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Todos os homens do presidente

Conheça os ministros e os secretários de Lula

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h42.

Leia abaixo o perfil dos principais ministros e secretários escolhidos pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para formar o seu governo:

palocci.jpg Fazenda:
Antônio Palocci
Ex-militante trotskista, filho de um
artista plástico famoso em Ribeirão Preto, que foi secretário municipal
da Cultura, Palocci, assim como seus três irmãos, preferiu uma profissão
mais técnica: são dois médicos e dois engenheiros. Aos 42 anos, Palocci
não será o primeiro, nem o segundo, médico a chegar à Fazenda na história
republicana do país. E chega com a experiência de ter administrado uma das
principais cidades do interior paulista por duas vezes: Ribeirão Preto.

Banco
Central: Henrique Meirelles

Meirelles, 57 anos, 28 anos de sistema financeiro e uma
trajetória profissional muitíssimo bem-sucedida, debutou na política há
seis meses, sendo eleito deputado federal eleito pelo PSDB-Goiás. Dirigiu
primeiro a empresa de leasing do Banco de Boston (depois BankBoston), depois
o banco no Brasil e, finalmente, chefiou as operações do Fleet (que comprou
o BankBoston em 1998).
Secretaria do Tesouro Nacional:
Joaquim Levy
Atual chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Levy tem PhD em economia pela Universidade de Chicago, mestrado em economia pela Fundação Getúlio Vargas e é formado em Engenharia Naval pela UFRJ. É o economista-chefe do Planejamento desde 2001. Antes disso, trabalhou no FMI (departamentos do Hemisfério Ocidental, da Europa e na Divisão de Mercado de Capitais) e no Banco Central Europeu (Divisão de Mercado de Capitais).
Secretaria da Receita Federal:
Jorge Rachid
Aos 41 anos, é funcionário público de carreira. Bacharel em Administração da Faculdade de Ciências Política e Econômica do Rio de Janeiro. Atual secretário-adjunto da Receita.

Casa Civil:
José Dirceu
José Dirceu, 56 anos, ex-presidente do PT
e futuro ministro-chefe da Casa Civil, foi o articulador político da vitória
de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. Presidente do partido
desde 1995, Dirceu já havia coordenado as campanhas de Lula em 1989 e 1998.
Na tentativa de Lula de 1994, Dirceu se candidatou ao governo de São Paulo,
perdendo para Mário Covas. Dirceu entrou para a política como líder estudantil
carismático durante o regime militar (1964-1985), quando cursava Direito
na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Em
1968, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), foi preso
em Ibiúna (SP). Foi libertado no ano seguinte junto com outros presos políticos
trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick --que havia sido
sequestrado no Rio pela luta armada. Com
a nacionalidade cassada e banido do país, exilou-se em Cuba até 1975, quando
retornou clandestinamente ao Brasil e se instalou no Paraná. Desembarcou
com o rosto modificado e adotou nova identidade. Casou, teve um filho, e
só revelou à mulher sua verdadeira identidade após a anistia, em 1979.

Desenvolvimento:
Luiz Fernando Furlan
Furlan tem 56 anos, é engenheiro
químico e com pós-graduação em administração financeira pla Fundação Getúlio
Vargas. Tem uma longa carreira dentro da Sadia, onde sua família é uma das
principais acionistas. Começou em 1976 e, de lá para cá, já atuou como diretor
de relações com investidores e vice-presidente executivo.
Entrou
no Conselho de Administração da empresa em 1978 e, quinze anos depois, assumiu
a presidência do conselho, posto que deve deixar agora para se tornar ministro.
Também
na esfera privada, o comércio exterior é uma máxima para Furlan. A Sadia
é hoje uma das maiores exportadoras do país, com vendas para fora próximas
a 700 milhões de dólares ao ano.
O
futuro ministro também tem atuações em empresas de outros setores. É membro
do Conselho de Administração da Panamco --maior engarrafadora da Coca-Cola
do país-- e da Telefônica, operadora de telefonia.

