Já nos preparativos para a COP30, Belém recebe investimento de R$ 4,7 bilhões
O valor será destinado para uma série de obras que visam atender à demanda crescente por transporte, alojamento e espaços para receber cerca de 60 mil participantes da Cúpula do Clima no Pará
Repórter de ESG
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 10h26.
O Brasil irá sediar pela primeira vez o maior evento de combate à crise climática do mundo em 2025, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), bemno coração da Amazônia. E a cidade anfitriã já se prepara: a menos de um ano para a Cúpula, Belém do Pará recebeucerca de R$ 4,7 bilhões de investimentos do governo federal -- entre recursos do Orçamento Geral da União, do BNDES e de Itaipu.
O valor será destinado a uma série de obras que visam atender à demanda crescente por transporte, alojamento, infraestrutura e espaços adequados para a realização da COP no ano que vem, de 10 a 21 de novembro, quando a cidade deve ser o destino de mais de 60 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, diplomatas, empresários, investidores, ativistas e delegações dos 193 países membros da ONU.
"As obras serão um verdadeiro legado para a população, como as de macrodrenagem, que trazem mais qualidade de vida para áreas mais carentes de saneamento básico, por exemplo. Além disso, um evento desta magnitude aumenta a visibilidade da cidade como um todo para o mundo, movimentando o turismo, que já dobrou somente no primeiro semestre de 2024 e gera emprego, renda e muda a vida das pessoas", destacou em nota o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia.
Com a expectativa de ser uma edição muito voltada ao tema das florestas tropicais, o Brasil é detentor de 60% da Amazônia e desempenha um papel essencial namitigação de gases estufaeequilíbrio do planeta.A infraestrutura urbana é prioridade, com reformas significativas nas vias públicas, expansão e modernização dos sistemas de saneamento básico e abastecimento de água. A mobilidade também é um foco, com a ampliação das linhas de transporte público, incluindo a construção de novas ciclovias e melhorias nas vias de acesso.
Uma das preocupações é a acomodação, e para isso estãosendo construídos novos hotéis, além da reforma e modernização dos existentes, disse o governo. Em um esforço coletivo com o Pará, já foram destinados mais de R$ 100 milhões para malhoeiras na qualidade hoteleira e serviços de turismo, por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur).
Segundo Correia,cerca de 500 quartos de padrão cinco estrelas vão ficar como legado para a cidade após a conferência. Com um aporte de R$ 224 milhões de Itaipu, as acomodações devem atender parte das delegações dos países participantes e, após a COP 30, funcionará como centro administrativo do governo estadual.
"Temos dialogado com plataformas de hospedagem para que consigamos aumentar a oferta de casas para aluguel, que tem uma possibilidade grande de aumentar esses serviços", disse. Além disso, dois hotéis estão sendo construídos na área portuária da cidade e escolas e outras áreas estão sendo preparadas pelo governo do estado para ampliar a capacidade de receber os participantes. "Estamos trabalhando ainda na contratação de dois navios cruzeiros para receber cerca de 5 mil pessoas", acrescentou Correia.
Obras em curso
O Parque da Cidade, onde será realizada a conferência, foi construído em uma área de um antigo aeroporto e já está com cerca de 70% das obras previstas concluídas, e ficará como um dos grandes legados da COP para Belém. O projeto final do parque contempla o museu da aviação, um centro de economia criativa, um espaço gastronômico, ciclotrilha e ecotrilha, áreas verdes preservadas, lago artificial e instalações esportivas voltadas para a promoção da qualidade de vida, lazer, cultura, arte e bem-estar da população.
O Hangar Centro de Convenções é um espaço existente, que se conecta com o Parque da Cidade, e fará parte da Blue Zone e também está sendo reformado.
Entre outras obras em reformas estão o Complexo Ver-o-Peso, do Mercado de São Brás, e a construção do Parque Linear São Joaquim, executadas pela prefeitura e que irão custar cerca de R$ 299 milhões. Já a infraestrutura da Base Aérea de Belém é um investimento de R$ 25,8 milhões do governo federal.
Outro projeto é o da reforma do Parque Linear da Doca, de R$ 366 milhões investidos por Itaipu, visando melhorar as condições de deslocamento e contruir espaços de convivência para a população. Já a Avenida Tamandaré, já está com 22% das obras concluídas, e envolve a reforma do canal, construção de parque linear e melhorias de saneamento.
O Porto Futuro II, que contempla cinco galpões cedidos pela Companhia Docas do Pará (CDP) ao governo paraense, está sendo recuperado e será transformado em um complexo de lazer e gastronomia. Com um inovador polo de bioeconomia, também se tornará um ponto turístico para valorização da cultura popular, do patrimônio imaterial, da história amazônica, das experiências e também da biodiversidade do Pará. Até então, 50% já foi entregue.