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Trump diz em entrevista que quer um "dólar forte"

"O dólar vai ficar mais e mais forte e em última análise eu quero ver um dólar forte", disse Trump

Trump: a resposta contradiz os comentários feitos pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin (Carlos Barria/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 17h43.

Última atualização em 25 de janeiro de 2018 às 19h18.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, DonaldTrump , disse nesta quinta-feira que ele quer em última análise que o dólar seja forte, contradizendo comentários feitos pelo secretário do Tesouro Steve Mnuchin na véspera.

"O dólar vai ficar mais e mais forte e em última análise eu quero ver um dólar forte", disse Trump em entrevista à CNBC, acrescentando que os comentários de Mnuchin tinham sido mal interpretados.

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Trump disse acreditar que os comentários de Mnuchin foram tirados de contexto, que os Estados Unidos estão fortes economicamente e de outras maneiras, e que ninguém deveria estar falando sobre o dólar.

"Deveria ser o que é, deveria também ser baseado na força do país -- estamos indo tão bem", disse Trump na entrevista após chegar ao Fórum Econômico Mundial em Davos.

Um dia após derrubar o dólar com comentários favoráveis a uma fraca moeda dos EUA, Mnuchin minimizou seus comentários da véspera de que um dólar fraco era "bom para nós, uma vez que está relacionado ao comércio e oportunidades", dizendo que eles haviam sido "equilibrados e consistentes".

As observações foram vistas pelos mercados como diferentes da tradicional política monetária dos EUA e provocaram alertas velados de ministros de Finanças europeus enquanto Trump chegava em Davos para promover sua agenda "América Primeiro".

"Eu pensei que meu comentário sobre o dólar foi bastante claro ontem", disse Mnuchin a repórteres "Eu pensei que foi na verdade equilibrado e consistente com o que eu já disse antes, isto é, não estamos preocupados com onde o dólar está no curto prazo".

Mnuchin disse que há "tanto vantagens quanto desvantagens de onde o dólar está no curto prazo", e ressaltou que os Estados Unidos querem justa competição econômica.

"Nós queremos comércio livre, justo e recíproco. Eu acho que é muito claro. Nós não estamos buscando entrar em guerras comerciais. Por outro lado, estamos tentando defender os interesses da América."

Mas os ministros das Finanças da França e Itália expressaram preocupações sobre os comentários de Mnuchin, que levaram o dólar a mínimas de diversos anos.

Um euro mais forte, pairando próximo a uma máxima de três anos contra o dólar, poderia abalar a economia europeia ao tornar suas exportações menos competitivas. Ele também arrisca complicar a saída do Banco Central Europeu de anos de política monetária ultra frouxa.

"Nós queremos níveis de moeda para refletir fundamentos econômicos", disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, a repórteres em Davos, dizendo que essa era a posição oficial do Grupo dos Sete, do qual os Estados Unidos é membro.

"Nós esperamos que isso continue sendo a posição comum porque é a posição responsável de um ponto de vista econômico."

Seu equivalente italiano, Pier Paolo Padoan, disse que os comentários de Mnuchin o lembravam da política americana na década de 1970 e demonstrou preocupação sobre uma guerra comercial.

"Eu espero que não. Mas a história nos diz que se há uma medida que impacta o comércio em direção ao maior protecionismo em um país, então a tentação para o outro parceiro fazer o mesmo ou retaliar é muito alta e aumenta, então as coisas podem sair do controle", disse ele à Reuters em entrevista.

O chanceler britânico do Tesouro, Phillip Hammond, em um painel com Mnuchin, disse que a libra esterlina, que havia caído após o voto do Brexit em 2016, estava apreciando.

Ele virou para Mnuchin e acrescentou: "E nós parecemos estar nos recuperando um pouco mais, Steve, muito obrigado."

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