Tsipras respeitará "contrato" com gregos apesar de fracasso
Tsipras e seu ministro das Finanças visitaram Paris, Londres, Roma, Frankfurt, Bruxelas e Berlim para explicar seus planos para aliviar a situação da Grécia
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 10h24.
Atenas - Os líderes gregos anti-austeridade reiteraram seu compromisso de renegociar a enorme dívida do país, apesar do fracasso de uma viagem pela Europa , onde encontraram apenas aliados a sua causa.
"Nós somos um país soberano, temos uma democracia, temos um contrato com o nosso povo e nós vamos respeitá-lo", declarou o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, em sua primeira reunião na quinta-feira com líderes do partido de esquerda radical, Syriza, desde as eleições de 25 de janeiro.
Tsipras e seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, visitaram Paris, Londres, Roma, Frankfurt, Bruxelas e Berlim nos últimos seis dias para explicar seus planos para aliviar a situação de uma Grécia financeiramente encurralada.
A viagem começou bem, com alguns sinais de entendimento, mas terminou mal. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, reiterou a oposição de seu país para renegociar a dívida grega e expressou ceticismo sobre os planos de Atenas para reestruturar os empréstimos concedidos pela União Europeia e o FMI.
"Não chegamos nem a concordar que estamos em desacordo", disse Varoufakis após o encontro com o seu colega alemão. A isto, somou-se a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar o acesso dos bancos gregos a um de seus canais de financiamento.
Apesar da falta de apoio europeu, o governo grego liderado pelo Syriza obteve o apoio de sua própria população, com milhares de pessoas reunidas em Atenas.
"Não temos nada a perder", afirmou Stavroula Drakopoulou, um professor de 55 anos, uma manifestante que marchou pela mesma razão na segunda cidade grega, Salônica.
Reunião especial sobre a Grécia
Os contatos internacionais da Grécia continuam nesta sexta-feira. Varoufakis recebe uma delegação do Tesouro americano, liderada pelo vice-secretário para Assuntos Europeus, Daleep Singh.
Na próxima quarta-feira, os ministros das Finanças da zona do euro se reunirão em Bruxelas para uma reunião "extraordinária" com o objetivo de tentar encontrar um acordo sobre a situação na Grécia, indicou nesta sexta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeoren Dijsselbloem.
Esta reunião será realizada na véspera de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE). Será o primeiro evento europeu para o novo governo grego, e a primeira ocasião de Tsipras para se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel.
No entanto, uma fonte diplomática indicou que não era "boa ideia" organizar a reunião na véspera da cúpula de chefes de Estado, precisamente por causa das fortes diferenças expressas nos últimos dias entre alguns membros do Eurogrupo e Grécia.
Syriza é o primeiro partido anti-austeridade a alcançar o poder na Europa. Uma de suas primeiras medidas foi parar os planos de privatização, exigidas pela "troika" de credores (UE, FMI, BCE).
Atenas anunciou que não iria cooperar mais com a "troika", que supervisiona a implementação das duras medidas de austeridade impostas ao país em troca de empréstimos no total de 240 bilhões de euros (US$ 275 bilhões).
Tsipras e Varoufakis moderaram posteriormente suas propostas para reestruturar a sua dívida, de um total de 315 bilhões de euros, o equivalente a 175% do PIB.
Nesta sexta-feira, após cair 3,3% na quinta-feira, a Bolsa de Atenas pareceu recuperar alguma estabilidade, e perdia 0,85% nesta tarde, depois de abrir em alta de 1%.
Atenas - Os líderes gregos anti-austeridade reiteraram seu compromisso de renegociar a enorme dívida do país, apesar do fracasso de uma viagem pela Europa , onde encontraram apenas aliados a sua causa.
"Nós somos um país soberano, temos uma democracia, temos um contrato com o nosso povo e nós vamos respeitá-lo", declarou o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, em sua primeira reunião na quinta-feira com líderes do partido de esquerda radical, Syriza, desde as eleições de 25 de janeiro.
Tsipras e seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, visitaram Paris, Londres, Roma, Frankfurt, Bruxelas e Berlim nos últimos seis dias para explicar seus planos para aliviar a situação de uma Grécia financeiramente encurralada.
A viagem começou bem, com alguns sinais de entendimento, mas terminou mal. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, reiterou a oposição de seu país para renegociar a dívida grega e expressou ceticismo sobre os planos de Atenas para reestruturar os empréstimos concedidos pela União Europeia e o FMI.
"Não chegamos nem a concordar que estamos em desacordo", disse Varoufakis após o encontro com o seu colega alemão. A isto, somou-se a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar o acesso dos bancos gregos a um de seus canais de financiamento.
Apesar da falta de apoio europeu, o governo grego liderado pelo Syriza obteve o apoio de sua própria população, com milhares de pessoas reunidas em Atenas.
"Não temos nada a perder", afirmou Stavroula Drakopoulou, um professor de 55 anos, uma manifestante que marchou pela mesma razão na segunda cidade grega, Salônica.
Reunião especial sobre a Grécia
Os contatos internacionais da Grécia continuam nesta sexta-feira. Varoufakis recebe uma delegação do Tesouro americano, liderada pelo vice-secretário para Assuntos Europeus, Daleep Singh.
Na próxima quarta-feira, os ministros das Finanças da zona do euro se reunirão em Bruxelas para uma reunião "extraordinária" com o objetivo de tentar encontrar um acordo sobre a situação na Grécia, indicou nesta sexta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeoren Dijsselbloem.
Esta reunião será realizada na véspera de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE). Será o primeiro evento europeu para o novo governo grego, e a primeira ocasião de Tsipras para se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel.
No entanto, uma fonte diplomática indicou que não era "boa ideia" organizar a reunião na véspera da cúpula de chefes de Estado, precisamente por causa das fortes diferenças expressas nos últimos dias entre alguns membros do Eurogrupo e Grécia.
Syriza é o primeiro partido anti-austeridade a alcançar o poder na Europa. Uma de suas primeiras medidas foi parar os planos de privatização, exigidas pela "troika" de credores (UE, FMI, BCE).
Atenas anunciou que não iria cooperar mais com a "troika", que supervisiona a implementação das duras medidas de austeridade impostas ao país em troca de empréstimos no total de 240 bilhões de euros (US$ 275 bilhões).
Tsipras e Varoufakis moderaram posteriormente suas propostas para reestruturar a sua dívida, de um total de 315 bilhões de euros, o equivalente a 175% do PIB.
Nesta sexta-feira, após cair 3,3% na quinta-feira, a Bolsa de Atenas pareceu recuperar alguma estabilidade, e perdia 0,85% nesta tarde, depois de abrir em alta de 1%.