Economia

Pela 1ª vez, zona do euro discute formalmente default grego

O representante grego na reunião disse que Atenas fará de tudo para alcançar um acordo a tempo, disseram outras autoridades


	Premier grego participa de uma reunião da União Europeia em Bruxelas: O menos provável, eles acham, é um acordo de reforma em troca de recursos na próxima semana
 (John Thys/AFP)

Premier grego participa de uma reunião da União Europeia em Bruxelas: O menos provável, eles acham, é um acordo de reforma em troca de recursos na próxima semana (John Thys/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2015 às 10h27.

Bruxelas - Autoridades da União Europeia (UE) discutiram formalmente pela primeira vez possível default grego, já que que as negociações entre Atenas e seus credores estagnaram antes do pagamento de dívida no final do mês, disseram à Reuters várias autoridades.

Os representantes do governo, preparando a reunião do Eurogrupo de ministros das Finanças da zona do euro na próxima semana, concluíram em negociações em Bratislava no final de quinta-feira que há três possíveis cenários para a Grécia no final de junho.

O menos provável, eles acham, é um acordo de reforma em troca de recursos na próxima semana a tempo de cumprir os prazos legais de final de junho.

A segunda possibilidade é mais uma prorrogação do atual programa de resgate, que vence este mês ao mesmo tempo em que a Grécia tem de pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI. O terceiro --discutido formalmente pela primeira vez em tal nível na UE --é aceitar que a Grécia pode dar default.

A maioria das autoridades argumentou ser improvável que os credores fechem um acordo sobre reformas com Atenas a tempo de desembolsar os 7,2 bilhões de euros que continuam disponíveis para a Grécia segundo o programa de resgate prorrogado em fevereiro por quatro meses.

"Exigiria progresso em questão de dias que não foi possível em semanas", disse uma autoridade próxima das discussões nesta sexta-feira.

O representante grego na reunião disse que Atenas fará de tudo para alcançar um acordo a tempo, disseram outras autoridades. Isso significaria de fato um acordo a tempo de ser endossado pelo Eurogrupo quando ele se reunir em 18 de junho.

Autoridades disseram, entretanto, que mesmo assim o desembolso de empréstimos a Atenas até 30 de junho será muito difícil por causa do tempo necessário para finalizar todos os procedimentos necessários.

Portanto, o segundo cenário é de que o atual resgate seja prorrogado para manter os 7,2 bilhões de euros, e 10,9 bilhões de euros separados para recapitalização de bancos gregos, disponíveis para Atenas quando o acordo de reforma for alcançado.

Senão o dinheiro vai desaparecer e um novo acordo de resgate será necessário para garantir mais recursos.

Mas representantes de alguns países da zona do euro acreditam que os governos devem se preparar para um terceiro cenário: o de um calote da Grécia.

"Pela primeira vez houve uma discussão de um 'plano B' para a Grécia", afirmou uma segunda autoridade. Duas outras autoridades confirmaram que esse debate aconteceu.

A discussão foi teórica porque o cenário de um país da zona do euro dar default seria sem precedentes. A reunião não chegou a uma conclusão sobre isso.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaFMIGréciaPiigsUnião Europeia

Mais de Economia

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Mais na Exame