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TAM admite defeito em avião da tragédia, mas nega culpa

Reversor direito do Airbus A320 não funcionava desde sexta-feira, mas empresa diz que equipamento não era necessário para o pouso

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

A TAM admitiu que o avião Airbus A320 que explodiu na última terça-feira ao sair da pista do aeroporto de Congonhas tinha um defeito que impedia o funcionamento do reversor direito. O defeito havia sido identificado na sexta-feira da semana passada, mas, segundo a TAM, isso não impedia a continuidade do funcionamento normal da aeronave, já que manuais técnicos da Airbus, aprovados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dão um prazo de dez dias para o conserto.

O reversor faz parte do sistema de frenagem dos aviões durante pousos. Além de utilizar o freio, o piloto aciona esse sistema como forma de aumentar a resistência do ar, o que contribuiu para desacelerar uma aeronave. Durante entrevista coletiva na última quarta-feira, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, não fez nenhuma menção a esse defeito do avião

Em entrevista ao Jornal Nacional ontem, o vice-presidente técnico da TAM, Ruy Amparo, afirmou que a ausência do reversor só colocaria em risco o pouso se a pista de Congonhas estivesse com muita água acumulada. Apesar de chover no dia do acidente, ele afirmou que "de maneira nenhuma" o piloto não teria condições de realizar o pouso em segurança na última terça-feira, no momento do acidente.

Amparou admitiu ainda que a mesma aeronave já tinha feito um pouso difícil na segunda-feira no próprio aeroporto de Congonhas. O avião demorou a frear, mas não houve registro de problemas técnicos por parte do piloto, o que indica, segundo ele, que não seria um incidente grave.

O sistema de câmeras do aeroporto de Congonhas mostra que o avião da TAM cruza a pista com uma velocidade bastante elevada antes de colidir com o prédio da área de transporte de cargas da própria empresa. Especialistas em aviação dizem que o piloto teve dificuldades de frear o avião e decidiu arremeter - fazer uma nova decolagem. Aparentemente sem velocidade suficiente para sair do solo, a aeronave acabou se chocando ao prédio com uma velocidade elevada. No acidente, o maior da história da aviação brasileira, mais de 200 pessoas podem ter morrido - 186 estavam a bordo e as demais, no prédio da TAM.

Controladores de vôo dizem que o piloto pousou no lugar correto e não teria passado do ponto de entrar na pista. As câmeras de Congonhas também mostram que a aeronave chegou ao solo numa velocidade bastante alta, mas na trilha correta. Somente no final da pista, há um abrupto deslocamento para a esquerda. A perícia da caixa-preta do avião, essencial para serem determinadas as causas do acidente, será feita nos Estados Unidos e deve ser concluída na próxima semana.

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