Vendas baixas em supermercados prejudicam varejo
Informação sobre as vendas é do gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 10h37.
Rio de Janeiro - O volume de vendas de supermercados e hipermercados subiu 4% em 2011, o resultado mais fraco desde 2005 (2,1%). Aumentos de preços dos alimentos no início do ano, por conta de commodities mais caras no primeiro semestre, aliados a problemas climáticos que originaram choques de oferta, levaram ao enfraquecimento na variação, segundo o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE , Reinaldo Pereira. "Como esta atividade tem o maior peso na composição do varejo restrito, isso (a alta menos intensa) segurou o avanço no volume de vendas em 2011", acrescentou o especialista.
A piora no desempenho de hipermercados e supermercados também ajudou a diminuir o ritmo de avanço no volume de vendas do varejo restrito na margem (em relação a mês imediatamente anterior), que saiu de 1,2% para 0,3% de novembro para dezembro. Somente nesta atividade houve queda de 1,7% no volume de vendas, em dezembro contra novembro.
Outro ponto destacado por Pereira foi a ascensão da nova Classe C. Ele lembrou que estas famílias, ao experimentar renda mensal mais elevada, deixam de considerar alimentos como principal item em seu orçamento doméstico, e passam a diversificar compras. Isso, na prática, diminuiu o consumo de alimentos, o que atinge em cheio as vendas de supermercados e hipermercados.
Fiel da balança
O comportamento do varejo restrito nacional poderia ter sido pior, não fosse a trajetória favorável de móveis e eletrodomésticos. O volume de vendas desses setores no comércio varejista subiu 16,6% no comércio restrito em 2011. Embora tenha sido mais fraca do que a elevação em 2010 (18,3%), a alta se posicionou muito acima da média do varejo restrito nacional no ano passado (6,7%). "Podemos dizer que esta atividade ajudou muito a manter em alta as vendas do comércio varejista no ano passado", avaliou Pereira.
O especialista lembrou os movimentos de incentivo tributário lançados pelo governo, que reduziu impostos em produtos da chamada linha branca, como geladeiras e fogões, no ano passado. "Isso reduziu preços e estimulou compras", comentou.
Sinal vermelho
O volume de vendas de veículos, motos, partes e peças no mercado varejista ampliado subiu 6,1% no ano passado, o pior resultado desde 2005, quando fechou o ano com alta de 1,5%. Para o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, ocorre uma "saturação" nas vendas de automóveis.
Ele lembrou que muitos consumidores aproveitaram o ano de 2010 para trocar de carro, aproveitando a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos flex autorizada pelo governo naquele ano - que deixou os automóveis mais baratos.
Ao longo de 2011, ficou visível o fato de que o brasileiro já tinha efetuado movimento de renovação de frota no ano anterior. "É incomum alguém trocar de carro todo o ano. O que temos agora é uma parada no consumo, um arrefecimento", avaliou.
Rio de Janeiro - O volume de vendas de supermercados e hipermercados subiu 4% em 2011, o resultado mais fraco desde 2005 (2,1%). Aumentos de preços dos alimentos no início do ano, por conta de commodities mais caras no primeiro semestre, aliados a problemas climáticos que originaram choques de oferta, levaram ao enfraquecimento na variação, segundo o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE , Reinaldo Pereira. "Como esta atividade tem o maior peso na composição do varejo restrito, isso (a alta menos intensa) segurou o avanço no volume de vendas em 2011", acrescentou o especialista.
A piora no desempenho de hipermercados e supermercados também ajudou a diminuir o ritmo de avanço no volume de vendas do varejo restrito na margem (em relação a mês imediatamente anterior), que saiu de 1,2% para 0,3% de novembro para dezembro. Somente nesta atividade houve queda de 1,7% no volume de vendas, em dezembro contra novembro.
Outro ponto destacado por Pereira foi a ascensão da nova Classe C. Ele lembrou que estas famílias, ao experimentar renda mensal mais elevada, deixam de considerar alimentos como principal item em seu orçamento doméstico, e passam a diversificar compras. Isso, na prática, diminuiu o consumo de alimentos, o que atinge em cheio as vendas de supermercados e hipermercados.
Fiel da balança
O comportamento do varejo restrito nacional poderia ter sido pior, não fosse a trajetória favorável de móveis e eletrodomésticos. O volume de vendas desses setores no comércio varejista subiu 16,6% no comércio restrito em 2011. Embora tenha sido mais fraca do que a elevação em 2010 (18,3%), a alta se posicionou muito acima da média do varejo restrito nacional no ano passado (6,7%). "Podemos dizer que esta atividade ajudou muito a manter em alta as vendas do comércio varejista no ano passado", avaliou Pereira.
O especialista lembrou os movimentos de incentivo tributário lançados pelo governo, que reduziu impostos em produtos da chamada linha branca, como geladeiras e fogões, no ano passado. "Isso reduziu preços e estimulou compras", comentou.
Sinal vermelho
O volume de vendas de veículos, motos, partes e peças no mercado varejista ampliado subiu 6,1% no ano passado, o pior resultado desde 2005, quando fechou o ano com alta de 1,5%. Para o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, ocorre uma "saturação" nas vendas de automóveis.
Ele lembrou que muitos consumidores aproveitaram o ano de 2010 para trocar de carro, aproveitando a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos flex autorizada pelo governo naquele ano - que deixou os automóveis mais baratos.
Ao longo de 2011, ficou visível o fato de que o brasileiro já tinha efetuado movimento de renovação de frota no ano anterior. "É incomum alguém trocar de carro todo o ano. O que temos agora é uma parada no consumo, um arrefecimento", avaliou.