Planejamento:
Guido Mantega
Doutor pela USP e professor da FGV-SP, o economista Guido Mantega, de 53 anos, é assessor pessoal de Lula desde 1993 e foi o principal porta-voz econômico do PT durante a campanha eleitoral. Em novembro, com Lula já eleito, ele afirmou no seminário Brasil em EXAME que almeja um pacto social moderno: "O PT é um partido de esquerda moderna, parecido com o Partido Socialista da França, com o Partido Trabalhista inglês, parecido com a esquerda italiana". Mantega também fez parte da gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo (1989-1992) e também tem defendido uma aproximação comercial do Brasil com a Europa para contrabalançar a Alca e a influência americana.

Agricultura:
Roberto Rodrigues
Roberto Rodrigues, considerado um dos
papas da moderna agricultura brasileiro, é produtor de soja no Maranhão
e de cana-de-açúcar no interior paulista, atual presidente da Associação
Brasileira de Agribusiness (Abag) _entidade que reúne toda a cadeia produtiva
-- lavoura, fabricantes de insumos e indústria de transformação. Rodrigues
nasceu em Cordeirópolis (interior de São Paulo) em 12 de agosto de 1942.
Formou-se engenheiro agrônomo pela ESALQ-USP, com cursos de aperfeiçoamento
em administração rural. A fazenda Santa Isabel, que pertence à família Rodrigues
em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, há mais de 50 anos serve de modelo
nas relações entre capital e trabalho. Casado com Eloisa Helena Araújo Rodrigues,
tem ainda outros três filhos e quatro netos. Seu pai, Antônio Rodrigues
Filho, foi vice-governador entre 1971-1974 no governo de Laudo Natel, em
São Paulo.

Relações
Exteriores: Celso Amorim
Celso Luiz Nunes Amorim atualmente
é embaixador do Brasil em Londres. Como embaixador na ONU, foi responsável
por relatórios sobre a situação iraquiana entre 1998 e 1999 e chefiou as
comissões do Conselho de Segurança que discutiram o Iraque em 1999.
Amorim
também foi ministro das Relações Exteriores do governo Itamar Franco (1993-1994).
Sua principal característica foi dar prioridade à diplomacia multilateral
e ao fortalecimento da presença brasileira no âmbito sul-americano. O diplomata
nasceu em Santos (litoral de SP), em junho de 1942. É doutor em CIência
Política e Relações Internacionais pela London School of Economics, do Reino
Unido. Casado com Ana Amorim, tem quatro filhos.

Meio-ambiente:
Marina Silva
A senadora Marina Silva, 44 anos, conhecida
como a "Senhora da Floresta", conseguiu expandir seu campo de atuação no
Congresso a partir da bandeira ambiental. É apontada como uma liderança
com trânsito em todos os partidos. Premiada nacional e internacionalmente
por sua luta pelo desenvolvimento sustentável das áreas verdes, Marina foi
apontada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma das 25 mulheres
mais importantes do mundo no assunto. Nascida em 1958 em Seringal Bagaço,
a 70 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, Marina teve 11 irmãos.
Três morreram ainda pequenos e ela ficou encarregada de cuidar dos mais
novos, além de ajudar o pai na extração de borracha, principalmente depois
que perdeu a mãe, quando tinha 15 anos.

Justiça:
Márcio Thomaz Bastos

Nascido em Cruzeiro (interior de
SP), Bastos, tem 67 anos e é advogado pessoal do presidente eleito Luis
Inácio Lula da Silva e participou do governo paralelo instalado pelo PT
nos anos 90 como coordenador da área de Justiça e Segurança. Foi ativo na
Constituinte de 1988, garantindo a legitimidade ativa da OAB para ajuizamento
de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
Foi redator dos Direitos Humanos e Sociais.

Ministério da Saúde: Humberto Costa

Médico psiquiatra, Humberto Costa faz parte da ala moderada do PT. Vereador mais votado da história do Recife, concorreu ao governo de Pernambuco neste ano. Foi deputado estadual, deputado federal e secretário de Saúde da capital no atual governo de João Paulo (PT).

