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UE e América Latina: relação desafiada pelo avanço da China

Em 2011, o bloco europeu ainda era o segundo sócio comercial mais importante para América Latina e o Caribe, com uma participação de 13% nas trocas comerciais

Euro: na última década, a União Europeia investiu nos países latino-americanos e caribenhos cerca de 500 bilhões de dólares (Marcos Santos/USP Imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 17h58.

Santiago - A União Europeia compartilha com a América Latina uma relação histórica: é seu principal cooperador, maior investidor direto e segundo parceiro comercial, mas esse vínculo é desafiado pelo avanço da China.

Na última década, a União Europeia investiu nos países latino-americanos e caribenhos cerca de 500 bilhões de dólares - mais que o investido na Rússia, China e Índia juntas - se destinando principalmente ao Brasil (53%) e com a Espanha como o principal investidor (45%).

Em 2011, o bloco europeu ainda era o segundo sócio comercial mais importante para América Latina e o Caribe, com uma participação de 13% nas trocas comerciais, atrás dos Estados Unidos, com cerca de 40%.

Contudo, "se fosse mantido o ritmo atual de crescimento da demanda de produtos latino-americanos nos Estados Unidos for mantido, na UE e no restante do mundo, e a demanda da China crescer apenas a metade do ritmo registrado nesta década, este país (China) superaria a UE em 2016 e passaria a ser o segundo maior mercado para as exportações da região", segundo um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

"No caso das importações, já em 2010, a China alcançou a União Europeia", acrescenta um documento preparado pela Cepal para a reunião entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada neste fim de semana em Santiago.


A União Europeia continua sendo o bloco econômico mais importante do planeta, responsável por um quarto do PIB mundial, com uma participação levemente superior a dos Estados Unidos e do Canadá.

A América Latina contribui com 8% do PIB mundial, enquanto, na última década, foi registrada uma queda da Ásia, que aumentou sua participação no PIB mundial de 7% a 16%, com a China como principal protagonista.

Para os próximos anos, os países da América Latina devem ter um crescimento duas vezes maior que a Europa, com uma média de 4,1%, enquanto a UE cresceria 1,8%.

Em 2013 em particular, o panorama será díspar para os dois continentes, segundo o Fundo Monetário Internacional.Enquanto a economia europeia se contrairá 0,2% e marcará seu segundo ano de recessão consecutivo, América Latina irá em sentido oposto, com uma expansão de 3,6%, alinhada com o crescimento mundial médio esperado, de 3,5% segundo o organismo.

Em 2011, a União Europeia registrou um PIB per capita, medido em paridade de poder aquisitivo (PPA), de 31.600 dólares, consideravelmente superior ao da América Latina e o Caribe, que alcançou 11.863 dólares.

Quanto à população, na América Latina e no Caribe vivem 599 milhões de pessoas (9% da população mundial), enquanto a União Europeia tem 502 milhões de habitantes (7% do total).

Em 2012, a taxa de inflação da União Europeia, com a exceção da Romênia e Hungria, foi inferior a 5%, enquanto mais da metade dos países da América Latina e do Caribe, experimentaram uma inflação de entre 3,2% e 10%, apesar de na Argentina e na Venezuela a inflação ter sido de dois dígitos.

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Santiago - A União Europeia compartilha com a América Latina uma relação histórica: é seu principal cooperador, maior investidor direto e segundo parceiro comercial, mas esse vínculo é desafiado pelo avanço da China.

Na última década, a União Europeia investiu nos países latino-americanos e caribenhos cerca de 500 bilhões de dólares - mais que o investido na Rússia, China e Índia juntas - se destinando principalmente ao Brasil (53%) e com a Espanha como o principal investidor (45%).

Em 2011, o bloco europeu ainda era o segundo sócio comercial mais importante para América Latina e o Caribe, com uma participação de 13% nas trocas comerciais, atrás dos Estados Unidos, com cerca de 40%.

Contudo, "se fosse mantido o ritmo atual de crescimento da demanda de produtos latino-americanos nos Estados Unidos for mantido, na UE e no restante do mundo, e a demanda da China crescer apenas a metade do ritmo registrado nesta década, este país (China) superaria a UE em 2016 e passaria a ser o segundo maior mercado para as exportações da região", segundo um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

"No caso das importações, já em 2010, a China alcançou a União Europeia", acrescenta um documento preparado pela Cepal para a reunião entre a União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada neste fim de semana em Santiago.


A União Europeia continua sendo o bloco econômico mais importante do planeta, responsável por um quarto do PIB mundial, com uma participação levemente superior a dos Estados Unidos e do Canadá.

A América Latina contribui com 8% do PIB mundial, enquanto, na última década, foi registrada uma queda da Ásia, que aumentou sua participação no PIB mundial de 7% a 16%, com a China como principal protagonista.

Para os próximos anos, os países da América Latina devem ter um crescimento duas vezes maior que a Europa, com uma média de 4,1%, enquanto a UE cresceria 1,8%.

Em 2013 em particular, o panorama será díspar para os dois continentes, segundo o Fundo Monetário Internacional.Enquanto a economia europeia se contrairá 0,2% e marcará seu segundo ano de recessão consecutivo, América Latina irá em sentido oposto, com uma expansão de 3,6%, alinhada com o crescimento mundial médio esperado, de 3,5% segundo o organismo.

Em 2011, a União Europeia registrou um PIB per capita, medido em paridade de poder aquisitivo (PPA), de 31.600 dólares, consideravelmente superior ao da América Latina e o Caribe, que alcançou 11.863 dólares.

Quanto à população, na América Latina e no Caribe vivem 599 milhões de pessoas (9% da população mundial), enquanto a União Europeia tem 502 milhões de habitantes (7% do total).

Em 2012, a taxa de inflação da União Europeia, com a exceção da Romênia e Hungria, foi inferior a 5%, enquanto mais da metade dos países da América Latina e do Caribe, experimentaram uma inflação de entre 3,2% e 10%, apesar de na Argentina e na Venezuela a inflação ter sido de dois dígitos.

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