Geração Greta volta a se manifestar pelo clima
Movimento Fridays For Future promove série de protestos pelo mundo. No Brasil, jovens protestam contra o governo e pedem a saída de Ricardo Salles
Rodrigo Caetano
Publicado em 25 de setembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 16h56.
O Fridays For Future , movimento iniciado pela menina ativista sueca Greta Thunberg, fará uma série de manifestações pelo clima, hoje. Estão programadas ações no mundo inteiro. As “marchas” do dia 25 de setembro, como a organização está chamando o evento, serão as primeiras fora do ambiente digital, desde o início da pandemia.
No Brasil, a chamada para o protesto inclui os pedidos de “fora Bolsonaro”, contra o presidente Jair Bolsonaro, e “fora Salles”, pedindo a saída do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A demanda dos jovens é praticamente a mesma da época em que Greta iniciou sua greve pelo clima: cobrar os políticos sobre medidas concretas para conter o aquecimento global e as mudanças climáticas. “A pandemia mostrou que os políticos têm o poder de agir rapidamente com a melhor ciência disponível”, afirma Eric Damien, jovem ativista do Quênia, em nota enviada à imprensa sobre os protestos.
Em agosto, Greta voltou à escola após um ano sabático. Nos últimos dois anos, a menina de 17 anos emergiu como a voz de uma geração que está preocupada com o planeta. A sua “folga”, na realidade, foi cheia de trabalho. Nos últimos 12 meses, Greta discursou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na COP25, em Madri, e continuou cobrando impiedosamente os políticos do momento. Em encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, ela pediu que Merkel saísse de sua “zona de conforto” e acelerasse a ação para combater a emergência climática.
Uma semana depois de voltar à escola, a menina ativista voltou a liderar um protesto pela proteção ao meio ambiente, com foco na Amazônia. Em uma ação online, ela alertou sobre a importância de proteger a maior floresta tropical do mundo. “Essa crise é global. Pois, o que acontece na Amazônia não fica na Amazônia e a gente precisa agir agora”, afirmou Greta. “Dependemos das pessoas colocando as vidas em risco para salvar a Amazônia, para protegê-la. E dependemos dos povos indígenas.”