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Brasil e mais 36 países assinam declaração para fortalecimento do mercado de hidrogênio verde

A discussão sobre o hidrogênio verde chega à COP28 e os países assinam a declaração para a regularização das certificações; entenda

COP28: países organizam declaração sobre o mercado do hidrogênio verde (Leandro Fonseca/Exame)
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 12h25.

Última atualização em 12 de dezembro de 2023 às 13h58.

Na COP28, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, uma série de documentos está sendo divulgada com o resumo das negociações entre os países. Um deles é a recente declaração sobre hidrogênio verde, chamada Reconhecimento mútuo de esquemas de certificação para derivados de hidrogênio e hidrogênio renovável e de baixo carbono. Nela, 37 países – incluindo o Brasil – se posicionaram sobre o futuro do mercado de hidrogênio, possíveis caminhos para as regularizações local e globalmente, como também formas de aquecer o mercado do composto renovável.

Na declaração, os países participantes enfatizam a necessidade de uma “cooperação multilateral aprimorada para abordar as mudanças climáticas”, afirmam. Um dos pontos destacados é a aceleração da transição energética global, o aumento do crescimento econômico sustentável e a industrialização verde.

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Os países participantes reconhecem que o hidrogênio e seus derivados são “atores essenciais” no atendimento às necessidades energéticas globais pensando, principalmente, na descarbonização das indústrias. Com isso, os participantes querem criar oportunidades e ganhos que tenham custo benefício e sejam eficientes para o mercado global.

Outro objetivo é valorizar a produção, importação e exportação de hidrogênio e hidrogênio renovável de baixo carbono, como diz a declaração divulgada no site oficial da COP28.

O documento ainda cita a presidência do G7 e o comunicado dos ministros do Clima, Energia e Meio Ambiente de 16 de abril de 2023 quando foi tratada a “necessidade de buscar reconhecimento mútuo com base em um mecanismo para evidenciar a intensidade do carbono, observar os princípios de negociabilidade, transparência, confiabilidade e sustentabilidade”.

Além disso, a declaração fala sobre a presidência do G20 e a declaração dos líderes de Nova Délhi do G20 de 9 a 10 de setembro de 2023, que enfatiza como são necessários “esquemas de certificação de hidrogênio e hidrogênio de baixo carbono e derivados de hidrogênio renováveis e de baixo carbono”, a fim de construir um ecossistema de hidrogênio globalmente sustentável e equitativo em benefício de todas as nações.

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A questão do hidrogênio verde

Para os participantes, o hidrogênio é “uma prioridade essencial para a cooperação multilateral para desbloquear o comércio transfronteiriço”. Por esse motivo, os países reconhecem os esforços para implementação de soluções para a certificação nacional ou regional para os derivados de hidrogênio.

Assim, os países esperam desenvolver um  mercado global renovável de derivados de hidrogênio e hidrogênio de baixo carbono”. Os participantes querem trabalhar para o reconhecimento mútuo dos esquemas de certificação, com soluções que sejam técnicas para permitir o reconhecimento de certificações como a cooperação. Para isso, serão nomeados especialistas governamentais para atuar no International Partnership for Hydrogen and Fuel Cells in the Economy (IPHE) e no The Hydrogen Technology Cooperation Programme (Hydrogen TCP).

O reconhecimento das certificações de carbono

A declaração ainda trata sobre a importância das etapas de apoio dos processos de reconhecimento mútuo das certificações, considerando “a adoção ou consistência com padrões reconhecidos globalmente, como a metodologia ISO para determinar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à produção e transporte de hidrogênio”, afirma.

Como saída prática, os países participantes pretendem monitorar o progresso de seus planos de certificação para uma cooperação mútua, que acontecerá de maneira anual.

Quais são os países participantes da declaração do hidrogênio

No total, são 37 países que assinaram a declaração sobre hidrogênio, sendo eles: Antígua e Barbuda, Armênia, Austrália, Bélgica, Brasil, Brunei, Canadá, Chile, Egito, França, Alemanha, Gana, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, Mauritânia, Moldávia, Marrocos, Namíbia, Holanda, Nigéria, Noruega, Omã, Papua Nova Guiné, Paraguai, Portugal, Serra Leoa, Cingapura, República da Coréia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Ucrânia, Uruguai, EUA e Iêmen.

O que é o hidrogênio verde

O hidrogênio verde ainda é considerado uma inovação sustentável no mercado de energia, pois é uma forma limpa de produzir o gás hidrogênio, muito usado na indústria e com potencial energético grande.

A forma sustentável do hidrogênio é obtida por meio da eletrólise da água, onde há a separação entre água (H2O) em hidrogênio (H2) e oxigênio (O) por meio de eletricidade. Mas o processo é limpo e sustentável porque usa energia renovável, como a solar ou a eólica, para alimentar essa separação entre os compostos químicos. E, este processo, não conta com a emissão de gases de efeito estufa.

Por esse motivo, o hidrogênio verde é uma grande aposta no mercado sustentável, tanto no Brasil quanto no mundo. O que difere do hidrogênio cinza, produzido a partir do gás natural, ou outras fontes não renováveis e que resultam na emissão de dióxido de carbono.

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