Ministério da Educação: Cristovam Buarque
Ex-govenador do PT no Distrito Federal (1995-1998), quando criou o programa Bolsa-Escola, Buarque se elegeu senador pelo DF nas últimas eleições. Doutor em Economia pela universidade de Sorbonne, na França, nasceu em 1944, no Recife. É presidente da ONG Missão Criança.
Ministério do Trabalho: Jacques Wagner
Nascido no Rio de Janeiro há 51 anos, formou-se político na Bahia. Foi sindicalista dos petroquímicos, ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores na Bahia e foi o primeiro presidente do PT no Estado. Deputado federal três vezes, Jaques perdeu a eleição para o governo da Bahia este ano.
Ministério da Previdência: Ricardo Berzoini
Com 42 anos, é vice-líder do PT na Câmara dos Deputados e acaba de ser reeleito deputado federal.
Berzoini é membro efetivo das Comissões de Finanças e Tributação e Comissão Especial para regulamentação do Sistema Financeiro. Exerceu a presidência do Partido na cidade de São Paulo (1999/2000) e foi presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Ministério da Integração Nacional: Ciro Gomes
Aos 45 anos, Ciro já foi deputado, prefeito, governador do Ceará, ministro da Fazenda e duas vezes candidato derrotado à Presidência da República. Ciro nasceu em Pindaminhangaba (SP), filho de uma tradicional família de Sobral, no Ceará, e estudou economia política na Universidade Harvard, sob os auspícios de seu guru Roberto Mangabeira Unger. Durante a campanha, foi um crítico feroz do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ministério dos Transportes: Anderson Adauto
Adauto, de 45 anos, é deputado federal pelo PL, depois de ter exercido quatro mandatos na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Advogado, é ligado ao setor sucroalcooleiro e ligou-se ao PL depois de se desligar do PMDB de Itamar Franco.
Ministério das Comunicações: Miro Teixeira
Líder do PDT na Câmara, Teixeira exerce mandato de deputado há mais de 20 anos. Advogado e jornalista, é originário do antigo MDB e lidera o PDT há vários anos. O parlamentar é conhecido como bom articulador e sempre esteve na esfera da oposição ao regime militar. Em 1999, durante a crise do grampo no BNDES, propôs a anistia para os arapongas que se dispusessem a colaborar com a apuração dos fatos. Também tentou em 2000 abrir uma investigação no Congresso sobre a licitação que selecionou a empresa norte-americana Raytheon para instalar o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Sua familiaridade com a área de telecomunicações é restrita.
Ministério da Cultura: Gilberto Gil
O baiano Gilberto Passos Gil Moreira é um dos mais populares cantores e compositores brasileiros. Na década de 60, fundou o Tropicalismo, ao lado de Caetano Veloso e Torquato Neto. Foi secretário da Cultura de Salvador em 1987, vereador pela capital baiana entre 1988 a 1992 e participou do projeto Comunidade Solidária, de Fernando Henrique Cardoso. Com mais de 30 discos lançados, Gil já foi vencedor do prêmio Grammy, nos Estados Unidos, em 1998.
Ministério da Defesa: José Viegas Filho
Diplomata de carreira, Viegas já serviu o Brasil em Cuba, Estados Unidos, Peru, Dinamarca e, atualmente, é embaixador em Moscou. Especialista em armamentos, ele chefiou a delegação brasileira na Conferência de Revisão da Convenção sobre Armas Terrestres em 1996.
Ministério das Minas e Energia: Dilma Rousseff
É secretária de Energia, Minas e Comunicações do Estado do Rio Grande do Sul. Economista, com doutorado em Teoria Econômica pela Unicamp, Dilma fez parte da elaboração do programa de energia do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já foi secretária da Fazenda do Município de Porto Alegre (1986-1988), presidente da Fundação de Economia e Estatítica do RS (1991-1993) e Secretária de Energia, Minas e Comunicação no período de 1993 a 1994.
Ministério da Ciência e Tecnologia: Roberto Amaral
Natural de Fortaleza, Roberto Átila Amaral Vieira, 62, é jornalista, professor universitário e vice-presidente do PSB. Foi líder estudantil, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e, desde 1988, coordena a criação de programas de governo do PSB. Foi um dos autores da proposta de Anthony Garotinho. Considerado um dos intelectuais do PSB, ele é membro de diversas organizações, como a International Sociological Association (ISA), International Political Science Association (IPSA) e International Association of Judicial Methodology. Comanda o Instituto Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. Admirador do romancista José Saramago, é autor de mais de 20 livros, entre eles dois livros de contos e um romance autobiográfico. Amaral afirmou que, quando assumisse a pasta, faria "com que o orçamento fosse respeitado".
Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar: José Graziano
Economista da Unicamp, José Francisco Graziano da Silva, de 53 anos, é o criador do programa Fome Zero e assessor de Lula para questões agrícolas e agrárias. Foi um dos idealizadores das caravanas da cidadania, que levaram Lula para os rincões mais pobres e afastados do Brasil.
Ministério da Assistência e Promoção Social: Benedita da Silva
Ex-favelada, ex-doméstica, negra, evangélica, Benedita da Silva é, a exemplo do próprio Lula, um caso raro de ascensão política e social no país. Atualmente governa o terceiro maior estado brasileiro, o Rio de Janeiro, depois de ser senadora e deputada federal por duas vezes.
Ministério das Cidades: Olívio Dutra
Formado em letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o ex-bancário Olívio Dutra foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores e é uma das vozes mais estridentes da política gaúcha. Depois de perder as eleições no estado, Dutra chega enfraquecido ao ministério de Lula. Antes de ser governador, foi prefeito de Porto Alegre e deputado federal constituinte.
Ministério dos Esportes: Agnelo Queiroz
Médico, 44 anos, filiado ao PC do B desde 1985, Agnelo Santos Queiroz Filho, 44, é o atual presidente do partido em Brasília. O deputado federal pelo Distrito Federal é um dos autores da Lei Piva, que destina dinheiro de loterias aos comitês olímpico e paraolímpico. Foi dirigente sindical em associações de médicos e está no segundo mandato como deputado federal.
Ministério do Desenvolvimento Agrário: Miguel Rossetto
Gaúcho, vice de Olivio Dutra, membro da ala radical petista Democracia Socialista, Rossetto foi um dos fundadores do PT em 1979. É técnico em mecânica e formado em Ciências Sociais.
Secretaria Nacional de Direitos Humanos: Nilmário Miranda

