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Em NY, governador do Pará anuncia venda de quase R$ 1 bi em créditos de carbono

Compra de 12 milhões de créditos foi feita com a Coalização LEAF, organização público e privada formada por grandes empresas e governos, e representa maior transação de créditos de carbono da história

Helder Barbalho, governador do Pará: “Esperamos que o Pará possa ser um exemplo para outros governos florestais, tanto na Amazônia quanto em outros territórios, seguirem nesta luta” (Leandro Fonseca/Exame)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 17h23.

O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou nesta terça-feira a venda de 12 milhões de créditos de carbono. A quantia, comercializada a US$ 15 por tonelada, se tornou o maior contrato de comercialização de créditos de CO2 na história, atingindo a quantia de R$ 982 milhões (ou US$ 180 milhões).

Os créditos de alta integridade são gerados a partir da redução no desmatamento no Estado entre 2023 e 2026. O contrato prevê ainda que, a partir de 2025, o valor recebido pelo governo paraense será utilizado para apoiar a redução do desmatamento e no incentivo ao desenvolvimento econômico sustentável entre as comunidades indígenas e originárias da região.

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A aquisição foi feita pela Coalizão LEAF, uma iniciativa pública e privada internacional que reúne grandes empresas como Amazon, Bayer e BCG, além de governos como Noruega, Reino Unido, Estados Unidos e Coreia do Sul.

Os compradores da Coalizão LEAF têm ocompromisso de adquirir 5 milhões de créditos de redução de emissões. A gerenciadora da LEAF, a Emergent, ainda disponibilizará 7 milhões de créditos para compradores adicionais, uma vez que antecipa uma forte demanda do mercado pelos créditos de qualidade da Amazônia.

O anúncio foi feito na Casa Amazônia NY, evento que integra a Semana do Clima de Nova York. O encontro busca anunciar ao maior centro econômico do mundo as práticas de manejo sustentável e economia aliada da floresta praticadas pela Amazônia.

Créditos de carbono da Amazônia

O governador afirmou que o preço atingido, de US$ 15 por tonelada – acima dos níveis do mercado –,demonstra a confiança dos compradores na qualidade do carbono amazônico e nos esforços do Pará para reduzir as crises ambiental e climática. “Esperamos que o Pará possa ser um exemplo para outros governos florestais, tanto na Amazônia quanto em outros territórios, seguirem nesta luta”, afirma Barbalho.

Eron Bloomgarden, CEO da Emergent, contou que a abordagem da Coalizão é a melhor forma de frear o desmatamento. Ele ainda afirmou que canalizar bilhões em financiamento climático para o sul global garante também a participação das comunidades locais na criação de planos para a melhoria ambiental.

“Um desafio crucial agora é aumentar a demanda, principalmente do setor privado. Vamos redobrar nossos esforços para alcançar mais acordos com governos florestais e trazer financiamento do setor público e privado na escala necessária”, apontou.

Além do contrato com o Pará,a Coalizão LEAF já havia anunciado contratos com a Costa Rica e Gana durante a COP28, em dezembro de 2023. Outros contratos e acordos devem ser firmados com Vietnã, Nepal, Equador e o Estado do Acre.

O Pará conta com a meta de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2036. Responsável por 25% da Amazônia e sede da Conferência do Clima da ONU de 2025, a COP30, o Estado reduziu seus casos de desmatamento em 42% na comparação com 2023, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE ).

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