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Taxa curta embute alta de 0,25 ponto porcentual na Selic

O presidente do Banco Central fez declarações inesperadas e gerou uma reviravolta nas expectativas dos investidores para a taxa Selic

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: Tombini foi hoje o protagonista absoluto do mercado futuro de juros (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 16h43.

São Paulo - Alexandre Tombini foi o protagonista absoluto do mercado futuro de juros nesta terça-feira, 19.

O presidente do Banco Central fez declarações inesperadas e gerou uma reviravolta nas expectativas dos investidores para a taxa Selic.

Se no fechamento de ontem 72% das apostas eram de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica, hoje a situação se inverteu e esse porcentual caiu para 28%. Ou seja, agora 70% das apostas apontam elevação de 0,25 ponto na taxa Selic, hoje de 14,25% ao ano.

Após o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciar uma revisão pessimista para a economia brasileira, de queda de 3,5%, o Banco Central divulgou nota. No documento, Tombini disse que as mudanças foram "significativas" e que "todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado".

Os comentários inusitados, uma vez que presidentes do BC não costumam comentar espontaneamente projeções do FMI, foram recebidos como uma sinalização de que o aumento de juros esperado para amanhã será mais ameno que o esperado, ou mesmo nem aconteça. As declarações foram mal recebidas, por enfraquecerem a tese da autonomia do Banco Central na política monetária.

Segundo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou, Tombini teve ontem uma reunião com a presidente Dilma Rousseff que não constou da agenda de nenhum dos dois.

A reação do mercado foi imediata às declarações do presidente do BC, com a curva de juros seguindo caminho oposto ao que vinha apontando até a véspera. Os vencimentos mais curtos dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passaram a cair, se ajustando a um aumento de 0,25 ponto porcentual. Em contraposição, os vencimentos longos passaram a subir, indicando aumento da percepção de risco do Brasil - ou menor credibilidade do Banco Central.

Nos negócios na BM&F, o DI com vencimento em abril de 2016 chegou ao final do período regular de negócios com taxa de 14,598%, ante 14,720% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 projetou taxa de 15,38%, de 15,60% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2018 terminou o dia em 16,30%, de 16,31%. Na ponta mais longa da curva, o DI para liquidação em janeiro de 2021 projetou 16,64%, ante 16,46% de segunda-feira.

Além do FMI, que revisou a queda do PIB brasileiro, duas agências de classificação de risco se manifestaram hoje sobre as perspectivas para a economia brasileira. A Fitch Ratings afirmou em relatório que a recessão econômica brasileira pode ser mais profunda e prolongada do que anteriormente previsto.

A Standard & Poor's foi na mesma direção e disse que o Brasil deve continuar sendo afetado por escândalos políticos e uma recessão em 2016. A previsão da S&P é que no País e em outros lugares da América Latina, como a Venezuela, o conturbado cenário político doméstico seja um fator que vá pesar este ano na avaliação do rating soberano.

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São Paulo - Alexandre Tombini foi o protagonista absoluto do mercado futuro de juros nesta terça-feira, 19.

O presidente do Banco Central fez declarações inesperadas e gerou uma reviravolta nas expectativas dos investidores para a taxa Selic.

Se no fechamento de ontem 72% das apostas eram de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica, hoje a situação se inverteu e esse porcentual caiu para 28%. Ou seja, agora 70% das apostas apontam elevação de 0,25 ponto na taxa Selic, hoje de 14,25% ao ano.

Após o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciar uma revisão pessimista para a economia brasileira, de queda de 3,5%, o Banco Central divulgou nota. No documento, Tombini disse que as mudanças foram "significativas" e que "todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado".

Os comentários inusitados, uma vez que presidentes do BC não costumam comentar espontaneamente projeções do FMI, foram recebidos como uma sinalização de que o aumento de juros esperado para amanhã será mais ameno que o esperado, ou mesmo nem aconteça. As declarações foram mal recebidas, por enfraquecerem a tese da autonomia do Banco Central na política monetária.

Segundo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou, Tombini teve ontem uma reunião com a presidente Dilma Rousseff que não constou da agenda de nenhum dos dois.

A reação do mercado foi imediata às declarações do presidente do BC, com a curva de juros seguindo caminho oposto ao que vinha apontando até a véspera. Os vencimentos mais curtos dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passaram a cair, se ajustando a um aumento de 0,25 ponto porcentual. Em contraposição, os vencimentos longos passaram a subir, indicando aumento da percepção de risco do Brasil - ou menor credibilidade do Banco Central.

Nos negócios na BM&F, o DI com vencimento em abril de 2016 chegou ao final do período regular de negócios com taxa de 14,598%, ante 14,720% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 projetou taxa de 15,38%, de 15,60% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2018 terminou o dia em 16,30%, de 16,31%. Na ponta mais longa da curva, o DI para liquidação em janeiro de 2021 projetou 16,64%, ante 16,46% de segunda-feira.

Além do FMI, que revisou a queda do PIB brasileiro, duas agências de classificação de risco se manifestaram hoje sobre as perspectivas para a economia brasileira. A Fitch Ratings afirmou em relatório que a recessão econômica brasileira pode ser mais profunda e prolongada do que anteriormente previsto.

A Standard & Poor's foi na mesma direção e disse que o Brasil deve continuar sendo afetado por escândalos políticos e uma recessão em 2016. A previsão da S&P é que no País e em outros lugares da América Latina, como a Venezuela, o conturbado cenário político doméstico seja um fator que vá pesar este ano na avaliação do rating soberano.

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