Candidato petista derrotado ao governo de Minas Gerais em 2002, Miranda, 55 anos, nasceu em Belo Horizonte e é deputado federal há 12 anos. Desde 1997, é Secretário Nacional de Direitos Humanos do PT. Atualmente integra a Comissão Especial Mista de Segurança Pública do Congresso Nacional e as comissões de Direitos Humanos; Desenvolvimento Urbano e Interior; e Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Secretaria-geral
da Presidência da República: Luiz Dulci

Secretário-geral
do PT. Aos 46 anos, Dulci só exerceu cargo eletivo uma vez. Foi deputado
federal entre 1983 e 1986. Não conseguiu se reeleger e passou a se dedicar
à vida partidária nos diretórios mineiro e nacional.

Secretaria de Direitos da Mulher: Emilia Fernandes A senadora pelo PT do Rio Grande do Sul foi professora durante mais de 20 anos. Foi vereadora por Santana do Livramento e a primeira mulher a presidir uma comissão permanente do Senado.
Secretaria-geral
de Desenvolvimento Econômico e Social: Tarso Genro
Nasceu
em São Borja (RS) em 6 de março de 1947. É bacharel em Direito pela Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Especializou-se
em Direito Trabalhista. Foi deputado estadual, vice-prefeito de Porto Alegre,
deputado federal, prefeito de Porto Alegre (cargo que terá de se licenciar).
Secretaria de Comunicação Social: Luiz Gushiken Coordenou a campanha de Lula em 1998 e é especialista em Previdência. Foi deputado federal e presidente do PT.
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional: Jorge Armando Félix O general é economista, tem 62 anos e foi chefe do Estado Maior do Comando de Operações Terrestres e diretor de Transportes do Exército.
Advocacia-Geral da União: Álvaro Ribeiro da Costa Foi suplente do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, advogado do Incra e foi presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República
Corregedoria-Geral da União: Waldir Pires Tradicional rival do senador Antonio Carlos Magalhães na política baiana, Pires já governou o estado pelo PMDB entre 1987 e 1989. Exilado durante a ditadura, já pertenceu ao PSDB, PDT e PMDB. É deputado federal pelo PT desde 1999.

