas, e compartilhando todas as informações necessárias. A ideia é entender o modelo que a ANPD esteja confortável. Queremos voltar a operar, mas respeitamos a vontade da ANPD e queremos ter transparência", ressalta.

A executiva destaca que não é possível no momento precisar quando, exatamente, os registros serão retomados no Brasil. Ao mesmo tempo, a companhia quer trabalhar nos casos de uso para o protocolo, em especial na área de segurança e prevenção de fraudes.

"Queremos resolver problemas sérios de fraudes, que ninguém está olhando. Tem um pilar de privacidade e de proteção da identidade das pessoas que o World resolve com a tecnologia. A IA vem mudando muito rápido", pontua.

Felippe avalia que "a identidade anônima é uma tecnologia de ponta. O World é um protocolo desenvolvido pelos principais tecnológicos e especialistas de tecnologia da informação. Se temos uma descentralização de ativos, por que também não ter de uma credencial digital anônima?".

Ela ressalta que a ideia não é substituir sistemas de KYC (“conheça seu cliente”, na tradução), mas sim adicionar "uma nova camada de segurança onde as pessoas saibam identificar quem é humano e quem é artificial. É uma solução para fraudes, que hoje são muito escaladas".

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