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TV paga fatura 17,7% a mais; base de assinantes cresce só 0,8%

Apesar de o número de assinantes ter crescido apenas 0,8% em 2003, as empresas de TV paga faturaram 17,7% a mais no ano passado (3,4 bilhões de reais) do que em 2002. Para o presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Francisco Valim, 2003 foi um "ano de orgulho para o setor apesar […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.

Apesar de o número de assinantes ter crescido apenas 0,8% em 2003, as empresas de TV paga faturaram 17,7% a mais no ano passado (3,4 bilhões de reais) do que em 2002. Para o presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Francisco Valim, 2003 foi um "ano de orgulho para o setor apesar dos períodos de decréscimo ( na base de assinantes) e da contribuição negativa da macroeconomia ( juros altos, retração da economia e de setores da mídia )".

No entanto, as empresas não têm do que se orgulhar no que diz respeitoà evolução da base de assinantes. Há dois anos, o setor perdeu clientes que não conseguiu reaver até agora. Em 2001, o setor totalizava 3,6 milhões de usuários. Hoje são 3,5 milhões.

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O aumento no faturamento em 2003 se deve a serviços extras oferecidos pelas empresas, como acesso rápido à internet - responsável por 5% da receita total -, e o pay-per-view (compra de programação extra na TV paga, como jogos de futebol e filmes), que gerou 2%. Usar a cobertura da rede de TV por assinatura - que atinge 28 milhões de domicílios - para outros serviços, especialmente para a internet rápida, é a principal estratégia das empresas para aumentar a receita. Apesar disso, apenas de 40% dessa rede está apta para transmitir outros serviços, além dos canais de televisão.

Valim acredita que a indústria da TV por assinatura chegou em um patamar de estabilidade. Em outras palavras, não é esperado um crescimento no número de assinantes. Segundo o presidente da ABTA, o perfil da clientela - 68% da classe A, 23% da B, 7% das C, D, E - deve continuar o mesmo e ações para diminuir o preço dos serviços para captar clientes de baixa renda estão descartadas. "Baixar preço é uma das formas mais fáceis de se acabar com a TV por assinatura. O barateamento não garante a adesão da classe C e diminui a receita", disse ele.

Receita publicitária

O diretor-executivo da associação, Alexandre Annenberg, acrescenta que para captar assinantes de menor poder aquisitivo o setor precisaria investir na produção de uma programação voltada para esses telespectadores, já atendidos pela TV aberta.

A expansão de 2,8% (para 188,3 milhões de reais) da receita com publicidade em 2003 deverá se repetir em 2004. A expectativa da ABTA é fechar o ano com um faturamento publicitário 10% superior ao do ano passado. Segundo o coordenador do Comitê de Marketing Publicitário da associação, Rafael Danni, eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos contribuem significativamente para a aumento de anúncios.

Fusão entre Sky e DirecTV

Depois de afirmar que como presidente da ABTA não pode comentar temas que envolvam associados, como o caso da fusão entre a Sky e a DirecTV, Francisco Valim argumentou que o mercado brasileiro de TV paga possui ampla concorrência. "Ao contrário do setor de telefonia fixa (concorrente da TV por assinatura no serviço de banda larga), a TV paga tem muitos players. Posso dizer que 100% dos domicílios no Brasil têm à disposição pelo menos duas ou três operadoras para escolher", afirmou. Para Valim, se existe algum problema de concorrência no mercado de televisão por assinatura, ele reside no excesso de competidores. O executivo, diretor-geral da Net, não acredita que a fusão entre as duas empresas possa resultar em prejuízos para os outros concorrentes.

Para Paulo Cézar Martins, vice-presidente de Marketing da ABTA e executivo da Via CaboTV, a fusão entre as duas companhias de TV via satélite (DTH - Direct to home) deve ser analisada com cautela somente do ponto de vista da programação. "O único condicinante é a respeito de como ficará a programação e se haverá exclusividade", afirmou o executivo.

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