Veja também

Leia abaixo o perfil dos principais ministros e secretários escolhidos pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para formar o seu governo:

palocci.jpg Fazenda:
Antônio Palocci
Ex-militante trotskista, filho de um
artista plástico famoso em Ribeirão Preto, que foi secretário municipal
da Cultura, Palocci, assim como seus três irmãos, preferiu uma profissão
mais técnica: são dois médicos e dois engenheiros. Aos 42 anos, Palocci
não será o primeiro, nem o segundo, médico a chegar à Fazenda na história
republicana do país. E chega com a experiência de ter administrado uma das
principais cidades do interior paulista por duas vezes: Ribeirão Preto.

Banco
Central: Henrique Meirelles

Meirelles, 57 anos, 28 anos de sistema financeiro e uma
trajetória profissional muitíssimo bem-sucedida, debutou na política há
seis meses, sendo eleito deputado federal eleito pelo PSDB-Goiás. Dirigiu
primeiro a empresa de leasing do Banco de Boston (depois BankBoston), depois
o banco no Brasil e, finalmente, chefiou as operações do Fleet (que comprou
o BankBoston em 1998).
Secretaria do Tesouro Nacional:
Joaquim Levy
Atual chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Levy tem PhD em economia pela Universidade de Chicago, mestrado em economia pela Fundação Getúlio Vargas e é formado em Engenharia Naval pela UFRJ. É o economista-chefe do Planejamento desde 2001. Antes disso, trabalhou no FMI (departamentos do Hemisfério Ocidental, da Europa e na Divisão de Mercado de Capitais) e no Banco Central Europeu (Divisão de Mercado de Capitais).
Secretaria da Receita Federal:
Jorge Rachid
Aos 41 anos, é funcionário público de carreira. Bacharel em Administração da Faculdade de Ciências Política e Econômica do Rio de Janeiro. Atual secretário-adjunto da Receita.

Casa Civil:
José Dirceu
José Dirceu, 56 anos, ex-presidente do PT
e futuro ministro-chefe da Casa Civil, foi o articulador político da vitória
de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. Presidente do partido
desde 1995, Dirceu já havia coordenado as campanhas de Lula em 1989 e 1998.
Na tentativa de Lula de 1994, Dirceu se candidatou ao governo de São Paulo,
perdendo para Mário Covas. Dirceu entrou para a política como líder estudantil
carismático durante o regime militar (1964-1985), quando cursava Direito
na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Em
1968, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), foi preso
em Ibiúna (SP). Foi libertado no ano seguinte junto com outros presos políticos
trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick --que havia sido
sequestrado no Rio pela luta armada. Com
a nacionalidade cassada e banido do país, exilou-se em Cuba até 1975, quando
retornou clandestinamente ao Brasil e se instalou no Paraná. Desembarcou
com o rosto modificado e adotou nova identidade. Casou, teve um filho, e
só revelou à mulher sua verdadeira identidade após a anistia, em 1979.

Desenvolvimento:
Luiz Fernando Furlan
Furlan tem 56 anos, é engenheiro
químico e com pós-graduação em administração financeira pla Fundação Getúlio
Vargas. Tem uma longa carreira dentro da Sadia, onde sua família é uma das
principais acionistas. Começou em 1976 e, de lá para cá, já atuou como diretor
de relações com investidores e vice-presidente executivo.
Entrou
no Conselho de Administração da empresa em 1978 e, quinze anos depois, assumiu
a presidência do conselho, posto que deve deixar agora para se tornar ministro.
Também
na esfera privada, o comércio exterior é uma máxima para Furlan. A Sadia
é hoje uma das maiores exportadoras do país, com vendas para fora próximas
a 700 milhões de dólares ao ano.
O
futuro ministro também tem atuações em empresas de outros setores. É membro
do Conselho de Administração da Panamco --maior engarrafadora da Coca-Cola
do país-- e da Telefônica, operadora de telefonia.

