Vendas no varejo têm estabilidade em julho após 3 meses de alta
Sobre o mesmo mês de 2016, as vendas tiveram alta de 3,1 por cento, o melhor resultado nessa base de comparação desde maio de 2014
Reuters
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 09h10.
Última atualização em 12 de setembro de 2017 às 10h15.
São Paulo / Rio de Janeiro - As vendas no varejo do Brasil interromperam três meses de altas e apresentaram estabilidade em julho na comparação com o mês anterior, num resultado abaixo da expectativa devido à queda na comercialização de combustíveis como resultado da demanda fraca.
Sobre o mesmo mês de 2016, as vendas tiveram alta de 3,1 por cento, o melhor resultado nessa base de comparação desde maio de 2014 (4,6 por cento), segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,1 por cento na comparação mensal e de avanço de 3,5 por cento sobre um ano antes.
O IBGE informou que a atividade de Combustíveis e Lubrificantes foi a que mais pressionou o resultado de julho ao recuar 1,6 por cento sobre o mês anterior.
"A redução nas vendas de combustíveis tem a ver com o menor nível de atividade econômica, que reduz a demanda, e com a renda ainda comprometida, embora com sinais de ligeira melhora. Muita gente está buscando transporte público e deixando mais o carro em casa", explicou a gerente do IBGE Isabella Nunes.
A queda nas vendas de combustíveis compensou a alta de 0,7 por cento em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade que vem mostrando melhora diante do aumento da massa salarial.
De acordo com Isabella, do IBGE, o movimento de estabilidade das vendas no varejo em julho é normal após três meses de alta, e o ambiente de inflação e juros baixos no país favorecem o comércio.
"Temos inflação em baixa, os recursos do FGTS, além da massa salarial maior, que criam um ambiente de mais compras. Há uma aumento de liquidez. O setor de super e hipermercados costuma ser o primeiro a reagir", afirmou ela.
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, avançou 0,2 por cento em relação a junho, com destaque para a alta de 0,9 por cento nas vendas de materiais de construção.
O Banco Central vem reduzindo a taxa básica desde outubro e na semana passada cortou a Selic para 8,25 por cento. Juros mais baixos barateiam o crédito, o que vem ajudando a estimular o consumo.
A economia vem dados sinais de recuperação como o crescimento de 0,2 por cento do Produto Interno Bruto no segundo trimestre sobre o primeiro, acima do esperado.