Economia

Zona do euro volta a ter deflação e cresce pressão sobre BCE

Os números desanimadores da inflação sugerem que o crescimento fraco da zona do euro está desacelerando


	Supermercado na França: os números desanimadores da inflação sugerem que o crescimento fraco da zona do euro está desacelerando
 (AFP/Aquivo/Philippe Desmazes)

Supermercado na França: os números desanimadores da inflação sugerem que o crescimento fraco da zona do euro está desacelerando (AFP/Aquivo/Philippe Desmazes)

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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 10h00.

Bruxelas - Os preços ao consumidor na zona do euro caíram em fevereiro, ficando aquém das já baixas expectativas e praticamente assegurando mais uma rodada de afrouxamento da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) no dia 10 de março.

Combinado com os dados fracos de confiança e produção, os números desanimadores da inflação sugerem que o crescimento fraco da zona do euro está desacelerando, ampliando os pedidos por ações de política fiscal e monetária para impulsionar uma economia que ainda tem que crescer de volta ao tamanho de antes da crise.

"A deflação será um desastre para a zona do euro conforme o fardo do alto endividamento aumentar", disse o economista do Nordea Holger Sandte. "Assim, o BCE continuará a afrouxar a política monetária de forma significativa." "Mas independente do que o BCE decidir fazer no dia 10 de março, a inflação provavelmente vai continuar próxima de zero nos próximos meses antes de acelerar --se os preços do petróleo se comportarem bem", disse Sandte.

O índice de preços ao consumidor na zona do euro recuou 0,2 por cento em fevereiro, contra alta de 0,3 por cento no mês anterior, muito aquém da meta do BCE de cerca de 2 por cento, e contra expectativa de estabilidade dos preços.

Mais alarmante para o BCE, o núcleo da inflação, excluindo preços voláteis de alimentos e energia, recuou para 0,8 por cento ante 1 por cento, sugerindo que os preços baixos do petróleo estão influenciando os de outros bens e serviços, criando os chamados efeitos de segunda ordem, que podem levar para a deflação.

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