Planejamento:
Guido Mantega
Doutor pela USP e professor da FGV-SP, o economista Guido Mantega, de 53 anos, é assessor pessoal de Lula desde 1993 e foi o principal porta-voz econômico do PT durante a campanha eleitoral. Em novembro, com Lula já eleito, ele afirmou no seminário Brasil em EXAME que almeja um pacto social moderno: "O PT é um partido de esquerda moderna, parecido com o Partido Socialista da França, com o Partido Trabalhista inglês, parecido com a esquerda italiana". Mantega também fez parte da gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo (1989-1992) e também tem defendido uma aproximação comercial do Brasil com a Europa para contrabalançar a Alca e a influência americana.

Agricultura:
Roberto Rodrigues
Roberto Rodrigues, considerado um dos
papas da moderna agricultura brasileiro, é produtor de soja no Maranhão
e de cana-de-açúcar no interior paulista, atual presidente da Associação
Brasileira de Agribusiness (Abag) _entidade que reúne toda a cadeia produtiva
-- lavoura, fabricantes de insumos e indústria de transformação. Rodrigues
nasceu em Cordeirópolis (interior de São Paulo) em 12 de agosto de 1942.
Formou-se engenheiro agrônomo pela ESALQ-USP, com cursos de aperfeiçoamento
em administração rural. A fazenda Santa Isabel, que pertence à família Rodrigues
em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, há mais de 50 anos serve de modelo
nas relações entre capital e trabalho. Casado com Eloisa Helena Araújo Rodrigues,
tem ainda outros três filhos e quatro netos. Seu pai, Antônio Rodrigues
Filho, foi vice-governador entre 1971-1974 no governo de Laudo Natel, em
São Paulo.

Relações
Exteriores: Celso Amorim
Celso Luiz Nunes Amorim atualmente
é embaixador do Brasil em Londres. Como embaixador na ONU, foi responsável
por relatórios sobre a situação iraquiana entre 1998 e 1999 e chefiou as
comissões do Conselho de Segurança que discutiram o Iraque em 1999.
Amorim
também foi ministro das Relações Exteriores do governo Itamar Franco (1993-1994).
Sua principal característica foi dar prioridade à diplomacia multilateral
e ao fortalecimento da presença brasileira no âmbito sul-americano. O diplomata
nasceu em Santos (litoral de SP), em junho de 1942. É doutor em CIência
Política e Relações Internacionais pela London School of Economics, do Reino
Unido. Casado com Ana Amorim, tem quatro filhos.

Meio-ambiente:
Marina Silva
A senadora Marina Silva, 44 anos, conhecida
como a "Senhora da Floresta", conseguiu expandir seu campo de atuação no
Congresso a partir da bandeira ambiental. É apontada como uma liderança
com trânsito em todos os partidos. Premiada nacional e internacionalmente
por sua luta pelo desenvolvimento sustentável das áreas verdes, Marina foi
apontada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma das 25 mulheres
mais importantes do mundo no assunto. Nascida em 1958 em Seringal Bagaço,
a 70 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, Marina teve 11 irmãos.
Três morreram ainda pequenos e ela ficou encarregada de cuidar dos mais
novos, além de ajudar o pai na extração de borracha, principalmente depois
que perdeu a mãe, quando tinha 15 anos.

Justiça:
Márcio Thomaz Bastos

Nascido em Cruzeiro (interior de
SP), Bastos, tem 67 anos e é advogado pessoal do presidente eleito Luis
Inácio Lula da Silva e participou do governo paralelo instalado pelo PT
nos anos 90 como coordenador da área de Justiça e Segurança. Foi ativo na
Constituinte de 1988, garantindo a legitimidade ativa da OAB para ajuizamento
de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
Foi redator dos Direitos Humanos e Sociais.

Ministério da Saúde: Humberto Costa

Médico psiquiatra, Humberto Costa faz parte da ala moderada do PT. Vereador mais votado da história do Recife, concorreu ao governo de Pernambuco neste ano. Foi deputado estadual, deputado federal e secretário de Saúde da capital no atual governo de João Paulo (PT).

