Economia

“Tchuchuca” e “Mulher de malandro” trazem novas incertezas à Previdência

Paulo Guedes e Rodrigo Maia rebaixam seu papel na tramitação da reforma. Relator apresenta hoje seu texto na CCJ da Câmara

MAIA E GUEDES: tramitação da Previdência mais parece um dramalhão mexicano  / Valter Campanato/ Agência Brasil (Valter Campanato/Agência Brasil)

MAIA E GUEDES: tramitação da Previdência mais parece um dramalhão mexicano / Valter Campanato/ Agência Brasil (Valter Campanato/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2019 às 07h05.

Última atualização em 9 de abril de 2019 às 10h24.

A tramitação da reforma da Previdência segue com seu roteiro ao estilo pastelão mexicano, em que não faltam acusações e muita indefinição. Depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter sido chamado de “tchutchuca”, na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou ontem que “não vai ser mulher de malandro” ao gostar de apanhar.

A declaração machista voltou a levantar temores sobre a tramitação do projeto mais importante do governo. Maia afirmou que não atuará mais como articulador político da reforma e que resignará ao seu papel institucional na tramitação. Disse que estará pronto para pautar a medida quando for a hora, mas que a vitória dependerá da atuação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou não ter a pretensão de ser o coordenador político da reforma. “Vocês viram meu desempenho (na audiência da Comissão de Constituição e Justiça). Não tenho temperamento para isso”, disse, em tom de chiste, em evento que marcou os 100 dias de governo. O ministro, agora sério, rebaixou a expectativa de economia com a reforma, de 1 trilhão de reais para 800 bilhões de reais, o que, segundo ele, inviabilizaria um regime de capitalização.

Nesta terça-feira o relator do projeto de reforma na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), apresenta seu parecer aos demais parlamentares. Ontem, Freitas publicou em suas redes sociais uma defesa do planoo. Para o deputado, a Previdência Social exerce um peso sobre as receitas da União, e o Congresso “é soberano e saberá encontrar a melhor solução que o Brasil verdadeiramente exige!”. No texto, Freitas também defendeu que o pacote anticrime do ministro Sergio Moro seja tocado em paralelo à reforma previdenciária.

A expectativa é que a constitucionalidade do texto seja votada apenas no dia 17, dando seguimento na tramitação. Nas próximas etapas, deve ficar mais claro que texto, afinal será levado à votação na Câmara.

Analistas políticos são cada vais mais incisivos ao afirmar que o sucesso do projeto é totalmente ligado à participação do presidente Jair Bolsonaro na articulação. Entre as legendas que devem ser chamadas pelo presidente para dialogar esta semana estão PSL, Solidariedade, PR e Podemos. Semana passada Bolsonaro já recebeu líderes de sete bancadas.

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame