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Por que as enchentes no Rio Grande Sul eram um desastre anunciado?

Especialistas da PSR mostram como se preparar para os eventos climáticos extremos, minimizando riscos e oferecendo segurança às populações mais vulneráveis

Vista aérea do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) inundado no centro da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. (Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC)/Divulgação)

Vista aérea do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) inundado no centro da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. (Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (SEDAC)/Divulgação)

Publicado em 7 de maio de 2024 às 12h29.

Última atualização em 6 de junho de 2024 às 15h35.

Registros de cheias extremas têm se repetido em várias bacias da região Sul do Brasil. O evento de setembro de 2023 no rio Guaíba já havia sido considerado o maior dos últimos 80 anos, e o que ocorreu na última semana bateu todos os recordes históricos.

Em ambas as ocasiões, as cheias do rio Taquari-Antas foram equivalentes à capacidade de descarga das usinas, projetada para probabilidade de ocorrência de uma vez a cada 10.000 anos. Desta vez, acabaram resultando no rompimento parcial da barragem da hidrelétrica 14 de Julho.

Resultado das alterações climáticas, o aumento da frequência e intensidade desses eventos reforça a necessidade da atualizar os cálculos considerando que a amostra de dados disponível hoje é maior do que quando muitas usinas foram projetadas.

Também é preciso revisar metodologias e critérios de cálculos para novos projetos, além de implantar medidas de adaptação à segurança das hidrelétricas existentes, que viabilizem soluções operativas emergenciais.

Dessa forma, os estudos estatísticos que orientam o dimensionamento das estruturas devem passar a considerar a nova realidade do clima. Também é crucial expandir a rede de monitoramento em tempo real e o zoneamento de áreas inundáveis.

Modelos hidrológicos que simulam a passagem das cheias podem contribuir para reduzir riscos e oferecer segurança à operação dos reservatórios. Desde, é claro, que as políticas públicas orientem uma ocupação urbana adequada, aprimorem os sistemas de alerta à população e promovam maior coordenação institucional.

Culpar a natureza por desastres naturais é uma narrativa comum, que precisa ser trocada por ações e – no evento de calamidades – uma busca por aprendizados para mitigar os estragos de eventos similares no futuro. Caso contrário, haverá agravamento da desigualdade social porque as populações mais frágeis são as mais afetadas em cada catástrofe.

Por fim, a solução deve levar em conta a implantação de novas barragens para armazenar água com localização a ser definida de forma criteriosa e participativa. Assim, será possível oferecer maior segurança hídrica, seja no controle de cheias ou para assegurar o abastecimento humano e disponibilidade de água suficiente para irrigar as lavouras durante períodos de secas severas.

Luiz Rodolpho Albuquerque: expert em Recursos Hídricos e Meio Ambiente na PSR
Rafael Kelman: diretor executivo na PSR
Tarcísio Castro: team leader em Recursos Hídricos e Meio Ambiente na PSR

Acompanhe tudo sobre:Energia renovávelbranded-contentPSR Energia em foco

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