Ministério da Educação: Cristovam Buarque
Ex-govenador do PT no Distrito Federal (1995-1998), quando criou o programa Bolsa-Escola, Buarque se elegeu senador pelo DF nas últimas eleições. Doutor em Economia pela universidade de Sorbonne, na França, nasceu em 1944, no Recife. É presidente da ONG Missão Criança.
Ministério do Trabalho: Jacques Wagner
Nascido no Rio de Janeiro há 51 anos, formou-se político na Bahia. Foi sindicalista dos petroquímicos, ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores na Bahia e foi o primeiro presidente do PT no Estado. Deputado federal três vezes, Jaques perdeu a eleição para o governo da Bahia este ano.
Ministério da Previdência: Ricardo Berzoini
Com 42 anos, é vice-líder do PT na Câmara dos Deputados e acaba de ser reeleito deputado federal.
Berzoini é membro efetivo das Comissões de Finanças e Tributação e Comissão Especial para regulamentação do Sistema Financeiro. Exerceu a presidência do Partido na cidade de São Paulo (1999/2000) e foi presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Ministério da Integração Nacional: Ciro Gomes
Aos 45 anos, Ciro já foi deputado, prefeito, governador do Ceará, ministro da Fazenda e duas vezes candidato derrotado à Presidência da República. Ciro nasceu em Pindaminhangaba (SP), filho de uma tradicional família de Sobral, no Ceará, e estudou economia política na Universidade Harvard, sob os auspícios de seu guru Roberto Mangabeira Unger. Durante a campanha, foi um crítico feroz do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ministério dos Transportes: Anderson Adauto
Adauto, de 45 anos, é deputado federal pelo PL, depois de ter exercido quatro mandatos na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Advogado, é ligado ao setor sucroalcooleiro e ligou-se ao PL depois de se desligar do PMDB de Itamar Franco.
Ministério das Comunicações: Miro Teixeira
Líder do PDT na Câmara, Teixeira exerce mandato de deputado há mais de 20 anos. Advogado e jornalista, é originário do antigo MDB e lidera o PDT há vários anos. O parlamentar é conhecido como bom articulador e sempre esteve na esfera da oposição ao regime militar. Em 1999, durante a crise do grampo no BNDES, propôs a anistia para os arapongas que se dispusessem a colaborar com a apuração dos fatos. Também tentou em 2000 abrir uma investigação no Congresso sobre a licitação que selecionou a empresa norte-americana Raytheon para instalar o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Sua familiaridade com a área de telecomunicações é restrita.
Ministério da Cultura: Gilberto Gil
O baiano Gilberto Passos Gil Moreira é um dos mais populares cantores e compositores brasileiros. Na década de 60, fundou o Tropicalismo, ao lado de Caetano Veloso e Torquato Neto. Foi secretário da Cultura de Salvador em 1987, vereador pela capital baiana entre 1988 a 1992 e participou do projeto Comunidade Solidária, de Fernando Henrique Cardoso. Com mais de 30 discos lançados, Gil já foi vencedor do prêmio Grammy, nos Estados Unidos, em 1998.
Ministério da Defesa: José Viegas Filho
Diplomata de carreira, Viegas já serviu o Brasil em Cuba, Estados Unidos, Peru, Dinamarca e, atualmente, é embaixador em Moscou. Especialista em armamentos, ele chefiou a delegação brasileira na Conferência de Revisão da Convenção sobre Armas Terrestres em 1996.
Ministério das Minas e Energia: Dilma Rousseff
É secretária de Energia, Minas e Comunicações do Estado do Rio Grande do Sul. Economista, com doutorado em Teoria Econômica pela Unicamp, Dilma fez parte da elaboração do programa de energia do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já foi secretária da Fazenda do Município de Porto Alegre (1986-1988), presidente da Fundação de Economia e Estatítica do RS (1991-1993) e Secretária de Energia, Minas e Comunicação no período de 1993 a 1994.
Ministério da Ciência e Tecnologia: Roberto Amaral
Natural de Fortaleza, Roberto Átila Amaral Vieira, 62, é jornalista, professor universitário e vice-presidente do PSB. Foi líder estudantil, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e, desde 1988, coordena a criação de programas de governo do PSB. Foi um dos autores da proposta de Anthony Garotinho. Considerado um dos intelectuais do PSB, ele é membro de diversas organizações, como a International Sociological Association (ISA), International Political Science Association (IPSA) e International Association of Judicial Methodology. Comanda o Instituto Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. Admirador do romancista José Saramago, é autor de mais de 20 livros, entre eles dois livros de contos e um romance autobiográfico. Amaral afirmou que, quando assumisse a pasta, faria "com que o orçamento fosse respeitado".
Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar: José Graziano
Economista da Unicamp, José Francisco Graziano da Silva, de 53 anos, é o criador do programa Fome Zero e assessor de Lula para questões agrícolas e agrárias. Foi um dos idealizadores das caravanas da cidadania, que levaram Lula para os rincões mais pobres e afastados do Brasil.
Ministério da Assistência e Promoção Social: Benedita da Silva
Ex-favelada, ex-doméstica, negra, evangélica, Benedita da Silva é, a exemplo do próprio Lula, um caso raro de ascensão política e social no país. Atualmente governa o terceiro maior estado brasileiro, o Rio de Janeiro, depois de ser senadora e deputada federal por duas vezes.
Ministério das Cidades: Olívio Dutra
Formado em letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o ex-bancário Olívio Dutra foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores e é uma das vozes mais estridentes da política gaúcha. Depois de perder as eleições no estado, Dutra chega enfraquecido ao ministério de Lula. Antes de ser governador, foi prefeito de Porto Alegre e deputado federal constituinte.
Ministério dos Esportes: Agnelo Queiroz
Médico, 44 anos, filiado ao PC do B desde 1985, Agnelo Santos Queiroz Filho, 44, é o atual presidente do partido em Brasília. O deputado federal pelo Distrito Federal é um dos autores da Lei Piva, que destina dinheiro de loterias aos comitês olímpico e paraolímpico. Foi dirigente sindical em associações de médicos e está no segundo mandato como deputado federal.
Ministério do Desenvolvimento Agrário: Miguel Rossetto
Gaúcho, vice de Olivio Dutra, membro da ala radical petista Democracia Socialista, Rossetto foi um dos fundadores do PT em 1979. É técnico em mecânica e formado em Ciências Sociais.
Secretaria Nacional de Direitos Humanos: Nilmário Miranda

