Presidente da COP28 quer mais financiamento climático para países em desenvolvimento
No domingo, o G7 se comprometerá, ao lado dos demais países desenvolvidos, a mobilizar a arrecadação de US$ 100 bilhões (R$ 494 bilhões) anuais para financiar medidas contra o aquecimento global
Agência de notícias
Publicado em 15 de abril de 2023 às 16h23.
Última atualização em 15 de abril de 2023 às 16h32.
Os países em desenvolvimento são "extremamente importantes" na luta contra o aquecimento global e devem receber um maior financiamento, disse, neste sábado (15), o presidente da COP28, que será realizada em Dubai, no final do ano.
"Sou a favor de maiores ambições" na luta contra as mudanças climáticas, afirmou, em entrevista à AFP, Sultan Ahmed al Jaber, que participa da reunião ministerial do G7 sobre Clima, Energia e Ambiente, este fim de semana em Sapporo, no norte do Japão.
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No entanto, estas iniciativas devem ser "acompanhadas" de um financiamento mais "acessível" aos países emergentes, acrescentou. "Chegou a hora" de ter "um acordo justo para os países do Sul", que por enquanto recebem menos fundos para mitigar as mudanças climáticas, mesmo sendo os "mais necessitados", insistiu o ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos.
No domingo, o G7 se comprometerá, ao lado dos demais países desenvolvidos, a mobilizar a arrecadação de US$ 100 bilhões (R$ 494 bilhões) anuais para financiar medidas contra o aquecimento global nos países emergentes, de acordo com a mais recente versão provisória da declaração final do grupo, consultada pela AFP.
Muitas expectativas, pouca confiança
Este compromisso remonta a 2009 e deve ser alcançado três anos depois da meta inicial de 2020. "Há grandes expectativas (dos países do Sul em relação aos do Norte), mas muito pouca confiança", disse Al Jaber, que realiza uma série de visitas a países emergentes para ouvir suas demandas sobre esta temática.
Ele também destacou a necessidade de encontrar um "equilíbrio entre a paixão e o realismo" sobre o clima, para que se possa chegar a um acordo "concreto" e "pragmático" na COP28, que acontece entre novembro e dezembro de 2023.
No início do ano, a nomeação de Al Jaber à presidência do evento foi recebida com desconfiança por ambientalistas, uma vez que o ministro é diretor-geral da ADNOC, a gigante petrolífera nacional dos Emirados Árabes Unidos (EAU).
Ele rebateu as críticas neste sábado, lembrando que fundou a Masdar, empresa nacional de energias renováveis dos EAU e ressaltando que o país trabalha em prol de sua transição energética "há mais de 20 anos".
Em um discurso feito a portas fechadas aos ministros do G7 reunidos em Sapporo, do qual a AFP obteve uma cópia, o presidente da COP28 instou ao mundo que triplique os fundos disponíveis para combater as mudanças climáticas nos países emergentes até 2030.
"Temos que triplicar a capacidade mundial de energias renováveis" até 2030 e "multiplicá-la por seis até 2040", enfatizou.