Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

Projeto incentiva inclusão da população LGBTQIA+ no mercado de tecnologia

Com atuação em três cidades, Generation forma desenvolvedores, com prioridade para jovens em situação de vulnerabilidade

Diversidade: Ambientes saudáveis criam produtividade ainda maior (FatCamera/Getty Images)

Diversidade: Ambientes saudáveis criam produtividade ainda maior (FatCamera/Getty Images)

A promoção de políticas de inclusão da população LGBTQIA+ no mercado de trabalho ganha cada vez mais espaço no ambiente empresarial. No Brasil, algumas iniciativas têm se destacado no trabalho de ampliação deste público no setor produtivo. Caso da Generation, projeto fundado pela McKinsey & Company e apoiada pela B3 Social, associação sem fins lucrativos responsável pelas frentes de investimento social privado e voluntariado da B3.

 O objetivo da Generation é preparar, apoiar e inserir jovens no mercado de trabalho de tecnologia por meio da formação para os cursos de Desenvolvedor Full-Stack Java e Desenvolvedor Mobile, priorizando a comunidade LGBTQIA+. Como resultado, cerca de 27% dos participantes do programa se declaram LGBTQIA+, e a Generation conta com 24% dos colaboradores autodeclarados neste público.

 O projeto é voltado para participantes de baixa renda, entre 18 e 30 anos, com ensino médio completo e também busca a inclusão de mulheres, negros e pessoas com deficiência. Atualmente, está implementado em São Paulo (SP), Campinas (SP) e Recife (PE).

“Nascemos com a missão de diminuir a desigualdade social e promover a educação para o trabalho. Para isso, é importante termos os olhos sempre atentos ao tema da diversidade, pois só assim conseguiremos romper estruturas tradicionais. Ambientes diversos produzem riquezas de ideias, de produtividade e de bem-estar coletivo, ou seja, todos ganham, as empresas, os colaboradores, os clientes e a sociedade”, ressalta Adriana Carvalho, CEO da Generation Brasil.

O programa surge com o objetivo de suprir uma demanda que se mostra desafiadora para alguns setores da economia. Uma pesquisa feita por pesquisadores da Universidade de Michigan e da Temple University e publicada pela revista Science Advances em 2021 mostrou que trabalhadores da população LGBTQIA+ que atuam nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) têm mais chances de sofrerem limitações de carreira, assédio e desvalorização profissional.

A B3 Social é apoiadora pelo terceiro ano consecutivo da Generation e contribui para a expansão do projeto. A associação, além de atuar com investimento social privado, tem colaboradores que contribuem como mentores de alunos do projeto.

"Por meio da B3 Social, buscamos fortalecer organizações da sociedade civil que contribuam para a redução das desigualdades sociais e atendam às demandas das populações mais vulneráveis. Este compromisso passa pelo reconhecimento das discriminações que sofre o público LGBTQIA+ e pela proteção dos direitos humanos desta população. Deste modo, damos sustentação ao movimento da B3 de transformação cultural que foi iniciado há cinco anos e que tem a inclusão de pessoas LGBTQIA+ como um dos pontos fundamentais", comenta Elizabeth Mac Nicol, superintendente da B3 Social.

A B3, que é signatária do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ e assumiu os dez compromissos que tratam da promoção dos direitos LGBTQIA+ sob o prisma da gestão empresarial, também conta, desde agosto de 2021, com o currículo oculto, que apresenta os perfis dos candidatos aos gestores sem informações de nome, raça e etnia, gênero, idade, deficiência, endereço residencial e, em posições de liderança, formação acadêmica.

Mais de Esfera Brasil

Quem são os herdeiros da esquerda e da direita?

Plano de combate à corrupção propõe ações integradas entre ministérios

PL das eólicas offshores institui marco legal para setor

Argentina sai da recessão, mas aumento da pobreza segue como desafio para Milei