União Europeia: "Não podemos ser complacentes sobre países terceiros ou empresas que dificultem a competição justa" (Arquivo/AFP)
Reuters
Publicado em 25 de janeiro de 2020 às 16h43.
Última atualização em 25 de janeiro de 2020 às 16h44.
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia planeja adotar regras antitruste mais protecionistas e encorajar empresas a compartilhar seus dados como parte de uma reforma de políticas industriais com o objetivo de garantir às firmas europeias um perfil mais competitivo nos mercados globais, segundo um documento visto pela Reuters.
Elaborado pela Comissão Europeia e com data de emissão prevista para março, a estratégia também inclui o uso mais agressivo de instrumentos de defesa contra empresas que sejam consideradas como beneficiárias injustas de subsídios internacionais.
"Nossa visão não tem como objetivo proteger indústrias não-competitivas ou de incentivar políticas protecionistas (...) No entanto, a UE não pode ser complacente sobre países terceiros ou empresas que dificultem a competição justa no mercado único nos mercados globais", diz o documento.
"Esta estratégia estabelece os contornos de uma nova e mais assertiva política industrial que permitirá que a UE continue sendo um poder econômico global", acrescenta.
Vários países e empresas da UE pediram que Bruxelas adotasse uma política industrial mais ambiciosa e estratégica, reclamando que outros possam tirar vantagem do mercado europeu aberto sem estarem submetidos às mesmas regras.
O argumento foi citado pelo conglomerado alemão Siemens e por sua rival francesa Alstom em suas iniciativas fracassadas de obter aprovação antitruste da UE para criar uma gigante do setor ferroviário no ano passado.
Sob as novas diretrizes, a Comissão irá avaliar e revisar as regras de competição da UE para garantir que elas estejam de acordo com o propósito de contribuir para fortalecer a indústria europeia internamente e no mundo.
Por Foo Yun Chee