Isnaldo Bulhões Jr., líder da bancada do MDB na Câmara dos Deputados. (Câmara dos Deputados/Reprodução)
Em entrevista à Esfera Brasil, Isnaldo Bulhões Jr., líder da bancada do MDB na Câmara dos Deputados, afirmou que o partido segue discutindo a pré-candidatura de Simone Tebet à Presidência, mas também dialogando com outros pré-candidatos, principalmente com Lula (PT), por conta do favoritismo dele nas pesquisas.
Para o deputado alagoano, o favoritismo de Lula (PT) nas pesquisas eleitorais e o aumento da polarização estão tornando a 3ª via “cada vez mais difícil”.
Nesta segunda (18), lideranças do MDB em 11 Estados do país, incluindo Bulhões Jr., declararam apoio ao petista ainda no 1º turno, dias antes da convenção que poderá homologar a candidatura de Tebet. No entanto, o presidente do MDB, Baleia Rossi, assegurou que a senadora será confirmada como candidata do partido na convenção do próximo dia 27.
Bulhões Jr. participou da celebração de 1 ano da Esfera Brasil, em São Paulo, na quinta (14), e nos concedeu uma entrevista exclusiva. Leia a seguir a entrevista na íntegra, que também pode ser conferida no canal da Esfera Brasil no YouTube.
Esfera Brasil - Na opinião do senhor, ainda há a viabilidade de uma terceira via? O MDB anunciará a senadora Simone Tebet como pré-candidata à Presidência ou há a possibilidade de uma aliança com o PT para o 1º turno?
Isnaldo Bulhões Jr. - Quero deixar claro que minha opinião é como filiado ao MDB e não como líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados. Em primeiro lugar, tem que deixar claro que é legítima a candidatura da Simone Tebet, o partido discutirá essa candidatura nos próximos dias em convenção [prevista para o dia 27].
Mas, particularmente, acho que a terceira via, e não somente a via que a Simone vem representando na pré-candidatura, diante da polarização ela foi estreitada. Isso está sendo demonstrado pelas pesquisas publicadas e feitas, pelas nossas caminhadas, no rol de nossas amizades, mas a Simone tende a ter um favoritismo na convenção do MDB para que venha a ter sua candidatura confirmada. É o que eu acredito, porém, alas do partido, como a que eu participo, vêm conversando com os demais candidatos.
Eu tenho um posicionamento claro, temos em Alagoas uma aliança histórica com o presidente Lula, alguns emedebistas, embora acredito que em minoria, têm relação com o presidente Bolsonaro ou identidade. O que está em discussão no MDB, a princípio, é a candidatura da senadora Simone, mas o diálogo continua.
Mas eu acho que está cada vez mais difícil uma terceira via ser viável no Brasil. Quanto ao caminho dos resultados que podem acontecer no próximo pleito de outubro, cada vez acredito mais que o presidente Lula vem consolidando o seu favoritismo e o presidente Bolsonaro, a sua rejeição.
Esfera Brasil - A PEC dos Benefícios prejudicará o próximo governo? Havia alguma possibilidade de ela não ser aprovada?
Isnaldo Bulhões Jr. - Não havia forma de evitar aprovação. Apesar de discordar da questão do freio da inflação, do controle do preço dos combustíveis, a PEC não traz nenhum resultado definitivo. Porém, foram agregados vários ingredientes fundamentais para a sociedade brasileira, como, mesmo que emergencial, evitar que o transporte público viesse a colapsar, a questão do incremento do auxílio para as pessoas mais pobres do Brasil, bem como também a do vale-gás. Quando a PEC agregou esses temas, ficava muito difícil o Congresso Nacional não ir de encontro.
Esfera Brasil - O senhor acredita que haverá acirramento da violência política nas eleições?
Isnaldo Bulhões Jr. - Esse tema é muito preocupante, é o principal tema na ordem do dia. Não apenas a segurança dos candidatos, mas sim a da população. Tivemos um fato recente onde houve um assassinato, homicídio. Esse extremismo, principalmente daqueles que fazem política armamentista , envolvendo radicalismo, do que, aliás, estamos muito distantes, nos preocupa muito.
Os candidatos têm que ter seguranças garantidas, redobradas, mas acima de tudo a população tem que ter consciência de que a gente vive numa democracia em que tem que respeitar os pensamentos contrário. A consciência de debater a política no campo democrático.