Candidato petista derrotado ao governo de Minas Gerais em 2002, Miranda, 55 anos, nasceu em Belo Horizonte e é deputado federal há 12 anos. Desde 1997, é Secretário Nacional de Direitos Humanos do PT. Atualmente integra a Comissão Especial Mista de Segurança Pública do Congresso Nacional e as comissões de Direitos Humanos; Desenvolvimento Urbano e Interior; e Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Secretaria-geral
da Presidência da República: Luiz Dulci

Secretário-geral
do PT. Aos 46 anos, Dulci só exerceu cargo eletivo uma vez. Foi deputado
federal entre 1983 e 1986. Não conseguiu se reeleger e passou a se dedicar
à vida partidária nos diretórios mineiro e nacional.

Secretaria de Direitos da Mulher: Emilia Fernandes A senadora pelo PT do Rio Grande do Sul foi professora durante mais de 20 anos. Foi vereadora por Santana do Livramento e a primeira mulher a presidir uma comissão permanente do Senado.
Secretaria-geral
de Desenvolvimento Econômico e Social: Tarso Genro
Nasceu
em São Borja (RS) em 6 de março de 1947. É bacharel em Direito pela Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Especializou-se
em Direito Trabalhista. Foi deputado estadual, vice-prefeito de Porto Alegre,
deputado federal, prefeito de Porto Alegre (cargo que terá de se licenciar).
Secretaria de Comunicação Social: Luiz Gushiken Coordenou a campanha de Lula em 1998 e é especialista em Previdência. Foi deputado federal e presidente do PT.
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional: Jorge Armando Félix O general é economista, tem 62 anos e foi chefe do Estado Maior do Comando de Operações Terrestres e diretor de Transportes do Exército.
Advocacia-Geral da União: Álvaro Ribeiro da Costa Foi suplente do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, advogado do Incra e foi presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República
Corregedoria-Geral da União: Waldir Pires Tradicional rival do senador Antonio Carlos Magalhães na política baiana, Pires já governou o estado pelo PMDB entre 1987 e 1989. Exilado durante a ditadura, já pertenceu ao PSDB, PDT e PMDB. É deputado federal pelo PT desde 1999.
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