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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.
As indústria brasileiras encerraram outubro com vendas reais 3,72% maiores que em setembro. O cálculo já desconta o Índice de Preços do Atacado da Fundação Getúlio Vargas. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), responsável pela pesquisa, quando descontados os fatores sazonais, as vendas foram 1,69% superiores a setembro, e 10,74% maiores que em outubro de 2005.
Segundo a CNI, parte do aumento é sazonal, pois o pico das vendas da indústria ocorre em outubro, quando as empresas recebem as encomendas para o período das festas natalinas. Mas, mesmo quando se desconta a sazonalidade, o incremento das vendas ainda é considerado forte pela confederação por ter vindo sobre uma base alta de comparação, já que, em setembro, o indicador cresceu 1,79%.
A expansão do consumo foi o principal impulsor das vendas no mês retrasado, de acordo com a pesquisa. Com o incremento da renda familiar e a oferta de crédito, os consumidores finais estimulam o mercado interno e geram um efeito positivo sobre toda a economia, o que desemboca em mais encomendas à indústria.
Na comparação anual, na qual a taxa de expansão das vendas foi de 1,43%, a CNI aponta o efeito negativo da valorização do real. Nos dez primeiros meses de 2006, a taxa média de câmbio ficou em 2,18 reais por dólar. A cifra representa uma valorização de 11,8% sobre a moeda americana, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar da expansão das vendas, a capacidade instalada da indústria ficou em 81,8% em outubro - índice dessazonalizado. A taxa é menor que os 82,2% de setembro, e ligeiramente superior aos 81,4% de outubro do ano passado. Na prática, isso significa que as vendas cresceram sem em um ritmo compatível com a capacidade das indústrias, o que afasta o temor de pressões inflacionárias que poderiam se espalhar por toda a economia.