UE e Brasil propõem sistema de subsídios agrícolas à OMC
A proposta defende limitar "os subsídios agrícolas que distorcem o comércio em proporção ao tamanho do setor agrícola de cada país"
EFE
Publicado em 17 de julho de 2017 às 10h36.
Última atualização em 17 de julho de 2017 às 10h36.
Bruxelas - A União Europeia (UE) e o Brasil, os dois maiores produtores agrícolas, apresentaram nesta segunda-feira à Organização Mundial do Comércio ( OMC ) uma proposta para apoiar à indústria de alimentos sem gerar distorções no mercado e levando em conta a situação dos países em desenvolvimento.
Esse plano, apoiado também por Colômbia, Peru e Uruguai, defende limitar "os subsídios agrícolas que distorcem o comércio em proporção ao tamanho do setor agrícola de cada país", informou a Comissão Europeia em comunicado (CE).
"A iniciativa leva em conta as necessidades específicas dos países em desenvolvimento: os países menos desenvolvidos estariam isentos de qualquer limite de subvenção, para permitir o desenvolvimento do seu setor agrícola", acrescentou o Executivo comunitário.
Além disso, outros países em desenvolvimento "também poderiam apoiar seus agricultores de maneira mais generosa e tomar mais tempo para adaptar-se".
Por último, e "dada a importância do algodão para muitos países em desenvolvimento, a proposta também aborda as subvenções que distorcem o comércio para esse setor de uma maneira específica, oportuna e ambiciosa", acrescentou a CE, que espera que a iniciativa se negocie no encontro ministerial da OMC que será realizado em dezembro em Buenos Aires.
A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom, destacou o "firme apoio" da UE e do Brasil a "um sistema de comércio mundial baseado em regras".
"A nossa proposta é, ao mesmo tempo, ambiciosa e realista", declarou.
Por sua vez, o comissário europeu de Agricultura, Phil Hogan, destacou que a UE conseguiu "reformar substancialmente a sua política agrícola" e mostrou a sua confiança em que a proposta à OMC sirva para dar exemplo e "garantir algumas condições equitativas para todos os agricultores nos mercados locais, regionais e mundiais".