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Pressão de investidores aumenta divulgação de dados climáticos

Campanha do CDP mobiliza mais de 1.000 empresas a divulgarem para investidores informações sobre resiliência climática, segurança hídrica e impacto florestal

Mudanças climáticas: CDP e investidores se unem para pressionar grandes empresas a divulgarem informações sobre seus impactos ambientais (David Silverman/Getty Images)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 16h50.

Empresas são duas vezes mais propensas a relatar dados de risco climático quando investidores fazem uma pressão ativa, de acordo com uma plataforma líder em divulgação de dados climáticos.

Mais de 1.000 empresas receberam solicitações de investidores para divulgarem seu impacto sobre florestas, mudanças climáticas e segurança hídrica no ano passado, como parte de uma campanha anual da ONG CDP. A taxa de resposta subiu para 20% em 2020, depois de ficar em torno de 15% nos três anos anteriores, disse a agência em relatório divulgado na terça-feira.

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As 206 empresas que divulgaram novas informações ao CDP após pressão dos investidores incluem a Enbridge, Pernod Ricard e Nestlé. Essas empresas produzem 670 milhões de toneladas de emissões diretas de CO2, quase a mesma quantidade que todas as emissões nacionais de combustíveis fósseis da Alemanha.

“Com a resiliência dos negócios e a adaptação aos riscos sistêmicos expostos pela crise global de saúde pública, a maré se volta rapidamente contra empresas que não prestam atenção à demanda de investidores por divulgação”, disse Emily Kreps, diretora global de mercados de capitais do CDP.

Investidores precisam que empresas relatem dados que mostrem o quão vulneráveis são às mudanças climáticas e o que estão fazendo para lidar com isso, a fim de ajudá-los a entender os riscos financeiros que estão assumindo. Em 2020, 108 investidores institucionais com um total de US$ 12 trilhões em ativos pediram às empresas que divulgassem dados ao CDP, que obteve uma resposta particularmente forte daquelas com sede na América Latina e Caribe, Europa e Japão.

A campanha teve dificuldade para ter sucesso na Oceania, onde apenas 8% das empresas contatadas por investidores divulgaram informações. O relatório citou falhas do governo australiano - que teve de lidar com alguns dos piores incêndios florestais e secas da história do país no ano passado - para criar um ambiente político e de negócios que incentive as empresas a tomarem medidas sobre o clima.

Em nível global, muitas das maiores empresas continuam a resistir às demandas para divulgar informações ao CDP. Amazon.com, BP, Facebook e Royal Dutch Shell recebem demandas da campanha por quatro anos consecutivos e ainda não divulgaram o escopo completo de seu impacto na plataforma.

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